Ao procurar por uma smart TV nova, ficamos perdidos com tantas ofertas e se não houver um conhecimento prévio sobre suas tecnologias, todas irão parecer iguais com uma "diferença aqui e ali" à primeira vista. Entretanto, há diversas características que diferenciam determinado modelo de TV de outro e às vezes pode valer aquele investimento a mais para escolher um produto com bom custo-benefício [1].

Na maioria das vezes as pessoas procuram pela TV mais barata no tamanho que "cabe no bolso" delas. Entretanto, não é desta forma que se irá obter uma qualidade real para se assistir a filmes e séries nos serviços de streaming ou jogar um jogo nos consoles PlayStation 5 e Xbox Series X. É necessário analisar as tecnologias empregadas, a qualidade de imagem, entre outros pontos que serão citados e explicados a seguir.

[1] Artigo "O que define o custo-benefício de um produto"

Todas as TVs são iguais? 10 dicas para diferenciar smart TVs e comprar a melhor para você

TV OLED LG A1. Fonte: Oficina da Net
TV OLED LG A1. Fonte: Oficina da Net

Confira dez dicas para saber diferenciar um modelo de smart TV de outro e comprar o melhor para você.

1 - Tecnologia do display (tela)

A tecnologia do display utilizado nas smart TVs nunca contou tanto quanto agora devido à diferença de funcionamento entre cada um dos tipos. Se você quer uma tela que ofereça qualidade de imagem, tenha bom desempenho em ambientes com muita luz e não seja tão caro, a melhor alternativa são os displays QLED que utilizam mini LEDs. Entretanto, caso você queira uma qualidade de imagem acima, precisará gastar mais e uma alternativa interessante são as TVs com tela OLED, pois cada pixel desta tecnologia de display se ilumina de forma individual ao invés de depender de um painel de luz traseiro, como ocorre nas QLED com LEDs "normais" ou com mini LEDs.

Muitos podem pensar que o OLED é o melhor que se pode ter em termos de qualidade de imagem, porém ainda há a tecnologia QD-OLED e a micro LED. Entenda abaixo como cada uma delas funciona.

Displays QD-OLED

A QD-OLED é um novo tipo de tecnologia OLED (Organic Light-Emitting Diode) que se utiliza de pontos quânticos para gerar cores. Basicamente há um diodo orgânico emissor de luz azul que utiliza pontos quânticos (quantum dots ou QDs) para converter a cor para o vermelho e o verde. Esse mecanismo é diferente do que a LG utiliza em seus painéis OLED, onde há diodos orgânicos emissores de luz na cor azul, amarela e verde, produzindo a cor branca.

Funcionamento do display OLED comparado ao QD-OLED. Fonte: nanosys
Funcionamento do display OLED comparado ao QD-OLED. Fonte: nanosys

Segundo as análises feitas pelo HDTVTest, as TVs QD-OLED possuem uma uniformidade de cores melhor que as OLED em diferentes níveis de iluminação, inclusive em cenas escuras. Além disso, as cores possuem uma iluminação mais natural comparado à tecnologia "irmã".

Displays micro LED

As tecnologias de display mini LED e micro LED possuem como promessa um contraste superior ao painel de LED convencional, além de pretos mais profundos. Entretanto, há diferenças entre elas: para ser classificado como mini LED, o diodo emissor de luz (LED ou light-emitting diode) tem de ser menor que 0,2 mm, enquanto o micro LED precisa ter 0,05mm de diâmetro.

Telas micro LED são capazes de oferecer uma alta taxa de contraste e controle de cores. Desta forma, TVs com esta tecnologia são capazes de oferecer pretos mais profundos e ao mesmo tempo uma imagem com um alto nível de brilho, uma deficiência em displays OLED.

Vídeo incorporado do YouTube

2 - Geração de portas HDMI

Com o lançamento da nova geração de consoles (PlayStation 5 e Xbox Series X), surgiu a necessidade de telas com uma taxa de atualização de 120Hz. Entretanto, as portas e cabos HDMI 2.0 são capazes de oferecer somente 30Hz em resolução 4K, que é inferior a capacidade dos videogames atuais (4K a 120Hz). Para atingir essa capacidade, é necessário utilizar portas e cabos HDMI 2.1.

3 - Input lag

O input lag, mais conhecido como latência, é o tempo que leva para se ter uma resposta a um estímulo. No caso de TVs e consoles, é o tempo que demora para um quadro de imagem do jogo demorar para ser reproduzido no display. Isso pode ser traduzido também entre o comando dado no controle e a resposta a isso na imagem exibida.

Quanto melhor for o input lag da TV, mais fluidas serão as imagens dos jogos que estão sendo reproduzidos na tela. Atualmente a Samsung, a LG e a Asus têm trabalhado para oferecer smart TVs voltadas para jogos na tentativa de oferecer a melhor experiência possível para os jogadores.

4 - Brilho

O brilho da tela de uma TV é importante quando se pensa em ambientes muito iluminados ou em jogos, onde os jogadores passam horas em frente à tela. Entretanto, enquanto o primeiro é interessante que se tenha o maior nível de brilho possível (mais nits), o segundo precisa de uma iluminação mais controlada e que ofereça, ao mesmo tempo, um bom contraste.

