Hoje a gente vai falar do Galaxy A26, um celular que ocupa uma posição curiosa dentro da linha A. Ele traz recursos que a gente não espera em modelos mais básicos - como traseira em vidro e proteção contra água - mas, ao mesmo tempo, o modelo vendido aqui no Brasil vem com um processador mais fraco que a versão global. Depois de semanas usando ele, eu entendi que o Galaxy A26 é um intermediário que tenta entregar sensação de premium, mas com limitações claras. Bora entender até onde esse smartphone consegue ir e se ele é a escolha certa para você.
Construção Externa e Design
Quando tirei o Galaxy A26 da caixa, a primeira coisa que pensei foi: caramba, ele não parece um celular barato. É fino, leve e bem confortável na mão. E tem um detalhe que faz diferença: a traseira agora é de vidro, um upgrade legal em relação ao plástico do A25. Infelizmente a lateral ainda é plástico - alumínio só a partir do A56 - mas no uso do dia a dia ele passa uma boa sensação.
No visual, a Samsung manteve aquele bloco único de câmeras que já vimos nos mais caros A36 e A56. Tem gente que ama, tem gente que não gosta muito. Eu confesso que sinto falta do design com anéis separados, mas também entendo que a Samsung precisa encontrar formas de diferenciar os aparelhos deste ano.
Na parte de cima do aparelho encontramos um dos microfones. Na lateral direita temos os botões de volume e o botão power, que também funciona como leitor de impressão digital.
Na parte de baixo temos a saída de som principal, mais microfones e a entrada USB-C para carregar o celular e também transferir arquivos.
Já na lateral esquerda é onde fica a gavetinha de chip, e aqui temos uma boa notícia: o Galaxy A26 nada contra a correnteza e mantém o suporte a cartões de memória. Está cada vez mais raro encontrar isso nos celulares. Ele também tem suporte a dois chips físicos e chip virtual e-SIM.
Apesar de ter suporte a cartão de memória, o Galaxy A26 perdeu a entrada para fones. Se você ainda não migrou para os fones sem fio, não tem muito para onde correr. O jeito é comprar logo um bom fonezinho bluetooth ou recorrer a aqueles adaptadores USB-C.
Proteções
O principal diferencial entre o Galaxy A26 para os celulares mais baratos da Samsung é o foco nas proteções: ele é o primeiro modelo A20 a vir com certificação IP67, que garante resistência contra submersão de até 1 metro de água por 30 minutos.
Já o vidro da tela e também a traseira são feitos de Gorilla Glass Victus+, um upgrade direto do A25 que não tinha proteção alguma na tela.
Eu curti muito esse foco recente das fabricantes de tornarem até seus celulares baratos à prova d'água e com vidro em Gorilla Glass. Durabilidade é algo que eu valorizo muitos nos celulares, então pontos para o Galaxy A26.
Tela
Aqui na tela o A26 segue o que já tinha dado certo no A25: ele traz o mesmo painel Super AMOLED de ótima qualidade, com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120Hz. A diferença é que o agora o tamanho aumentou, foi de 6.5 para 6.7 polegadas. É a tendência que a gente vem vendo em praticamente todas as marcas: celulares cada vez maiores e mais finos, para o desespero de pessoas como eu, que ainda buscam aparelhos mais compactos.
Sobre a qualidade do painel, não tem muito mistério: é OLED. Então você já sabe que temos tons escuros profundos, contraste forte e cores vivas e fiéis. A nitidez também é muito boa, e os 120Hz deixam tudo bem fluido, praticamente no mesmo nível de um topo de linha quando navegamos pelo sistema ou rolando redes sociais.
Quanto ao brilho, a Samsung não divulgou quantos nits esse painel alcança, mas na prática eu consegui usar sem problema algum na rua, mesmo em dia ensolarado. Não senti falta de luminosidade da tela.
Câmeras
O Galaxy A26 tem o exato mesmo conjunto de câmeras do A25, consistindo num sensor principal de 50 MP, uma ultrawide de 8 MP e um sensor macro de 2 MP.
Para comparar a qualidade da câmera do Galaxy A26, eu tive o esforço de tirar as mesmas fotos com os três celulares baratos da linha "A": Galaxy A16, A26 e também A36.
Nessa foto da rua, os três tiveram resultados quase iguais, com exceção do céu, que ficou num tom de azul diferente em cada celular.
Na foto do deck da piscina, notem que o Galaxy A16 tem um aspecto mais lavado, principalmente na madeira. O Galaxy A26 menos, e o A36 adicionou tons ricos no contraste e na madeira - deixou a foto mais bonita, mas confesso que o A26 refletiu melhor o que eu estava vendo na hora.
