Olá leitores da Oficina da Net, é o wetto aqui de novo e agora é hora de entrar em uma área que também é minha expertise, que seriam teclados.


Teclados foram uma excelente invenção. Proporcionam um ótimo lugar para dormir e receber afetos do humano.

Para esta análise, temos um teclado que é o Redragon Yaksa, um teclado de membrana com um custo razoável (circula entre R$ 160 ~ R$ 190) e promete alguns recursos bem interessantes.

Antes de começarmos, quero que os leitores saibam que já fiz análise do teclado Redragon Kumara, que sinceramente é um dos melhores Custo x Benefício do mercado de teclados mecânicos:


Redragon Kumara K552

E também fiz análise do teclado Redragon Karura, o qual prometia ser um teclado low-profile com tremendo CxB, porém acabou não indo bem em sua análise devido à falta do mecânismo scissor em suas teclas:


Redragon Karura K502

O teclado Redragon Yaksa é irmão do Karura, tem perfil alto, oferece resistência a líquidos e também tem teclas de macro, o que são diferenciais que supostamente o destacam mediante concorrentes.

Então, vamos ver se ele realmente é tudo isso.

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O Redragon Yaksa é um teclado razoavelmente simples em seu design. Nada de recortes exagerados como o CM Storm Octane, mas isto não é um ponto negativo.


Imagem por Rhodocene: https://linustechtips.com/main/topic/618809-redragon-yaksa-thoughts-on-a-membrane-keyboard/

Assim como grande maioria dos teclados iluminados de baixo custo, é muito difícil visualizar os caracteres do Redragon Yaksa sem a sua iluminação estar ligada. Mas, ao ligar a mesma, tudo fica diferente:

O Redragon Yaksa tem uma iluminação boa para um teclado de membrana, com brilho razoável, e é até capaz de trocar de cores, sendo possível escolher:

  • Branco
  • Amarelo
  • Vermelho
  • Azul
  • Azul bebê
  • Verde
  • Roxo

Mas na verdade o Azul Bebê e a cor Branca tem praticamente o mesmo tom neste teclado.

Conforme já puderam verificar na imagem anterior, algumas partes das teclas não ficam bem iluminadas, sendo que a luz fica focada no centro da tecla (vejam o Caps):

Mas, isto não é algo que atrapalha no uso.

A luz não passa através dos caracteres das teclas de macro, mas elas acabam sendo fáceis de identificar mesmo no escuro devido à tonalidade vermelha destas.

Um dos pontos que mais espantam no Redragon Yaksa é o seu peso, pesando "incríveis" 1 Kg, o que acrescentado ao cabo em nylon e conector banhado a ouro, dá a impressão para público leigo que este seja um teclado muito superior a concorrentes.

Afinal, ser pesado indica que ele é bem feito, né? Não exatamente e vocês vão ver a razão para isto depois.

A parte inferior do teclado é bem simples, há apenas os pés para ajuste de altura e o encaixe para o apoio de pulso.

Há uma quantia bem razoável de borracha para manter o teclado no lugar:


Imagem por Rhodocene: https://linustechtips.com/main/topic/618809-redragon-yaksa-thoughts-on-a-membrane-keyboard/

Embora infelizmente os pés de ajuste não sejam emborrachados, o que facilita a movimentação do teclado quando estes estiverem sendo usados.

O Redragon Yaksa conta com um apoio de pulso, este que é exatamente o mesmo que é usado no Redragon Yama de R$ 700.

O apoio para pulso é razoável, não há nada de especial em seus materiais e não é anti-aderrente, mas nem por isso acaba sendo desconfortável ou mal feito.


Imagem por Rhodocene: https://linustechtips.com/main/topic/618809-redragon-yaksa-thoughts-on-a-membrane-keyboard/

Enfim, a construção do Redragon Yaksa é boa e adequada à sua faixa de preço, sendo que o seu peso até espanta para algo da categoria, dando a impressão que seja melhor construído que outros.

Mas, será mesmo? Vamos então abrir ele.

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O circuito de membrana do Redragon Yaksa não parece muito diferente de circuitos de teclados comuns, mas ao inspecionar com mais cuidado, é possível ver que há um número maior de circuitos e muitas trilhas diferentes nas principais teclas usadas por jogos.



Os circuitos danificados na imagem, foram por minha culpa.

Tal recurso garante ao Redragon Yaksa o famoso "anti-ghosting", que evita que teclas sejam canceladas ou não sejam registradas ao pressionar outras.

