Os celulares da Samsung fazem muito sucesso aqui no Brasil, e não é atoa, afinal, quem não gostaria de ter um Galaxy S25 Ultra, com câmeras incríveis, tela anti-reflexo e até mesmo uma caneta.

Apesar disso, os smartphones que mais vendem não são os modelos top, mas sim os custo benefício da linha Galaxy "A". Dentre eles, a principal aposta para 20206 é esse carinha aqui, o Galaxy A17. Esse é o famoso celular de mil reais que faz tudo, mas será que vale a pena comprar?

Galaxy A17 Review

Design e Construção

Já faz um tempão que a Samsung estacionou nesse design com três câmeras verticais, a diferença é que agora nos novos modelos da linha "A" elas estão unidas neste pequeno módulo. Essa mudança é apenas visual, e acaba ajudando a diferenciar os celulares novos.

O Galaxy A17 vem disponível em três cores diferentes: azul, cinza e preto. A melhor parte é que em todas as cores a Samsung optou por um acabamento fosco na traseira do aparelho.

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Feito em fibra de vidro, não chega a ser daqueles super resistentes a marcas de dedo que encontramos nos modelos mais caros, mas mesmo assim, já é bem melhor que o acabamento em plástico do Galaxy A16.

A moldura continua em plástico, o que não é problema, ainda mais se tratando de um celular de entrada. Aqui na lateral encontramos os botões de volume e o botão power, que também funciona como leitor biométrico. Ele é bem posicionado e funcionou todas as vezes que eu precisei.

Na parte de cima temos um microfone secundário, mas o alto falante embaixo da tela é daqueles que só funcionam durante ligações. O som do celular é mono, com uma única saída de som localizada na parte de baixo, junto da entrada USB-C e do microfone principal.

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Girando até a lateral esquerda, abrimos a gaveta de chip revelando a borrachinha amarela que ajuda a impedir a entrada de água. Aqui temos um slot para chip físico e um slot híbrido, que pode ser usado tanto para cartões de memória quanto para um chip secundário.

Vale mencionar que o Galaxy A17 tem suporte a e-SIM, redes 5G e também pagamentos por NFC. Bem completo nesse quesito.

Proteções

Enquanto as outras marcas buscam trazer as melhores certificações de durabilidade em seus aparelhos de entrada, a Samsung continua na resistência IP54. É aquele famoso "melhor que nada" que garante uma certa resistência a poeira e respingos de água, mas não a submersão total.

Já o vidro da tela agora é Gorilla Glass Victus, uma proteção básica contra pequenas quedas e arranhões.

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Eu preciso ser honesto com vocês: de todos os smartphones que testamos esse ano, o Galaxy A17 é um dos piores no quesito durabilidade - e eu não vou dar um desconto por ele ser um celular de entrada - já que outras marcas estão colocando proteções melhores em seus aparelhos econômicos. Um exemplo que vem à mente é o Moto G56 da Motorola, um celular baratinho que foi lançado com proteção IP68, IP69 e resistência militar.

Já a Xiaomi também continua na certificação contra respingos d'água, mas pelo menos tentam compensar isso enviando junto na caixa uma capinha de silicone de boa qualidade e também uma película instalada de fábrica na tela.

Na Samsung não temos nada disso, então a durabilidade em celulares de entrada é um ponto onde a marca ainda precisa melhorar.

Tela

Agora em respeito a tela, temos o mesmo painel AMOLED de 6.7 polegadas do Galaxy A16. tudo aqui continua exatamente igual: a resolução é FULL HD+ e a taxa de atualização continua em 90Hz. O brilho permanece em apenas 800 nits, o que pode dificultar na hora de usar o celular na rua em dias de sol.

Já que a Samsung não conseguiu trazer nenhuma mudança nas especificações da tela, bem que podiam ao menos ter aproveitado essa geração para remover a gota ao redor da câmera selfie. Eles colocam isso só para diferenciar o modelo econômico dos mais caros, não tem nenhum outro motivo real para essa continuação da borda ao redor da câmera.

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Eu falei na review do Galaxy A16 que, apesar da tela ser boa, perde para os celulares da Xiaomi em especificações. O Redmi Note 14 4G também tem tela AMOLED, mas com 120Hz e o dobro de brilho do baratinho da Samsung. Sem falar que aquele aparelho tem bordas finas, e é um modelo de entrada da Xiaomi.

