Nesta quarta-feira (31), o WhatsApp realizou o primeiro evento direcionado para a imprensa no Brasil. Os executivos da empresa faltaram sobre a importância do país para as suas operações e ainda sobre os casos recorrentes de bloqueio do aplicativo pela justiça brasileira.

O gerente de desenvolvimento de software do WhatsApp, Ehren Kret, disse que 94% dos usuários do país do aplicativo consideram o recurso de criptografia muito importante, e 71% utilizam para enviar mensagens com dados pessoais sensíveis. "Nós já somos parte importante das comunicações cotidianas das pessoas, mas estamos apenas começando", ressaltou.

WhatsApp no Brasil
Vale lembrar que, recentemente, a empresa divulgou que o aplicativo conta com mais de 120 milhões de usuários no Brasil. Mark Kahn, responsável pela área jurídica do WhatsApp disse que o "Brasil é um mercado extraordinariamente importante para o WhatsApp".

Kret comentou que a empresa tem como objetivo ainda desenvolver o WhatsApp para que o mensageiro também se torne um modo de as empresas e serviços se comunicarem com os seus clientes. Não foi mencionado de que forma isso será feito e nem quando será implantando.

O gerente de comunicações e relações públicas da empresa, Matt Steinfield, disse que isso não irá transformar o WhatsApp em uma plataforma de propagandas, e que o serviço oferecido continuará idêntico. As empresas que quiserem usar o serviço poderão ser tarifadas, porém, os usuários não.

Kret disse que oferecer criptografia ponta-a-ponta a todos os clientes era um desejo antigo. Conforme o gerente de software, foi a maior implementação dessa tecnologia da história. Agora, todos os usuários do WhatsApp já utilizam o recurso de criptografia ponta-a-ponta. "Nosso servidor já nem está mais configurado para receber mensagens descriptografadas", disse.

O app utiliza o protocolo Signal, desenvolvido pela Open Whisper Systems. O protocolo é considerado pela indústria como o meio mais seguro de comunicação, sendo que passa por revisões de terceiros seguidamente.  "Com o máximo de poder computacional disponível hoje, levaria milhões de anos para descriptografar uma das nossas mensagens. E seria necessário repetir o processo para cada mensagem que você quisesse ler", disse Kret.

As mensagens ficam criptografadas nos servidores da empresa, deste modo, nem mesmo o WhatsApp tem acesso sobre o conteúdo das conversas dos usuários, incluindo as conversas de áudio e vídeo. "É como ser nosso servidor fosse um túnel que isolasse as pessoas que conversam do resto do mundo", disse Matt Steinfield.