Quando li as primeiras notícias sobre a venda do Yahoo, em maio deste ano, busquei algumas respostas e fiquei surpreso com o resultado da pesquisa. "O Yahoo está decaindo há quase 10 anos"; "atrasado em relação ao mercado e seus principais concorrentes". 

Ao pensar em negócios digitais usando estratégias ensinadas na atualidade, e até sem qualquer tipo de segredo, como CRIAR NECESSIDADES NAS PESSOAS QUANTO AOS PRODUTOS OU SERVIÇOS, ou DIRECIONAR AS TENDÊNCIAS DE MERCADO POR MEIO DA INOVAÇÃO, tanto o Yahoo como os demais gigantes da internet caminham de forma semelhante: aquisição de empresas que fazem sucesso, criadas por jovens talentos; aquisição de empresas de tecnologia com foco em mercados distintos, por acreditar em vertentes promissoras ou mercados de nichos.

As aquisições do Yahoo, até a gestão de Marissa Mayer (foto à direita), foram semelhantes nos últimos anos quanto às gestões anteriores à dela. Da mesma forma, imperceptível o impacto no modelo de negócios da

 empresa para a conquista de novos mercados ou adeptos à marca. Tão imperceptíveis foram as criações de novos conceitos/produtos. Para conferir a lista de aquisições, veja a "List of mergers and acquisitions by Yahoo!"

A Microsoft, com visão diferenciada, fez aquisições interessantes, como o Skype, em maio de 2011; a fabricante de smartphones finlandesa, Nokia, em setembro de 2013; as redes sociais, como o LindedIn (em junho de 2016); além de ser proprietária do console X-Box, de sistemas de escritórios de grande utilização, dentre outros produtos.

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Nas margens do grande mar chamado Mercado, e à deriva, em busca de novos sócios ou compradores, havia a Blackberry, que fez anúncios de falência caso não houvesse novos investimentos ou compradores. Houve também outras empresas de setores distintos, telecomunicações, como a Nextel no Brasil, em 2013.

Se avaliar o potencial de uma fabricante de smartphones, uma companhia de telecomunicações e o portfólio existente da Yahoo, muitos produtos e inovações poderiam ter surgido. Será que os investidores não perceberam a necessidade de mudar as estratégias? Uma empresa global com foco em mídia, formada por hierarquia de conselheiros e gestores, não conseguir perceber a falência caso não se reinventasse? Por que o Yahoo não comprou o Blackberry quando este estava disponível no mercado? Qual foi o investimento nas áreas em alta de consumo/utilização, como redes sociais ou tecnologias do futuro? Gerir não deve ter sido fácil, mas equipe míope ou líder cego destrói qualquer empresa ou equipe. Será que não houve tempo de conserto, evitando a queda?

Efetuar uma análise crítica do caso Yahoo ajuda a certificar nossas ações quando um dia estiver de frente a uma liderança estratégica, ou liderando uma empresa. Expor ideias e estratégias de negócios aos acionistas ou aos executivos deveria ser comum, mas muitos se fecham para ouvir conselhos não solicitados ou que não façam parte da estratégia que acreditam ser fundamentais aos negócios. Ideias se perdem, assim como funcionários brilhantes; possíveis projetos são literalmente perdidos, pois não há um tipo de arquivamento para poder ser analisado. As pessoas envolvidas em liderança executiva ou em conselho estratégico de negócios sentem-se como Deus e os anjos Serafins e Querubins e, quanto aos demais funcionários, na Terra, preparados apenas para cumprirem tarefas e missões específicas, deles não se acredita que possam surgir negócios novos.

No momento em que estava concluindo estas análises, surge a notícia intrigante: "Verizon anuncia a compra do Yahoo por US$ 4,83 bilhões" e "O Yahoo anunciou, nesta segunda-feira (25), sua aquisição pela Verizon, empresa de telecomunicação dos Estados Unidos, por US$ 4,83 bilhões".

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