Houve um tempo, logo depois do surgimento dos computadores, onde os programas que eram criados pelos programadores e entusiastas de tecnologia eram compartilhados entre grupos de usuários gratuitamente, ou seja, não existia nenhum tipo de mercado para os softwares, eles eram como uma espécie de obra de arte compartilhada por todos.

Alguns dos programas criados eram extremamente complexos, exigindo um bom tempo de programação, dessa maneira opiniões começaram a se dividir entre usuários que tinham a ideia de começar a vender os softwares para valorizar trabalho pelo qual passavam os autores do código fonte daquelas grandes uniões de bits, enquanto outros defendiam a ideia de apenas compartilhar entre si o resultado do que mais gostavam de fazer.

Dessa maneira dois conceitos sobre software surgiram, os softwares Open Source (código aberto) e os Closed Source (código fechado), dos quais um defendia a liberdade de modificação dos códigos de um programa e o outro tentava transformar estes em algo privado e rentável.

Open Source

Por uma definição básica, o código aberto é o principal conceito do movimento do software livre, que defende a ideia de que todo programa deve ser livre para compartilhamentos, seu código deve ser modificável, o software modificado pode ser distribuído porém a autoria do criador do código deve ser mantida, não podem existir limitações na interação com outros softwares e ele também deve ser multiplataforma, ou seja, deve rodar em qualquer sistema operacional.

Closed Source

O código fechado é a ideia aplicada e defendida pelos defensores do software proprietário, onde os programas devem ser considerados produtos de uma pessoa física ou jurídica, onde cada usuário deve comprar uma licença para utilizar o software e seu código é restrito ao desenvolvedor, tornando qualquer modificação não autoral disponibilizada ao publico algo irregular.

O surgimento do Projeto GNU

Na década de 80 praticamente todos os softwares eram Closed Source, o que deixou Richard Stallman preocupado com a comunidade Open Source, que se tornava cada vez menor, criando assim, em 27 de setembro de 1983 o Projeto GNU, um sistema operacional de software livre que fosse movido por programas também de software livre, revivendo novamente a ideia dos programas de código aberto.

Como o próprio nome diz, GNU is Not Unix (GNU), o objetivo principal era derrubar a ideia de que todos os programas deviam ser de código fechado e movidos por sistemas operacionais como Unix, que era o mais famoso da época e também de código fechado, oferecendo programas que você pudesse escolher se quer pagar ou não e também quanto quer pagar.

Para institucionalizar o Projeto GNU, Stallman fundou também a organização sem fins lucrativos Free Software Foundation - FSF (Fundação do Software Livre), e assim alavancando o nascimento do Movimento do Software Livre, que até hoje inspira eventos em prol dos ideais Open Source.

O nascimento do Linux

O finlandês Linus Torvalds, depois de conhecer o Projeto GNU e alguns de seus softwares básicos de código aberto resolveu criar o seu próprio sistema operacional de open source, tendo a ajuda de voluntários da Usenet, que reunia vários fóruns dos primórdios da internet, lugar perfeito para o encontro virtual de programadores, onde ele poderia buscar opiniões e dicas de quem também entendia do assunto.

A princípio o Linux era um projeto particular de Torvalds, pois ele acabou conhecendo o Minix, um pequeno sistema UNIX desenvolvido por Andrew S. Tanenbaum, e como ele mesmo já disse o Linux em seus primórdios era "um Minix melhor que o Minix". Curiosamente o primeiro nome do sistema operacional não era Linux, mas sim "Freax", o nome que conhecemos hoje foi ideia de um amigo de Torvalds, Ari Lemmke, que resolveu unir o nome de Linus com o final do nome Minix, que o criador tanto gostava.

No dia 5 de outubro de 1991 lançava, então, a primeira versão do Linux, em sua versão 0.02, que se tornaria mais tarde o sistema operacional de software livre mais conhecido do mundo, recebendo justamente a resposta que Torvalds procurava, programadores que tornassem o movimento do software livre mais forte do que nunca ao trabalharem juntos a procura de um sistema operacional perfeito, podendo ser aperfeiçoado e corrigido por qualquer um em qualquer lugar do mundo.

As controvérsias quanto à nomenclatura GNU/Linux

Em suas primeiras versões o Linux usava softwares básicos do Projeto GNU - para talvez poupar trabalho à Torvalds - e também era a principal fonte de inspiração para novos sistemas operacionais, dessa maneira criou-se a nomenclatura GNU/Linux para denominar o núcleo usado por programadores como base para seus novos sistemas operacionais, o que acabou não agradando a muitos, inclusive os próprios Linus Torvalds e Richard Stallman.

Stallman disse não ter gostado muito da ideia de Linus ter usado os programas Projeto GNU no Linux porque, segundo ele, eles nunca ficaram sabendo disso até o sistema operacional virar um sucesso mundial e sequer pertencer ao Projeto GNU, mas como os softwares eram livres ele acabou chegando à conclusão que não seria viável reclamar.

Segundo Linus, usar a definição GNU/Linux não é viável, pois isso soa como se o Linux em si seria uma distribuição GNU ou algo do tipo, usando como exemplo muitos dos SO’s baseados em seu sistema operacional como o Red Hat Linux.

