Nesta quarta-feira (20), A Comissão Europeia iniciou uma nova acusação contra o Google, desta vez, a empresa está sendo acusada de "abuso de posição dominante" em relação ao seu sistema operacional Android.

"As conclusões preliminares de nossa investigação apontam que estas práticas infringem as leis de concorrência da UE", afirmou Margrethe Vestager, comissária europeia de Concorrência, em uma entrevista coletiva.

De acordo com a representante da UE, o Google "persegue uma estratégia no setor dos dispositivos móveis que aponta para proteger e expandir sua posição dominante nas buscas na internet".

A Comissão diz ainda que o Google é responsável por obstruir a inovação já que obriga os fabricantes a usar os seus próprios aplicativos, como ocorre com a Samsung e a Huawei.

"O Google impõe restrições aos fabricantes de aparelhos Android e as operadoras de telefonia móvel", o que infringe as regras de concorrência europeia.

De acordo com a Comissão, o Google obriga as fabricantes, para poder conseguir licença de exploração a "pré-instalar o Google Search e o navegador Chrome do Google". A empresa ainda "impede aos fabricantes vender aparelhos que funcionem com sistemas operacionais da concorrência baseado no código ‘open source’ de Android".

"O Android ajudou a promover um extraordinário - e importante, sustentável - ecossistema, baseado no sistema 'open source' e aberto à inovação", afirma Keant Walker, vice-presidente e conselheiro geral do Google em um comunicado.

 "Levamos muito a sério estas preocupações mas também acreditamos que o nosso modelo de negócio mantém os custos dos fabricantes baixos e proporciona a eles uma flexibilidade elevada, ao mesmo tempo que proporciona aos consumidores um controle sem precedentes sobre os seus dispositivos móveis", disse ainda.

Vale notar que esta é a segunda ofensiva da Comissão Europeia contra o Google. No ano passado, a companhia foi acusada de abuso de posição dominante por o seu motor de buscas. Sendo que a empresa foi acusada de dar prioridade as suas próprias páginas de serviços em comparativos de preços ou mesmo sites especializados em consultas através de sua ferramenta de busca levando em consideração outros buscadores, como o Bing da Microsoft.

Até então, a Comissão não divulgou a decisão final sobre o assunto.