Continuamos a nossa busca pelo melhor celular barato para comprar em 2025, e o que vamos testar hoje é o Moto G56. Esse é o celular que está a uma categoria abaixo do Moto G86 que testamos mês passado, mas mesmo assim, possui várias semelhanças com o modelo mais caro, como proteção contra água e também o mesmo conjunto de câmeras.
Será que esse é o rei dos baratinhos, ou compensa comprar outro modelo? Vamos testar isso agora.
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Construção Externa
Eu sempre gosto de começar a análise falando sobre o design e visual do aparelho, já que eu sei que muita gente leva isso muito em conta na hora de adquirir um novo smartphone.
A aparência do Moto G56 é idêntica a todos os celulares que a Motorola vem lançando nos últimos anos, mas isso necessariamente não é algo negativo: afinal, não se mexe em time que está ganhando. O nosso modelo em verde escuro acaba chamando bastante atenção - eu não me recordo de já ter visto um smartphone com essa cor verde escura - e se não for do seu agrado, o Moto G56 também está disponível em tons mais neutros - grafite e também cinza.
O acabamento é feito daquele material que a gente já conhece. Uns chamam de couro vegano, couro sintético, couro ecológico ou até mesmo polímero de silicone. Independente do nome, é o mesmo acabamento macio que a Motorola usa há vários anos em seus aparelhos, tanto os topo de linha quanto os baratinhos.
Já a lateral tem um brilho metálico, mas é feita em plástico. Na parte de cima encontramos um microfone e também o logo Dolby Atmos, simbolizando a parceria da Motorola com a empresa de áudio Dolby.
Outro símbolo aparece ao redor do flash em letras douradas, referente ao sensor da Sony utilizado nas câmeras do celular.
Na lateral temos outro microfone, os botões de volume e o botão power, que também funciona como leitor biométrico para desbloquear o celular, fazer pagamentos e tudo mais.
Embaixo do celular temos outro microfone, a saída de som principal, entrada USB-C e a boa e velha porta 3.5mm para fones cabeados.
Além dela, eu fiquei feliz em encontrar também um suporte para cartões de memória dentro da gavetinha de chip. Aqui você pode colocar um cartão micro-SD e expandir a memória a até 2 terabytes.
Vale mencionar que o Moto G56 tem suporte a redes 5G, NFC e também e-SIM. Ou seja, apesar de barato, é um celular super completo que não deixa nada a desejar nas conectividades. Show bola.
Proteções
Mas e na durabilidade? Certamente, com entrada para cartões e porta 3.5mm, o Moto G56 não deve ser muito resistente à água, correto? Errado. Contrariando todas as expectativas, ele chega ao Brasil com certificação IP68, IP69, e também resistência militar. Isso significa que, além de aguentar mergulhos de 1.5m de água por 30 minutos, ele também aguenta jatos de água de alta pressão e mudanças bruscas de temperatura e pressão.
Já o vidro da tela é feito de Gorilla Glass 7i - uma opção custo benefício da fabricante Corning - mas que já fornece uma boa proteção contra quedas e arranhões.
Resumindo, se você está procurando um celular resistente, o Moto G56 é certificado para aguentar as porradas do dia a dia sem problemas. É muito legal ver resistência topo de linha num celular de entrada, a Motorola mandou muito bem nesse quesito.
Tela
Se na construção o Moto G56 está muito bem caprichado, na tela ele infelizmente decepciona: poucos segundos após ligar o celular pela primeira vez, eu percebi que não estava vendo uma tela do tipo AMOLED, mas sim, um painel LCD.
Eu entendo que, por se tratar de um celular de entrada, a Motorola precisa economizar em algum lugar. O problema é que qualidade de tela importa muito, e já testamos aqui no canal vários celulares baratinhos com telas AMOLED. Um exemplo que me vêm em mente é toda a linha Redmi Note, que desde 2021 já utiliza telas desse tipo. Outro exemplo mais recente é a linha Galaxy "A" da Samsung, que ano passado lançou até mesmo o A15 com tela AMOLED - um celular que custa menos de mil reais.
A principal diferença entre esses dois tipos de tela é que OLED não tem backlight - os pixels são iluminados individualmente - resultando num contraste muito superior, principalmente ao reproduzir tons escuros. O quanto essa diferença importa vai depender da pessoa. Particularmente, depois de vários anos aproveitando as telas AMOLED dos celulares, eu não me imagino voltando a usar um display LCD no meu smartphone do dia a dia.
Outro detalhe é o brilho. O Moto G56 tem apenas 1000 nits, o que é pouco para os padrões de hoje, até nos celulares focados no custo benefício.
No restante das especificações, a tela tem uma boa resolução de 1080 por 2400 pixels, o famoso FULL HD+. A taxa de atualização também não deixa a desejar, são 120Hz. Isso significa que ainda temos um painel bem competente e que consegue boas cores e nitidez, mas se você for exigente em relação aos contrastes ou já está acostumado com tela AMOLED, vale a pena investir num modelo com tela melhor.
Câmeras
A câmera principal do Moto G56 é um sensor Sony Lytia 600 de 50 MP. Já a câmera secundária é ultra-wide e tem 8 MP.