Nessa foto com modo retrato na frente de casa tivemos o mesmo resultado, com o A16 resultando em pouco contraste e o A36 exagerando. O Galaxy A26 ofereceu um meio termo balanceado entre os dois.
Entrando nas selfies, cada celular tira uma num estilo diferente. O baratinho A16 tira uma foto simples, mas com boa qualidade. O A26, por outro lado, arrisca com mais saturação e contraste, o que acaba tirando o efeito lavado. Já o A36 eu comentei na review dele que não gostei muito das selfies, e mantenho minha opinião. É um contraste artificial demais.
Entrando agora nas fotos noturnas, eu tirei essa com pouquíssima luz ambiente, o que acabou gerando muito ruído nas partes escuras do Galaxy A26. Entre os três, eu preferi o resultado do mais barato, Galaxy A16. Com o sensor principal, o resultado foi parecido, mas nessa aqui eu gostei mais do A36. Novamente, os três são bons - a Samsung já aperfeiçoou bem as suas fotos tem tempo - é mais questão de comparar e ver qual você acha melhor.
No geral, estou bem satisfeito com a qualidade e velocidade das câmeras do Galaxy A26, Vale mencionar que, nas filmagens, o baratinho A16 acaba perdendo para os outros dois, já que aquele celular é o único que não filma em 4K.
Performance
A principal decepção do Galaxy A26 é a performance. O modelo vendido lá fora vem com o processador Exynos 1380, um modelo mais potente que o Exynos 1280 vendido aqui no Brasil.
Nas especificações, não é uma diferença grande de performance, mas utilizando o celular normalmente, eu posso afirmar com confiança que esse aparelho se aproxima mais de um Galaxy A16 do que um Galaxy A36.
No aplicativo de testes AnTuTu, o Galaxy A26 pontuou 482 mil pontos, praticamente a mesma coisa que o A16. Isso é preocupante, já que, na minha opinião, essa performance não é suficiente para utilizar o celular no dia a dia sem se estressar.
| # | Celulares | Pontuação | Temp.Máxima | Preço |
|---|---|---|---|---|
| 38° | Xiaomi POCO X6 | 576.676 | 39 ºC | R$ 2.067,00 |
| 39° | Motorola Edge 50 Fusion | 558.168 | 37 ºC | R$ 1.799,10 |
| 40° | Samsung Galaxy A26 5G | 482.116 | 30 ºC | R$ 1.291,00 |
| 41° | Motorola Moto G85 | 475.168 | 37 ºC | R$ 1.982,00 |
| 42° | Xiaomi POCO M7 Pro | 470.406 | 30°C | R$ 1.290,00 |
| 43° | Samsung Galaxy A16 5G | 468.333 | 44 ºC | R$ 949,00 |
| 44° | Samsung Galaxy M34 5G | 459.775 | 39 ºC | R$ 1.999,75 |
| 45° | Xiaomi Redmi Note 14 4G | 450.492 | 37 ºC | R$ 1.050,00 |
A interface One Ui 7 da Samsung é muito pesada, e celulares com processadores ultrapassados acabam sofrendo nela, mais do que os aparelhos baratos da Xiaomi ou Motorola.
E olha que estamos testando o modelo com 8GB de memória RAM, eu nem imagino como deve ser a performance nos modelos com 4GB.
Jogos
Um bom jeito de testar e comparar a performance do celular são os jogos, e na maioria deles, o Galaxy A26 se saiu um pouquinho melhor que o Galaxy A16, mas por pouca coisa. Isso aconteceu no jogo de corrida Asphalt Legends e também no game de luta Mortal Kombat. Entretanto, na maioria das vezes, os dois tiveram o mesmo resultado. No PUBG, por exemplo, os dois ficaram com a média nos 30 frames, nunca ultrapassando isso.
No Genshin Impact, testando numa das zonas pesadas do game, o Galaxy A16 foi até melhor que o mais caro A26, pontuando 33 frames de média contra os 28 frames do nosso Galaxy A26. O mesmo aconteceu no game Tower of Fantasy - por algum motivo, o Galaxy A16 conseguiu mais potência nesses dois jogos.
Ou seja, se você está em busca de um celular rápido e responsivo, eu não recomendo o Galaxy A26, mas sim, o Galaxy A36 ou até mesmo o mais caro A56. Esses dois não vão te deixar na mão no quesito performance, principalmente o mais caro Galaxy A56. Aquele celular tem uma das melhores performances custo benefício de 2025.
