A cada ano a Samsung tenta provar que o futuro dos celulares pode mesmo estar nos dobráveis. E com o Galaxy Z Fold 7, ela chega mais perto do que nunca.

Mesmo que o preço seja inacessível pra maioria das pessoas, esse é o tipo de aparelho que mostra pra onde a tecnologia está indo, e entender isso já é interessante por si só, por isso te convido a assistir esse vídeo até o final.

O Fold 7 não é só um "celular que dobra", ele provou que um smartphone pode evoluir para algo mais flexível e mais útil no dia a dia. Sou Nicolas Muller, eu usei o Fold 7 por algumas semanas e essa é minha análise do celular mais caro da Samsung.

Design, Construção, Telas e Portabilidade

Por experiência própria, tive um Fold 3 e não me adaptei a ele, depois eu testei o 4, o 5 e decidi que o 6 eu não iria testar, então chegou o 7 corrigindo o principal problema que eu havia mencionado em todos os reviews de fold que tinha feito, a tela externa incrivelmente estreita, mas não só isso, ele herdou o DNA do S25 Edge, que pra mim foi o laboratório da Samsung para aprender a fazer smartphone fino.

Design do Fold 7
Design do Fold 7

E talvez os dobráveis sejam a única categoria de celular em que ser fino realmente faz sentido. Afinal, quando você junta duas metades, o resultado sempre acaba ficando mais espesso. Só que ao invés de uma bateria minúscula, aqui temos espaço para duas baterias que trabalham em conjunto, não que a bateria do Fold 7 seja gigante.

Espessura comparado com o S25 Ultra
Espessura comparado com o S25 Ultra

Aberto, tem apenas 4,2 mm de espessura, o que reforça a sensação de leveza que a gente não via antes nessa categoria. E, mesmo sendo tão fino, abriga uma tela interna Dynamic AMOLED 2X de 8 polegadas, com taxa adaptativa de 1 a 120 Hz e brilho de até 2.600 nits, o mesmo nível do Galaxy S25 Ultra. A dobra ainda é reflexiva vista de lado, cada vez mais escondida e imperceptível vista de frente.

Tela aberta comparado com o S25 Ultra
Tela aberta comparado com o S25 Ultra

Algumas pessoas reclamam da proporção quadrada da tela, afirmando que não é tão vantajoso para consumir conteúdos, mas colocando lado a lado com um celular grande, ainda assim o vídeo é maior. E olha que legal, se dobrar, você continua assistindo o vídeo na tela erguida, sem necessidade de um suporte.

Fechado, ele mede 8,9 mm, também o tamanho do S25 Ultra, e traz uma tela externa de 6,5 polegadas com proporção 21:9, bem mais confortável para digitar, rolar redes sociais e usar no dia a dia. Essa nova proporção finalmente resolve aquele incômodo das versões antigas, em que o teclado era estreito demais e as teclas pareciam se espremer na tela.

Multi tarefa no Fold 7
Multi tarefa no Fold 7

A experiência de multitarefa é excelente. Rodar dois apps lado a lado é algo natural, e o modo Flex permite dobrar o aparelho para assistir vídeos apoiado, sem precisar de suporte.
O único porém é o escalonamento de apps, que ainda não está 100% otimizado: aplicativos como Instagram podem parecer "esticados" demais, cortando parte do reel que você está assistindo no feed. Tem mais apps que isso é um problema.

Em proteções, saiba que o corpo é feito em Advanced Armor Aluminum, com traseira em Gorilla Glass Victus 2 e frente com Gorilla Glass Ceramic 2. A estrutura interna usa um vidro ultrafino duas vezes mais espesso que o do Fold 6, com reforço de placa de titânio, deixando o conjunto mais sólido.

A dobradiça Armor Flex foi projetada para aguentar 500 mil aberturas, segundo testes da Samsung. Ela fecha sem espaço entre as telas, o que dá uma aparência mais refinada. Por outro lado, abrir com uma mão é praticamente impossível, já que o corpo é bem fino e escorrega fácil.

Fold 7 pode molhar, mas não faça isso
Fold 7 pode molhar, mas não faça isso

A certificação é IP48, para quem não é familiarizado, o IP48 garante que ele esteja protegido contra água, mas não totalmente contra poeira, afinal ele dobra e poeira e detritos em meio a essas duas telas enquanto fechado, não deve ser uma boa ideia. Essa proteção não chega a ser como o IP68 do S25 Ultra, mas já é um avanço para um dobrável.

O ponto negativo é o calombo da câmera, que ficou bem saliente, e sim, ele faz o aparelho balançar quando colocado sobre uma mesa. Aliás, eu nunca vi um balanço tão grande quanto esse.

E quase ia esquecendo, se você é fã da SPen, diga Adeus, mais um item que ficará restrito ao S25 Ultra, por ser tão fino, não houve espaço para colocar uma caneta do Fold e sinceramente falando, acredito que seria mais usável aqui do que no S25 Ultra, afinal é o Fold o smartphone mais parecido com um tablet.