Por isto, quem joga jogos de FPS não terá problemas com teclas falhando ao usar este teclado:


Algumas das principais teclas usadas em jogos de FPS

Nem o pessoal que gosta de alguns jogos de corrida antigos (ex: NFS Underground) no teclado:

E o pessoal que curte emuladores, também não terá problemas ao tentar correr, pular e fazer outras tarefas no teclado como se fosse um controle:

E é o fato de ter anti-ghosting, que classifica o Redragon Yaksa como sendo de fato um "teclado gamer", diferente de muitos outros que só tem aparência e acabam falhando nos mesmos testes (Devastator, estou falando de você).

Embaixo deste circuito de membrana, está a iluminação do teclado, composta por nove LEDs e espalhada com o uso de uma placa de acrílico branca.

Mas, além destas peças, encontramos algo diferente no Redragon Yaksa, algo que muitos de seus concorrentes não tem e que ele acaba usando como "diferencial" e iludindo muita gente:

Uma placa de aço ridiculamente pesada, que serve para suporte para as teclas e para deixar o teclado mais pesado.

Esta placa de aço sinceramente não acrescenta durabilidade ao teclado e apenas serve para "dar a impressão" de que este seja de melhor qualidade que outros teclados, sem que isto seja verdade.

O teclado funciona e opera normalmente até mesmo sem esta placa, a única diferença é que seu peso diminui e toda aquela falsa impressão de "robustez" disaparece junto com 500 gramas:

A controladora do teclado é bem simples, tendo conectores USB até bem soldados, sendo mantidos de forma segura com o uso de cola quente.

Isto pode parecer um ponto negativo, mas é aceitável para um teclado da faixa de preço e sinceramente está bem melhor do que o G.FALLEN RoboriS que abri recentemente...

Por último, temos a capa traseira do teclado, a qual é razoavelmente fina e não tem nada de interessante, mas é aceitável.

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Agora, vou explicar para vocês como a resistência a líquidos do Redragon Yaksa funciona. Mas esqueçam mecânismos complexos ou materiais especiais, o Redragon Yaksa não tem nada disso.

A razão porquê ele tem uma certa resistência (atenção: resistência não quer dizer que ele seja à prova) a líquidos, é que se você derramar algo dele, muito provavelmente o líquido não vai entrar no interior do teclado.

As "entradas" para as teclas do Redragon Yaksa são mais altas do que em outros teclados e toda a parte superior do teclado, é completamente vedada para que caso algo caia sobre ele, possivelmente não entre no seu interior.

Também, o mesmo não possui "saias" nas suas laterais e é projetado para que caso líquidos caiam sobre este, estes venham a escorrer pelas suas laterais:

É um sistema extremamente simples, é barato para implementar e sinceramente não sei porquê algumas fabricantes de teclados ainda não fazem isto.

Eu mesmo coloquei ele à prova, embora a tecla N parou de funcionar no momento e voltou depois.

Infelizmente este tipo de design não pode ser aplicado a teclados low-profile (pois afinal, a tecla precisa ser alta para que não entre líquido nela).

Mas, ele pode ser aplicado em teclados mecânicos, criando uma barreira ao redor do switch, embora isso acabe aumentando consideravelmente o custo de produção do teclado, visto que o material usado é aço ou alumínio:

Todavia, o Redragon Yaksa não é "à prova" de coisa alguma e se uma quantia absurda de líquido cair sobre ele, pode o mesmo acabar entrando no circuito interno e causando estragos, especialmente refrigerante, que tende a corroer os componentes internos do teclado.

Então, mesmo com um Redragon Yaksa, por favor, tentem ter alguns cuidados em seu computador, vocês não sabem a dor que dá no coração quando vejo alguém me procurando porquê um teclado de R$ 200, R$ 500 ou R$ 1.200 parou de funcionar direito depois de derrubarem algo nele.

Prosseguindo, um dos diferenciais que separa o Redragon Yaksa da maioria dos concorrentes de membrana, é que o mesmo possui macros.

Todavia, além do Redragon Yaksa não possuir um software, estas macros são bem limitadas.

  • Cada macro pode conter no máximo 42 instruções (teclas).
  • Intervalos entre macros não são gravados.
  • Os intervalos são fixos em 50ms.

E isto sinceramente já impossibilita a criação de diversas macros, assim como também acaba inutilizando este sistema do teclado.

Sendo bem sincero, se for apenas pelas macros, eu não recomendaria o Redragon Yaksa. Se o seu objetivo for apenas macros, peço que procure um BOM MOUSE (que é a melhor escolha) ou outro teclado como o Corsair Raptor K30, embora o software dele também seja meio ruim (por isso mouse!)

