Já há algum tempo tenho batido na mesma tecla: O que podemos esperar do crescimento da tecnologia? A tendência já se confirma quando vemos que o smartphone não é mais só o aparelho para fazer ligações, usar a internet e jogar. Hoje ele se tornou mais um controlador de uma rede de gadgets presentes em nosso corpo e em nossa casa. Com a proposta de ampliar o olhar do usuário, a Samsung lançou a Gear 360, uma câmera capaz de registrar vídeos e fotos com uma angulação total, em 360 graus. Ela é amigável apenas aos dispositivos mais parrudos da marca (Galaxy S7, S7 Edge, S6/Edge/Edge+ e Note5) - embora você possa usar um software no computador para editar e publicar os arquivos caso não seja usuário da Samsung - limitando um pouco sua utilidade para grande parte dos possíveis interessados. A câmera foi lançada em 30 de junho de 2016 com preço fixado em R$ 2.599,00. De lá para cá o preço caiu bastante e já se pode encontrá-la por menos de R$ 1500.00. A pergunta é: vale a pena?

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Sem o pequeno tripé que acompanha o Kit do Gear 360, a câmera se parece muito com uma bola. Achei o design muito simples e objetivo. Fácil de identificar cada elemento, botão, visor e como proceder para fazer a máquina funcionar.

A lente principal é a contrária ao pequeno visor - que serve para mostrar o modo escolhido, quantidade de fotos ou tempo de vídeo disponível na memória microSD que você vai inserir na câmera. Como posso falar das ‘laterais’ sendo que a câmera é redonda? Pois bem, numa destas lateais, estão o botão de Ligar e voltar e outro com a função do bluetooth e Menu. Na outra lateral está a porta USB (para transferência dos arquivos e também para recarregar a bateria do Gear 360, o slot para inserção do cartão microSD de até 256GB e a bateria removível de 1350 mAh.

A qualidade da construção do Gear 360 é incrível. Particularmente achei o tripé muito bom. De qualquer forma você não vê imperfeições ou falhas no acabamento. Olhando de frente para as lentes, vemos o vidro que protege a integridade da lente, uma argola prata para detalhe estético, um LED vermelho para identificar qual das lentes você está usando no momento. Também dá para ver os microfones em um ponto logo ao lado. O botão do obturador fica posicionado bem no topo superior da câmera, grande suficiente para clicar em qualquer posição que você estiver segurando a câmera.

As medidas do Gear 360 são bem definidas. 60mm de largura (66,5mm se contar a proteção das lentes). Como há uma sapata no "pé" da câmera para acomodar o tripé - aliás, com rosca padrão para servir em qualquer sapata, a altura do Gear 360 é de 56mm. Com os 50,8mm da altura do tripé, o conjunto montado fica com aproximadamente 107mm.

Da questão física do Gear 360, quero reforçar que não me senti confortável sempre que estava com a câmera nas mãos ou por perto, mesmo dentro da bolsa para carregá-lo. A sensação de que você está em posse de algo frágil é constante. E olha que a câmera tem resistência contra poeira e respingos de água.

Ps: Nada de sair pulando para dentro de uma piscina com ela.

Além do tripé incluso no kit, você pode usar qualquer outro tripé convencional ou ainda o famigerado pau de selfie. O pequeno tripé também serve como um pegador para usar a câmera com a mão, mesmo assim não senti total firmeza com ele.

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Se você está em busca de uma Gear 360, então quer saber a capacidade que ela tem de tirar fotos em 360º ou então com aquele efeito "fisheye" em uma das lentes. Pois bem, ambas as lentes têm resolução máxima de 15 megapixels, no entanto, as configurações de resolução mudam se você utiliza apenas uma das lentes. Quando se está usando apenas a câmera principal, a resolução máxima suportada é de 2560x1440. Já uma foto com as duas lentes ativas vai gerar uma resolução de 7776X3888 pixels.