A Samsung sempre mandou muito bem nas telas, mas já passou da hora de aumentar o brilho e a taxa de atualização, mas mais importante, se livrar de uma vez por todas dessa gota ao redor da câmera de selfie.

Câmeras

O conjunto de câmeras do Galaxy A17 é o mesmo do Galaxy A16 - que também era o mesmo do Galaxy A15. A Samsung mantém aquele trio composto por uma câmera principal wide de 50 MP, uma ultrawide de apenas 5 MP e um sensorzinho macro de 2 MP que só está ali para manter a identidade visual no design do celular.

Eu sempre gostei do estilo de fotos da Samsung, e o Galaxy A17 mantém o pós processamento agradável que já estamos acostumados. A nitidez não é das melhores, mas os contrastes e saturação acabam deixando a foto bem balanceada. Se você procura um celular barato para tirar fotos, é difícil competir com os resultados da câmera principal do A17.

Como de costume, eu vou manter a ênfase na câmera principal, já que as outras nem deveriam existir, na minha opinião. Essa ultrawide de 5 MP é mais um desserviço, já que é pior que a principal em tudo, e o ângulo amplo não compensa a perda em resolução.

Mesma coisa com a macro de 2 MP. Se você quer tirar uma foto de perto, vale mais a pena aproximar bem o celular com a câmera principal. O resultado vai sair melhor que com a macro.

📷Fotos tiradas com as câmeras do Galaxy A17 5G (clique para ampliar):

Galaxy A17 - câmera macro
Galaxy A17 - câmera macro
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17 - câmera selfie
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17- câmera ultrawide
Galaxy A17 - câmera principal
Galaxy A17 - câmera ultra-wide
Galaxy A16 - câmera selfie

Selfies

Eu não sei o que a Samsung fez nesse sensor para ele tirar fotos tão boas. Uns meses atrás eu comparei essa câmera com a do Galaxy A26 e também do Galaxy A36 - e adivinhem, eu acabei preferindo as selfies do mais barato. Até mesmo com o modo retrato ativado, ele consegue recortar bem e deixar a foto pronta para ser postada em rede social. Show de bola.

Hardware e Desempenho

O Galaxy A17 5G vem com o processador Exynos 1330, e adivinhem, é o exato mesmo processador do Galaxy A15 5G, que também é o mesmo processador do Galaxy A14 5G. Acho que vocês já pegaram que esse celular é praticamente idêntico aos antecessores.

Sabem qual é a pior parte? Quando eu testei o Galaxy A14, o processador já estava com performance ultrapassada, então imaginem o desempenho desse chip rodando não só jogos, mas qualquer aplicativo novo. Não é nada legal.

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Eu confesso que quando li as especificações fiquei bem decepcionado que a Samsung ainda esteja empurrando esse processador em mais um lançamento. Apesar disso, na prática, o Galaxy A17 não é tão lento quanto eu esperava. Claro que eu estou com a versão mais cara - com 8 GB de memória RAM - o que acaba ajudando muito a rodar a interface sem travar muito. Fica aqui o aviso, não compre nenhum celular com apenas 4 GB de memória RAM em 2025. Já deixou de ser suficiente há muito tempo. Em 2025, o mínimo é 6 GB, sendo o ideal 8 GB.

Eu me preocupo com o futuro do Galaxy A17. A Samsung diz que é um celular "feito para durar", usando como argumento os 6 anos de suporte de atualizações. Esse número de suporte realmente impressiona, mas de nada adianta se o hardware do celular não aguentar manter tudo funcionando com fluidez.

Quanto aos jogos, o processador Exynos dá conta de rodar títulos leves como Asphalt Legends United, Wild Rift e até mesmo um Blood Strike. Mas se você é daqueles que curte games exigentes como Subnautica e Genshin Impact, esse aparelho não roda bem, mesmo com os gráficos no mínimo.

O maior ponto negativo do Galaxy A16 era o processador ultrapassado, e aqui no Galaxy A17 a mesma história se repete.