Bateria
Ok, o processador não é dos mais fortes, mas será que a Samsung compensa isso na autonomia? Assim como todos os outros aparelhos da linha "A", o Galaxy A26 também tem uma bateria de íon-lítio com 5.000mAh de capacidade total.
Após enfrentar o nosso teste de bateria completo que tem 8 horas de duração, o Galaxy A26 ficou com 7% de carga sobrando. Como comparação, esse é o exato mesmo gasto do Galaxy A16, comprovando mais uma semelhança entre esses dois aparelhos.
| # | Celulares | Capacidade | Consumo | Tela Ligada | Tempo carregamento |
|---|---|---|---|---|---|
| 81° | Xiaomi POCO F4 | 4.500 | 93 | 07:45h | 00:42h |
| 82° | Realme 9 Pro Plus | 4.500 | 93 | 07:45h | 00:50h |
| 83° | Samsung Galaxy A16 5G | 5.000 | 93 | 07:45h | 02:04h |
| 84° | Samsung Galaxy A26 5G | 5.000 | 93 | 07:45h | 02:03h |
| 85° | Realme Q3s | 5.000 | 94 | 07:45h | 01:20h |
| 86° | Motorola Moto G54 | 5.000 | 94 | 07:45h | 02:10h |
Eu tenho que ser honesto com vocês, essa autonomia é bem decepcionante, principalmente por estarmos falando de um celular com processador fraco. Por regra, ele devia ser mais econômico, mas não é.
A coisa fica ainda mais feia para a Samsung se a gente comparar a autonomia do Galaxy A26 com o Edge 50 Fusion da Motorola: Aquele celular finalizou o teste não com 7%, mas sim, 25% de bateria restante. Ele também vem com um carregador de 68W na caixa, contra o pequeno de 15W do Galaxy A26.
Ano após ano eu crítico a autonomia e tempo de carregamento dos celulares da Samsung, e eu vou continuar fazendo isso até que cheguem pelo menos no mesmo patamar da concorrência.
Sistema e Atualizações
Se tem um ponto onde os celulares da Samsung se sobressaem muito além da concorrência é no tempo de atualizações: O Galaxy A26 vai receber 6 anos de updates do Android - é o dobro do que a gente costuma ver em celulares da Motorola e da Xiaomi.
Ele já vem rodando a One UI 7 em cima do Android 15 e, mesmo sendo um aparelho focado em custo benefício, tem acesso completo a várias opções de personalização e também de AI. Isso é algo que a Samsung tem feito muito bem: hoje até os modelos mais baratos estão praticamente no mesmo ecossistema dos top de linha. Quem lembra da época da One UI Core sabe que nem sempre foi assim.
O problema é que a One UI 7 é bem pesada, e no uso do dia a dia você sente que está usando um aparelho de entrada: abrir apps no A26 demora um pouco mais, alternar entre tarefas pode ser irritante, e se você pensa em usar o celular para trabalho pesado ou multitarefas intensa, vai acabar se estressando.
Conclusão
Quando eu comprei o Galaxy A26 para testar, eu procurava por um intermediário que preenche a lacuna entre o Galaxy A16 e os modelos mais caros da linha A. Mas, depois de alguns dias com ele, a real é que não vale muito a pena comprar.
A gente tem aqui pontos que brilham: traseira em vidro, resistência à água com IP67, slot para cartão microSD, câmeras equilibradas e uma tela SUPER AMOLED que entrega qualidade acima do esperado nessa faixa de preço. Apesar disso, quando você começa a usar para multitarefa, o peso do Exynos 1280 incomoda demais. A performance é abaixo do esperado, deixando a interface lenta igual no Galaxy A16.
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Caso você esteja procurando um smartphone abaixo dos R$ 1.500, a minha sugestão é o Galaxy A16 de 8GB de memória RAM. Mas se puder economizar mais um pouquinho, compensa demais levar o Galaxy A36. Além de ser um celular muito mais rápido, a autonomia também dura mais e ele suporta carregamento de 45W, contra os 25W do A26.
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Outro aparelho que faz sentido comprar agora é o Edge 50 da Motorola. Quando eu testei ele, o preço estava alto demais, mas agora aparece frequentemente em promoções por cerca de R$ 1.650. Assim como o Galaxy A26, ele também tem uma tela excelente e proteção contra água, mas o processador é um Snapdragon 7 Gen 1, bem superior ao Exynos do Galaxy A26. Ele é melhor também em câmeras, já que conta com um sensor telefoto de zoom óptico e também tem carregamento rápido de 68W com carregador na caixa.
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