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O Redragon Yaksa é um teclado gamer de membrana de ótima qualidade, bem adequada ao seu preço. Sua construção é bem feita, as teclas são suaves, a iluminação, embora não seja muito forte, é adequada e a troca de cores é um de seus diferenciais.

Comparando ele com o seu irmão Redragon Karura, o Yaksa é muito superior para funções como digitação e repetição de teclas, visto a melhor resposta de suas teclas e o fato do Karura realmente ter alguns problemas.

O Redragon Yaksa compete diretamente com o Corsair Raptor K30 e possui alguns diferenciais que podem ser interessantes em comparação com ele, tal como o apoio para pulso, uma certa resistência a líquidos e a capacidade da escolha de cores.

E uma das semelhanças que estes dois teclados possuem, são as macros. E pelo amor de Deus, não comprem nenhum destes dois teclados apenas pelas suas macros.

Discutindo sobre a questão do preço agora, o Redragon Yaksa fica na faixa dos R$ 180~200, o que não é nem barato e nem caro, um valor adequado para o que vimos até agora e por isso gosto de recomendar ele.

O mesmo também é encontrado em um combo juntamente ao mouse Redragon NEMEANLION por uma diferença de R$ 30~40 na maioria dos locais, sendo que o próprio mouse é vendido separadamente por R$ 70.

Já o Redragon Nemeanlion embora tenha alguns componentes bons, tal como os switches OMRON em seus botões principais, infelizmente ele conta com a utilização do sensor AVAGO ADNS-5050, que nada mais é do que um sensor feito para mouses de escritório.

É completamente inadmissível que um mouse que se entitule "gamer" utilize tal sensor, pois ele trava em movimentos rápidos, possui distorções quando usado em altas DPIs, possui angle-snapping e também não é exatamente conhecido por sua durabilidade.

Um mouse que possui este sensor e que simplesmente bombou em uma das minhas análises, foi o Multilaser Warrior MO191, ele simplesmente falha em todos os testes.


Pensa em um mouse ruim e cheio de mentiras...

O Redragon Nemeanlion pode talvez ser um bom mouse para escritório ou para pessoas que não joguem, mas não posso recomendar a acquisição deste como por jogadores, especialmente de FPS.

E isto sinceramente é um problema bem comum em combos gamer. O CM Storm Devastator tem um mouse que simplesmente não presta em termos de durabilidade e precisão, enquanto o CM Storm Devastator II amenizou o problema de durabilidade, mas o mouse continua sendo vesgo como sempre.

O combo CM Storm Octane pelas especificações parece ser o melhor combo abaixo de R$ 300, mas os componentes usados no mouse e a implementação do sensor, não foram bem feitos. Ele é apenas o "menos pior" deste grupo, considerando o teclado e mouse.

O combo Cougar DeathFire sofre do mesmo problema que o combo Redragon, componentes feitos para durar, mas o sensor do mouse é vesgo, pois usam exatamente o mesmo AVAGO 5050.

O único combo que eu realmente respeito é o combo Logitech G100S. Um excelente mouse e um teclado razoável, sem frescuras. Pode parecer o pior em termos de estética, mas iluminação que troca de cor nunca aumentou o K/D de jogador algum. Um bom mouse, sim.

Mas no final das contas, sempre considerei combos como sendo a pior opção disponível. Normalmente você acaba com um mouse, em alguns o teclado e em vários casos ambos sendo de baixa qualidade apenas por questão de estética e para "combinar".

É preferível ao leitor que compre um teclado como o Redragon Yaksa (R$ 180) e um mouse como o CM Storm Xornet II (R$ 110) do que investir em kits, pois a qualidade de dois bons equipamentos separados, vai ser muito superior a estas porcarias de combos.

Aliás, anotem muito bem: é preferível ter um bom mouse de R$ 150 e um teclado de 30 reais, do que o contrário, que é o que acontece em maioria destes combos, incluindo este da Redragon.

Pontos Positivos

 

  • Acompanha um apoio para pulso decente.
  • Boa Construção Externa.
  • Iluminação capaz de trocar de cores.
  • Possui um bom anti-ghosting.
  • Possui uma certa resistência a líquidos.
  • Teclas macias e suaves.

Pontos Negativos

  • Não é tão bem construído quanto o seu peso sugere (que aliás, é só um truque)
  • O brilho da iluminação pode ser inadequado para alguns.
  • O sistema de macros é mal feito e incompleto.
  • O mouse do seu combo não é de boa qualidade (felizmente ele é vendido separadamente)

Vale lembrar que a nota final que estou dando é válida apenas ao teclado. O combo teria uma nota inferior a isto.

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