Para que a imagem fique nítida em um ambiente muito iluminado, a TV deverá ter um display que consiga oferecer uma capacidade de brilho suficiente para não deixar a imagem "apagada". Nesse quesito, displays QLED com mini LEDs são uma boa escolha. Mas se você quer o melhor dos mundos, as telas micro LED são o melhor que se pode ter atualmente, porém são consideravelmente mais caras.

TV QLED Mini LED Samsung QN85B. Fonte: Oficina da Net
TV QLED Mini LED Samsung QN85B. Fonte: Oficina da Net

Quando se joga por horas seguidas, é interessante que não se force muito a vista. O brilho exagerado da tela pode prejudicar a resistência da visão do jogador. Pensando nisso, o ideal para jogos é que se tenha um display com tecnologias que controlem da melhor forma possível o brilho, ou seja, as telas OLED, QD-OLED e micro LED são as ideais neste caso.

Exibição de NFTs de Kevin McCoy utilizando TVs OLED LG. Fonte: LG
Exibição de NFTs de Kevin McCoy utilizando TVs OLED LG. Fonte: LG

5 - Fidelidade de cores

Todos querem a melhor fidelidade de cores possível e para se obter isso só há um caminho. Ir em tecnologias de displays que conseguem controlar individualmente cada pixel. Ou seja, o ideal para conseguir a melhor fidelidade atualmente são as telas OLED, QD-OLED e micro LED.

6 - Suporte a HDR

Atualmente o HDR está presente em muitos tipos de conteúdo, indo de jogos até filmes e séries. Por este motivo, este recurso, e suas variantes, é essencial para se ter em uma smart TV.

O High Dynamic Range (HDR) é uma faixa dinâmica maior que a Standard Dynamic Range (SDR). Uma imagem com faixa dinâmica alta (High-dynamic-range imaging ou HDRI) é formada através do mapeamento e composição de tons das imagens de forma a aumentar a faixa dinâmica além da capacidade nativa do dispositivo de captura. Essa é uma tentativa de aproximar os tons vistos em um ambiente real nas telas, tornando as cores mais vivas, próximas da realidade.

TV OLED LG A1. Fonte: Oficina da Net
TV OLED LG A1. Fonte: Oficina da Net

7 - Suporte a Dolby Atmos

O Dolby Atmos está presente hoje em filmes, séries e jogos, ou seja, se popularizou consideravelmente. Considerando o que ela promete e sua presença nos diversos tipos de conteúdo reproduzido pelas smart TVs, é um recurso tão essencial quanto o HDR.

Tecnologia de som surround desenvolvida pela empresa Dolby Laboratories, a Dolby Atmos faz com que os sistemas de caixas de som com multicanal tenham canais de altura, fazendo com que os sons produzidos sejam interpretados como objetos tridimensionais. A primeira aparição do Dolby Atmos foi nos cinemas, porém a sua popularização fez com que a tecnologia fosse adaptada para o uso doméstico.

Sistema de som com caixas que possuem suporte ao formato Dolby Atmos. Fonte: Dolby (YouTube)
Sistema de som com caixas que possuem suporte ao formato Dolby Atmos. Fonte: Dolby (YouTube)

8 - Sistema operacional

Com a chegada das smart TVs, que permitem a instalação de aplicativos de streaming, entre outros, a escolha de modelos com um bom sistema operacional nunca foi tão importante quanto agora, pois praticamente não há mais televisores sem esta capacidade. Hoje temos como principais opções para smart TVs os seguintes sistemas operacionais (SO):

  • Android TV (Google)
  • Fire TV Edition (Amazon)
  • Google TV
  • Roku TV
  • Tizen OS (Samsung)
  • WebOS (LG)

9 - Conectividade

É importante verificar qual é a conectividade oferecida pelas smart TVs, pois isso determinará seu desempenho ao reproduzir serviços de streaming, que dependem de internet, e conteúdo de áudio. Para ter uma reprodução sem "engasgos" nos filmes, séries e jogos, o ideal é que a TV tenha Wi-Fi 5 ou Wi-Fi 6 pelo menos, considerando as exigências dos conteúdos atuais. Mas se você quiser a melhor qualidade de transmissão possível, é interessante procurar modelos que contem com uma porta RJ45 "Gigabit Ethernet" (conhecido também como 10/100/1000) para conectar um cabo ethernet direto do roteador ou modem de internet.

Não se esqueça do Bluetooth, pois nem sempre é possível utilizar caixas de som dependendo da hora da noite ou de filhos pequenos, por exemplo. Procure adquirir smart TVs com Bluetooth 5.0, 5.1, 5.2 ou posterior, pois assim você terá um padrão mais atual, com maior confiabilidade na transmissão de dados, além de mais recursos.

10 - Taxa de atualização

Como já foi dito acima, os consoles da nova geração (PS5 e Xbox Series X) trouxeram necessidades que não se tinha antes. Uma delas é a taxa de atualização de 120Hz, que só é possível através de cabos e portas HDMI 2.1. Pensando nisso, sempre procure por smart TVs com portas HDMI 2.1.

Diferença entre 60 FPS e 120 FPS. Fonte: techradar
Diferença entre 60 FPS e 120 FPS. Fonte: techradar

Bônus: Tamanho da TV

Dependendo da distância de sua smart TV até o sofá, há um tamanho ideal de tela. Dependendo de quantas polegadas o modelo tiver, pode ser que sua visão não aproveite 100% da tela. Pensando nisso, o site rtings criou uma calculadora para dizer qual é o tamanho ideal da tela da smart TV para se pegar de acordo com a distância até o sofá, poltrona ou cama.