Ainda sobre reduções, os alto falantes diminuíram, porque tudo diminuiu aqui e o som é mais fraco quando comparado com o S25 Ultra. A qualidade é ótima, só não tem a intensidade que o S25 Ultra é capaz de produzir, diga-se de passagem, volume digno de uma caixinha de som.

Câmeras

Câmera traseira
Retrato câmera principal
Selfie noturna
Noturna
Noturna
Noturna
Selfie frontal
Selfie com traseira
Selfie com traseira
Selfie frontal
UW
1x
Zoom UW
Zoom - 1x
Zoom - 3x
Zoom - 10x

Aqui a Samsung finalmente trouxe o que o público pedia. O sensor principal é o mesmo de 200 MP do Galaxy S25 Ultra, um incremento aos 50MP do Z Fold 6, entregando um salto enorme na qualidade das fotos, com muito detalhe e ótimo alcance dinâmico. Temos ainda uma ultrawide de 12MP e para fechar o conjunto traseiro, uma telefoto de 10MP com capacidade de zoom ótico de 3x. As selfies, sim, as, pois temos uma na tela interna, com 10MP e agora não é mais abaixo da tela igual nos Folds passados perdendo totalmente a qualidade, mas um buraco igual da linha S25 e por fim mais uma selfie de 10MP na tela frontal.

O Fold 7 grava em 8K a 30 fps e tem suporte a vídeo em Log, algo raro em dobráveis. O recurso Cover Screen Preview é outro destaque: permite usar as câmeras traseiras para selfies, usando a tela externa como visor, e melhor, você pode dividir a tela e colocar seu roteiro ao lado e facilitar na hora de gravar. Algo que achei muito bom. Inclusive você assistiu todo esse trecho gravado com a câmera do Fold usando o microfone interno do Fold, com melhoria de áudio da Samsung

As fotos diurnas feitas com o Galaxy Z Fold 7 mostram que o conjunto de câmeras principais está muito bem calibrado para diferentes situações de luz. A primeira coisa que chama atenção é o nível de nitidez e detalhamento, especialmente nas texturas, dá pra ver claramente as pétalas da flor, os reflexos na água e até as nuances de luz no céu. O HDR trabalha com equilíbrio, evitando estouros nas áreas iluminadas sem escurecer demais as sombras. As cores são vibrantes, mas sem exageros: o amarelo das flores, o verde das folhas e o azul do céu mantém aparência natural, com aquele toque de contraste que realça o visual sem parecer artificial.

Em ambientes internos, como na foto do prato, o Fold 7 também se sai bem. A câmera mantém o balanço de branco preciso e não distorce as cores dos alimentos, o que mostra que o sensor lida bem com diferentes temperaturas de luz. Mesmo em dias nublados, o aparelho conserva um bom alcance dinâmico e consegue preservar a sensação de profundidade na cena.

Em retratos, essas duas fotos aí são com a câmera selfie e câmera traseira. Podemos ver que o recorte segue aquele padrão, usando software e não a diferença entre planos.

Selfie frontal vs Selfie câmera principal

Uma das vantagens de abrir o celular é poder tirar foto com a câmera principal se enxergando ao mesmo tempo e apesar do Fold contar com uma câmera selfie externa, as selfies usando a principal ficam muito melhores, veja esses dois exemplos, a foto externa tem balanço de branco muito melhor, sem falar no controle de exposição.

Agora na foto interna, assim como na externa, podemos ver o desfoque natural da câmera principal quando a selfie fica sem esse aspecto.

Pouca luz

As fotos noturnas feitas com o Galaxy Z Fold 7 mostram o quanto um dobrável evoluiu em câmera, a principal faz um ótimo trabalho ao equilibrar exposição e nitidez, mantendo texturas realistas e boa definição mesmo em áreas com iluminação mista, como nas palmeiras e na fachada da casa. O processamento da imagem reduz ruídos sem destruir detalhes, e o balanço de branco é ótimo, evitando aquele tom amarelado que costuma aparecer em fotos noturnas.

O modo noturno entra de forma quase automática e trabalha de maneira discreta, entregando imagens com bom contraste e profundidade.

Zoom

O Fold conta com zoom de 3x óptico, isso limita aquelas aproximações que você está mais habituado a ver com 100x, na verdade até 10x já começa a sofrer, mas ainda é visível. É a mesma capacidade que vemos no S25 e S25 Plus.

Como já falei, a Samsung poderia ter colocado 5x, mas acredito não fazerem isso pelo GAP entre 1x e 5x, muitas pessoas vão aproximar 3x e é nesse ponto que vai faltar aquele sensor intermediário que hoje está presente.

Posso afirmar que as fotos do S25 Ultra ainda se saem melhores, especialmente por contar com o sensor periscópio, mas certamente é um ótimo avanço em celular dobrável.

Desempenho e Software

O Fold 7 traz o Snapdragon 8 Elite for Galaxy, o mesmo chip do S25 Ultra. Ele vem com 12 GB de RAM e 512GB de armazenamento interno. Ainda há outra versão de 1TB de armazenamento com 16GB de RAM, acredito que 12GB seja suficiente para eu abrir o Youtube Studio e ver que estamos quase chegando aos 400 mil inscritos.