Bateria

Para descobrir a autonomia do Galaxy A17, eu coloquei ele para fazer o mesmo teste que fazemos em todos os celulares: navegar 1 hora no Chrome, scrollar reels do Instagram, assistir duas horas de YouTube, e por aí vai. O antecessor Galaxy A16 conseguiu completar essas 8 horas do teste com 7% de carga ainda sobrando, e já que o novo A17 tem a mesma capacidade de bateria do antigo, eu tinha certeza que eles teriam resultados idênticos no teste de bateria, mas não foi isso que aconteceu.

#CelularesCapacidadeConsumoTela LigadaTempo carregamento
47°Xiaomi POCO X4 GT5.0808207:45h00:51h
48°Samsung Galaxy A15 5G5.0008207:45h01:53h
49°Oppo Reno 13 F5.8008207:45h01:16h
85°Realme 9 Pro Plus4.5009307:45h00:50h
86°Samsung Galaxy A16 5G5.0009307:45h02:04h
87°Samsung Galaxy A26 5G5.0009307:45h02:03h
121°Samsung Galaxy S22 Plus4.50010007:30h01:30h
122°Samsung Galaxy A17 5G5.00010007:27h02:11h
123°Samsung Galaxy Z Flip 53.70010007:25h01:25h

O Galaxy A17 nem sequer conseguiu terminar o teste, Morreu faltando 16 minutos na última etapa. Quando um resultado bizarro desses acontece, eu carrego o celular, dou uma checada nas configurações para ver se não tem nada de errado e testo novamente. No segundo teste, o resultado foi exatamente o mesmo, morreu faltando 18 minutos.

Quanto ao carregamento, as más notícias continuam: ele mantém a carga máxima de apenas 25W, e acompanha aquele carregador pequeninho de 15W na caixa.

Talvez pelo fato de ser um lançamento a Samsung ainda precise calibrar algo e regular esse gasto excessivo de bateria, já que não faz nenhum sentido um celular com as mesmas especificações do antecessor gastar mais. Vamos ficar de olho e retestar o A17 assim que for atualizado, mas por enquanto, a autonomia está muito inferior à concorrência.

Software e Atualizações

O A17 vem rodando Android 15 sob a interface One UI 7.0. A Samsung prometeu 6 anos de atualizações de software e segurança, ou seja, vai ser atualizado até 2031. Isso até parece bom, mas como eu mencionei anteriormente, esse processador mal tem potência para rodar a One UI 7, imagina a One UI 8, 9, 10.

A realidade é que a cada ano que passa os celulares ficam mais potentes, e a gente está vendo grandes saltos de performance nos aparelhos topos de linha. Os desenvolvedores obviamente vão tirar proveito disso, deixando seus aplicativos com cada vez mais funções, o que acaba os tornando mais exigentes e pesados. Sabendo disso, eu não acho uma escolha inteligente comprar o Galaxy A17 com a perspectiva de usar o celular por mais de dois anos. Claro que ele vai continuar funcionando, mas a usabilidade ficará prejudicada, com travamentos e lentidão.

Conclusão

O Galaxy A17 é um celular que representa perfeitamente a indiferença da Samsung com o mercado de smartphones de entrada. Eles tiveram aqui a oportunidade de lançar um celular bom, facilitando a entrada de mais pessoas ao ecossistema da marca. Ao invés disso, temos um aparelho com praticamente as mesmas especificações de três gerações passadas.

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A boa notícia é que ninguém é obrigado a comprar, e graças a Deus existem opções melhores na mesma faixa de preço, até mesmo dentro da própria Samsung. O modelo que eu tenho em mente é o Galaxy A36. Sim, pelo mesmo preço do A17 de 8GB, você pode levar o Galaxy A36 - vai entender a lógica desses preços de lançamento.

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  • Na construção, ele tem proteção IP67, que garante resistência não apenas a respingos, mas também em submersão completa em água doce.
  • A tela do A36 tem taxa de atualização de 120Hz e o mais importante, brilho máximo de 1900 nits, o dobro do A17.
  • Apesar de ter a mesma capacidade de bateria, se saiu melhor em nosso teste, e também tem suporte a carregamento de 45W, mais que os 25W do A17.

Só isso que eu falei até agora mais que justificam a compra do Galaxy A36, mas eu deixei o melhor para o final: o processador. Ele tem um Snapdragon 6 Gen 3, que apesar de estar longe de ser um dos mais potentes, vai te dar bem menos dor de cabeça que o Exynos do A17, principalmente se planeja utilizar o celular por mais de 2 anos ou se curte jogos.