O que toda essa resolução quer dizer na prática? Tirando a fusão que as lentes geram quando se encontram, a qualidade da imagem é bastante satisfatória, mesmo se você não utilizar a resolução 4K ou os 30M para as imagens. Porém, o 4K não será perfeita - talvez por se tratar de um vídeo em 360 graus. No teste que você confere abaixo, o upload do vídeo está em 4K, mas a qualidade deixa a desejar:

Já na foto, tirada logo antes do começar a gravar o vídeo, a resolução máxima para fotos em 360 deixa nítida a qualidade da imagem.

Em dois testes de upload com fotos 360 no Facebook, a fusão das lentes ficou MUITO evidente. 

Já em ambientes com pouca luz e usando apenas uma das lentes, o resultado precisou passar por um programa de edição para um resultado meramente satisfatório.

Agora um exemplo de foto 360 em seu formato natural, em plano normal.


Imagem excelente, inclusive para separar os "globos" e utilizá-los separadamente

Foto tirada com apenas uma das lentes. Gostei!

No geral tanto fotos como vídeos ficam com qualidade ótimas, mas, como o Gear 360 é a primeira câmera 360º que passou aqui pela redação do Oficina da Net, infelizmente a nossa opinião ficará deficitária. Até que outro concorrente desembarque por aqui, o Gear 360 é a melhor opção de compra no setor.

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Toda a beleza de design e a qualidade das imagens perde o brilho quando falamos de compartilhar as fotos e vídeos que você fez com sua Gear 360. Falo isso porque simplesmente os únicos smartphones compatíveis com a câmera são aqueles que pertencem ao pelotão de elite da Samsung, então se você não tiver pelo menos um Galaxy S6 ou um Galaxy Note 5, terá que fazer fotos e vídeos ‘no escuro’ e conferir apenas em casa no PC - através de um software entregue junto da câmera. Ah, se você é usuário iOS, também está de fora.

O programa até que é de fácil entendimento, funciona como um Adobe Premiere ou Windows Movie Maker.

Você, basicamente, importa os vídeos e fotos que fez, ordena-os na timeline, insere músicas e manda exportar.


O software da Samsung tem suporte para o padrão H.265, superior ao H.264 tradicional

Na hora de exportar, dá para mandar o vídeo editado para dentro de seu PC ou então subir diretamente para o Facebook ou Youtube. Eu o fiz das duas formas e as duas correram como esperado. Porém, todo esse processo fica extenso quando vivemos num mundo instantâneo, não é mesmo?

Problema que não afeta quem é dono de um Galaxy S6 ou superior, já que este pode fazer todo o processo diretamente no smartphone. 

Um processo ainda mais demorado é necessário para postar uma foto em 360º. Como não tenho as imagens diretamente no celular (um Zenfone 2), tive de jogar os arquivos no Google Photos, de lá abrir o app no smartphone para poder salvá-las na pasta do dispositivo. O Facebook, por exemplo, não permite upload, na linha do tempo, através de outras pastas que não sejam a Galeria ou o "rolo da câmera". Outro coisa que percebi é que se você jogar uma foto 360 no Photoshop para ajustes de cor, por exemplo, o Facebook não reconheceu mais a imagem como sendo panorâmica. Portanto, só os arquivos originais pode ser postados na rede social em formato 360. PS: Você as viu ali acima na parte da câmera.

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Como não tive a oportunidade de testar outras câmeras 360º, limito-me a dizer que o Gear 360 é um excelente equipamento para quem quer muito a possibilidade de gravar vídeos neste formato. A qualidade das imagens é excelente para esta proposta e a ‘ligação’ entre as lentes pode ser considerada suave nos vídeos, porém bruta nas fotos. Aqui no Brasil o grande "tendão de aquiles" é mesmo o preço, encontrada por R$ 1.500,00 eu julgo que é um valor que pode ser investido em outro gadget atual, como um smartwatch, por exemplo.

Apesar de tudo isso, é inegável que, pelo menos por ora, a possibilidade de registrar momentos em 360º saiu do conceito e se tornou uma realidade mais palpável que outras tecnologias. Fica o questionamento se este modelo de vídeo vai ganhar ainda mais espaço. O que você acha?

E você o que pensa sobre a Samsung Gear 360? Deixe seu comentário.