<antes de gravar o trecho da câmera selfie, conferir se a frontal grava em 30 ou 60 frames>
Já a câmera de selfie tem 32 megapixels e consegue gravar em FULL HD e Y frames. Olhando aqui, a qualidade parece relativamente boa. Mas a qualidade de áudio eu só vou ouvir depois, no computador. Enquanto eu dou uma girada aqui para testar o HDR, você pode aproveitar para dar like no vídeo e se inscrever no canal. Tamo junto!
<fim do trecho câmera selfie>
Para descobrir se a câmera do G56 presta, eu tirei as fotos dele ao lado de outro celular bacana da Motorola, o G86. É verdade que o G86 está cerca de 300 reais mais caro, mas foi um celular que eu gostei e recomendo muito comprar.
Como vocês podem ver, ambos os Motorola tiram fotos do mesmo estilo, mas é inegável que a qualidade do Moto G86 é muito superior. Essa foto na piscina exemplifica bem isso. São parecidas, mas a do G86 saiu mais nítida e com cores melhores.
Mesma coisa nessa foto retrato com a lente principal. Nitidez superior no G86 e cores mais vívidas, além de fazer um recorte mais preciso.
Mas a maior diferença nas cores eu encontrei tirando foto dessa flor. A do Moto G86 saiu mais próxima da cor real que eu estava vendo na hora.
Já nas fotos noturnas, o Moto G56 fica com um ruído considerável e cores lavadas, enquanto o G86 caprichou muito bem nos contrastes. Bem impressionante os resultados das fotos noturnas no Motorola mais caro.
Tudo que eu falei da câmera principal também se aplicam às selfies e também a lente ultrawide. A conclusão geral das câmeras é que, apesar dos dois tirarem fotos bem parecidas, o pós processamento do G86 acaba elevando as fotos a outro patamar.
Bateria
O Moto G56 tem uma bateria aumentada de 5.200mAh de capacidade, e a Motorola afirma que o aparelho aguenta até 40 horas de uso misto. Eu até acredito nesse dado, principalmente se o celular ficar bastante tempo com a tela apagada, mas a pergunta é: quanto tempo aguenta a bateria do Moto G56 em uso intenso?
# | Celulares | Capacidade | Consumo | Tela Ligada | Tempo carregamento | Preço |
---|---|---|---|---|---|---|
32° | Motorola Edge 30 Ultra | 4.610 | 78 | 07:45h | 00:32h | R$ 5.129,10 |
33° | REDMAGIC 9S Pro | 6.500 | 78 | 07:45h | 00:43h | R$ 5.499,00 |
34° | Motorola Moto G86 | 5.200 | 78 | 07:45h | 01:08h | R$ 1.923,05 |
35° | Samsung Galaxy S24 Ultra | 5.000 | 79 | 07:45h | 01:15h | R$ 4.499,10 |
36° | Xiaomi Redmi Note 11S | 5.000 | 79 | 07:45h | 00:54h | R$ 991,11 |
64° | Oppo Reno 11 F | 5.000 | 86 | 07:45h | 00:50h | R$ 2.699,10 |
65° | Motorola Moto G75 | 5.000 | 86 | 07:45h | 01:21h | R$ 1.499,00 |
66° | Motorola Moto G56 5G | 5.200 | 86 | 07:45h | 01:16h | R$ 1.439,10 |
67° | Motorola Razr 40 Ultra | 3.800 | 87 | 07:45h | 00:55h | R$ 2.999,00 |
68° | Samsung Galaxy A32 5G | 5.000 | 87 | 07:45h | 03:14h | R$ 3.999,90 |
82° | Realme 9 Pro Plus | 4.500 | 93 | 07:45h | 00:50h | R$ 2.999,00 |
83° | Samsung Galaxy A16 5G | 5.000 | 93 | 07:45h | 02:04h | R$ 989,00 |
84° | Samsung Galaxy A26 5G | 5.000 | 93 | 07:45h | 02:03h | R$ 1.349,99 |
85° | Realme Q3s | 5.000 | 94 | 07:45h | 01:20h | n/d |
86° | Motorola Moto G54 | 5.000 | 94 | 07:45h | 02:10h | R$ 1.347,00 |
O nosso teste de bateria tem duração de 8 horas e consiste em várias etapas diferentes, como navegação no Chrome, reels do Instagram, gravação de vídeo, jogos e mais.
Depois de todo esse tempo executando tarefas pesadas, sempre com a tela acessa, o Moto G56 terminou com 14% de bateria restante. Esse é um número satisfatório - não chega a ser uma autonomia incrível - mas vai sim aguentar mais de um dia de uso sem problemas.
Outra boa notícia é que ele acompanha um carregador de 33W na caixa. Eu testei e a bateria encheu dos 0 ao 100% em 1 hora e 16 minutos. Tanto a Motorola quanto a Xiaomi diminuíram o tempo de carregamento dos seus smartphones, provavelmente para preservar a saúde da bateria. Mesmo assim, com poucos minutos no carregador você já tem carga para várias horas de uso.