A mascote do Linux

Torvalds chegou à conclusão de que encontrar uma mascote ao seu sistema operacional seria uma boa ideia, tanto esteticamente quanto comercialmente, já que este poderia acabar se tornando uma febre. Depois de ser mordido por um pinguim em uma visita a um parque ele chegou à conclusão de que o animal seria a mascote de seu SO e os usuários do Linux lhe ajudariam com essa tarefa.

Um concurso de logotipos para escolher o pinguim que mais agradasse a Linus foi aberto entre os usuários do sistema operacional, no qual o vencedor foi Larry Ewing e seu pinguim Tux, sempre gordo e satisfeito, o que agradou muito a Linus, que havia passado a amar pinguins.

O nome da mascote apresenta diferentes especulações quanto a sua origem, alguns dizem ser derivada de "Torvals UniX" e outros dizem que o nome vem apenas do fato de pinguins parecerem usar um smoking (do inglês tux - smoking).

O amplo uso do Linux pelo mundo

Podemos claramente dizer que o Linux a muito é uma febre mundial, principalmente em empresas e órgãos do governo, sendo usado em urnas eletrônicas como a aqui do Brasil, em aparelhos da NASA, em caixas eletrônicos de sistemas bancários, em servidores de nuvem, dentre tantas outras coisas.

Vale lembrar aos haters do sistema operacional que seus argumentos não são válidos se estiverem realizando críticas enquanto tem um celular Android no bolso, afinal, o Android é 100% baseado em Linux

Abaixo você vê uma pequena linha do tempo sobre o Linux, resumindo sua história e algumas versões lançadas ao mercado.

Agosto de 1991

Linus torvald anuncia pela primeira vez o desenvolvendo do seu sistema livre a partir do código fonte do Minix, um Unix livre. Ainda sem um nome definido para o sistema operacional, Linus pede auxilio e sugestões na lista de discussão que participava, a fim de encontrar voluntários e acelerar o desenvolvimento do seu sistema.

Setembro de 1991 

Primeira versão do então Linux , a 0.01, foi liberada para download na rede. Essa versão possui 10,239 linhas de código de programação. 

Outubro de 1992

Peter MacDonald foi o primeiro desenvolvedor a cria uma distribuição baseada em Linux com instalador. O nome do sistema era conhecido como Softlanding  Linux System (SLS) e foi usado como base por PAtrick Volkerding para criar o famoso Slackware. Ian Murdock`s, criador do Debian, decidiu produzir o seu próprio sistema depois de passar algumas frustrações com o SLS. 

Junho de 1993 

O Slackware foi o primeiro sistema comercial baseado no Linux. 

Março de 1994 

A primeira revista exclusiva de Linux, chamada Linux Journal, é publicada e diversos desenvolvedores do sistema participaram desta primeira edição. Nesse mesmo mês a verão a versão 1.0 do Linux foi lançada com 176,250 linhas de código de programação. 

Março de 1995 

Lançado a versão 1.2.0 do Kernel com 310,950 linhas de código. 

Maio de 1996 

Tux (nome dado ao pingüim) é nomeado como o mascote oficial do sistema Linux. 

Junho de 1996 

Lançado a versão 2.0.0 com 777,956 linhas de código.

Janeiro de 1997 

Primeiro vírus para Linux foi descoberto. Chamado de Bliss, ele atuava em qualquer sistema baseado em Unix, incluindo o Linux. 

Janeiro de 1998 

A Red Hat funda o departamento Red Hat Development Labs (RHAD), onde desenvolvedores recebem para criar ferramentas gratuitas para a comunidade e também para os sistemas operacionais.

Maio de 1998

Google dispara na frente como um dos melhores buscadores da internet, e seu banco de dados, que começa a se tornar gigantesco, e também o site Web roda inteiramente sobre sistema Linux.

Julho de 1998 

A primeira versão do KDE é anunciada e a briga entre o KDE e o GNOME começa a esquentar Janeiro de 1999 
Samba 2.0 é lançado. Graças ao processo de engenharia reversa aplicada sobre as implementações feitas no Windows, foi possível integrar no samba todas as funcionalidades do controlador de domínio da Microsoft junto com o Linux. No mesmo mês, a versão 2.2.0 do Kernel é lançada com 1,800,847 linhas de código. 

Março de 2000 

Nova versão do Lilo supera a barreira do cilindro 1024 e problemas com boot começa a ser solucionado. No mesmo mês, o site Netcraft anuncia que 60% dos servidores de internet no mundo rodam Apache.

Janeiro de 2001 

Versão 2.4.0 do Kernel é lançada em 4 de janeiro com 3,337,902 linhas de código e a Agencia nacional de segurança dos Estados Unidos disponibiliza o programa SELinux sobe licença GPL.

Dezembro de 2003

Linux 2.6.0 é anunciado com 5,929,913 linhas de código.

Julho de 2011

É lançada a versão 3.0 em comemoração aos 20 anos do Linux, contendo 13.872.245 linhas de código.

Janeiro de 2012

Surgimento da última versão estável do Linux até agora, o Linux 3.2, com 14.304.901 linhas de código.

Artigo em colaboração com a Mundo Open - www.mundoopen.com.br