O desempenho é excelente em tudo: apps, jogos, multitarefa, edição de vídeos. Mesmo sem câmara de vapor, o sistema lida bem com o calor, embora alguns testes mostrem leve thermal throttling em sessões longas de uso intenso.

Vídeo incorporado do YouTube

Nos testes de jogos, o Galaxy Z Fold 7 mostrou ser potente de verdade. No Asphalt Legends Unite, o aparelho manteve média de 118 FPS com estabilidade perfeita, o que o coloca entre os poucos celulares que conseguem rodar o jogo nessa fluidez absurda. Em títulos pesados como CarX Street e Genshin Impact, o Fold 7 também mandou bem, alcançando 56 FPS e 60 FPS, respectivamente, sempre com ótima consistência. Mesmo em jogos que costumam travar em outros modelos, o desempenho foi exemplar, garantindo os selos "Roda Liso" e "Roda Competitivo" sem esforço.

Em games online, como COD Mobile e Delta Force, o Fold 7 atingiu 120 FPS estáveis, o que coloca o dobrável no mesmo nível dos melhores tops de linha. No geral, é impressionante ver um celular dobrável entregar performance digna de flagship gamer, jogar no Fold 7 é tão fluido quanto em um S25 Ultra, só que em uma tela é muito maior.

O Fold7 sai de fábrica com Android 16 e One UI 8, e a Samsung promete 7 anos de atualizações de sistema e segurança.

O pacote Galaxy AI está completo, inclui recursos como Circle to Search, resumo automático de textos, tradução ao vivo e a edição generativa de fotos. Todos esses recursos funcionam igualmente bem aqui e no S25 Ultra.

Bateria e Carregamento

A bateria do Galaxy Z Fold 7 mantém a mesma capacidade de 4.400 mAh da geração anterior, eu até consigo elogiar a Samsung, pois deixou ele muito mais fino e manteve a capacidade, claro, algumas decisões foram necessárias, a exemplo o sacrifício da Spen.

#CelularesCapacidadeConsumoTela LigadaTempo carregamento
83°Realme 125.0009107:45h01:13h
84°Samsung Galaxy S25 Ultra5.0009207:45h01:15h
85°Motorola Razr 60 Ultra4.7009207:45h00:46h
131°Motorola Edge 30 Pro4.80010007:12h01:00h
132°Samsung Galaxy Z Fold74.40010007:11h0
133°Xiaomi POCO X3 Pro5.16010007:08h01:20h

Em nossos testes, o Fold 7 durou 7 horas e 11 minutos em uso contínuo, consumindo 100% da carga, um resultado bom para um dobrável com duas telas grandes e brilho tão alto. O carregamento rápido da Samsung não é tão rápido, leva 1h20min para completar de 0% a 100% com o carregador padrão de 25W com fio que vem na caixa, ele também conta com carregamento sem fios de 15W.

Comparando com o Galaxy S25 Ultra, que traz 5.000 mAh, o ganho de autonomia é claro: ele consome 92% da bateria em 8 horas de uso e levou 1h15 para recarregar totalmente.

Resumindo, o Fold aguenta um dia de uso moderado, mas se o foco for na tela interna, o consumo cresce rápido. Eu meu uso diário, onde eu ativo a proteção para 85% da carga, ele sempre sobreviveu até o final do dia, mas usuários mais ativos podem sofrer com o final do dia sem carga.

Preço e conclusão

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Fato é que a Samsung finalmente conseguiu fazer o Fold 7 se comportar como um smartphone de verdade quando está fechado. A tela tem largura suficiente, o peso é equilibrado e a espessura ficou ideal. Quando aberto, ele se transforma em um mini tablet potente, com tudo o que há de melhor em desempenho, armazenamento e câmeras, herdando, inclusive, sensores da linha Galaxy S25.

É aquele tipo de aparelho que mostra o quão longe a engenharia pode chegar, mas também o quanto ainda estamos longe de vê-lo se tornar popular.

Agora é inevitável eu falar de uma parte que dói: o preço. Fold 7 é o celular mais caro da Samsung, e esse valor já serve como filtro natural pra muita gente. A boa notícia é que, como todo Android, o preço tende a cair rápido. Ele chegou ao Brasil por R$ 14.599, e hoje já aparece por volta dos R$ 10.700, uma queda de cerca de 25% em poucos meses. Ainda assim, é um valor alto demais pra indicar como boa compra.

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Pra comparar, o Fold 6, que foi lançado em julho de 2024 por R$ 13.799, hoje pode ser encontrado por cerca de R$ 5.300, uma redução de 62%. Esse sim, já começa a fazer sentido pra quem quer experimentar o mundo dos dobráveis, mas em compensação, não tem a tela externa larga o suficiente como eu gosto.

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Então resta aguardar o Fold7 chegar até um patamar onde seja justo comprar, acredito que por se tratar de um produto de alto nível de qualidade e materiais, o valor ideal seria na faixa dos R$ 7000.