Performance
A performance é um dos pontos mais importantes do celular, afinal, ninguém merece ficar usando um celular travado o dia inteiro, ainda mais novo. Para garantir que isso não aconteça, a Motorola colocou o processador Dimensity 7060 da Mediatek. Obviamente, ele não vai bater nenhum recorde de performance, mas está de bom grado para a proposta do celular.
No teste do aplicativo AnTuTu, o nosso Moto G56 pontuou 478 mil, o que o coloca a par de outros celulares de entrada, como o Moto G85 do ano passado e o Galaxy A26 da Samsung.
# | Celulares | Pontuação | Temp.Máxima | Preço |
---|---|---|---|---|
22° | Motorola Razr 40 Ultra | 1.140.608 | 40 ºC | R$ 2.999,00 |
23° | Samsung Galaxy A56 | 833.930 | 44 ºC | R$ 1.790,61 |
24° | JOVI V50 | 825.179 | - | R$ 4.499,10 |
39° | Motorola Edge 50 Fusion | 558.168 | 37 ºC | R$ 1.694,00 |
40° | Samsung Galaxy A26 5G | 482.116 | 30 ºC | R$ 1.349,99 |
41° | Motorola Moto G56 5G | 478.898 | 39°C | R$ 1.439,10 |
42° | Motorola Moto G85 | 475.168 | 37 ºC | R$ 1.975,00 |
Quanto à memória RAM, ele está sendo vendido aqui no Brasil em sua versão máxima, a de 8GB, e foi essa que a gente testou. Fora a RAM, outro ponto positivo é o armazenamento, já que o Moto G56 vem com 256GB disponíveis e você ainda pode colocar cartão de memória. Ou seja, armazenamento quase infinito.
Navegando normalmente pelo celular, você pode esperar uma experiência bem responsiva e ágil do Moto G. Os aplicativos até podem demorar alguns milissegundos a mais para abrir, mas não chega a incomodar. Não é todo celular de entrada que responde tão bem - quando eu testei o Galaxy A26 da Samsung, por exemplo, fiquei bem atrapalhado com as travadas daquele celular. Felizmente, a interface da Motorola é leve e não exige muito processamento.
Jogos
Claro que esse não é um celular feito para jogar, mas mesmo assim, teve uma performance acima do esperado em vários jogos que eu testei. No Blood Strike, por exemplo, o Moto G56 conseguiu rodar com 112 frames de média, o que é uma performance extremamente competitiva.
<roda liso>
Outro jogo que rodou legal foi Asphalt Legends. Aqui o Moto G ficou com 60 frames de média e com estabilidade perfeita.
O celular só apresenta seus limites quando tentamos rodar jogos mais pesados, como Genshin Impact, por exemplo. Aqui você precisa jogar com gráficos no mínimo para atingir os 30 frames.
A conclusão é que, em jogos leves, pode contar com o Moto G. Mas se você curte games pesados, vale a pena investir num aparelho com processador mais potente, como o Galaxy A56 ou até mesmo um POCO X7 Pro.
Sistema e Atualizações
O Moto G56 vem rodando Android 15, e a Motorola prometeu 2 anos de atualização de sistema e 4 anos de atualização de segurança. Esse é um número esperado de atualizações para um celular de entrada, mas eu gostaria que ele tivesse pelo menos 3 anos de atualizações de sistema.
Quanto a interface, é a Hello UI, um sistema que se assemelha muito ao Android puro, mas com algumas funções da Motorola que eu honestamente gosto bastante. Além de leve, tem muita customização e aquela liberdade que quem usa Android já está acostumado.
Conclusão
- Durabilidade topo de linha
- Performance satisfatória
- Autonomia ok e carregador na caixa
- Tela não é AMOLED
O Moto G56 é um bom celular utilitário. O maior ponto positivo dele com certeza é a durabilidade. Acho que é a primeira vez que a Motorola coloca resistências de topo de linha num celular tão barato. Ele foi construído para aguentar o tranco do dia a dia. A entrada para fones, cartão de memória, 5G, NFC, tornam ele um excelente aparelho para o dia a dia.
A performance é satisfatória e a autonomia também. Não é um celular que tira fotos incríveis, ainda mais quando comparado ao irmão mais caro Moto G86, mas mesmo assim, a câmera está longe de ser ruim.
A única decepção mesmo foi a tela. Tanto a Samsung quanto a Xiaomi já estão colocando telas superiores em seus aparelhos de entrada. Já passou a época do painel LCD em smartphones, pelo menos na minha opinião.
No dia da gravação desse vídeo, o Moto G56 está sendo vendido por R$ 1.400. Eu espero que ele caia mais de preço, até a faixa dos R$ 1.200. Enquanto não cai, eu não recomendo a compra dele, mas sim, do Moto G75. Os dois são praticamente iguais, mas o G75 se destaca mais na performance.
Se você estiver disposto a esperar, o modelo da Motorola que eu mais recomendo comprar é o Moto G86. Eu usei as câmeras dele para comparar com o Moto G56, então vocês já viram um pouco do que aquele celular é capaz. Foi uma das grandes surpresas desse ano, eu não esperava um Moto G tão bom assim.