Segundo o site Tom's Hardware, a empresa Trendfocus informa que as empresas vendedoras de computadores e notebooks (OEMs) afirmam que a Microsoft está empurrando-as para que parem de utilizar discos rígidos com Windows 11 até 2023. Apesar disso, a opção alternativa de Solid State Drives (SSDs) não constam na lista de requisitos mínimos para o sistema operacional Windows 11.

No quesito performance, a mudança faz sentido

Essa nem é uma questão exclusiva da nova versão do sistema operacional da Microsoft: Muito da fama que o Windows tem de ser lerdo e problemático vem de seu péssimo desempenho a longo prazo quando instalado em um disco rígido. Então no quesito performance, faz todo sentido a Microsoft empurrar as empresas na direção do armazenamento mais veloz. O problema é o custo. Apesar dos SSDs terem ficado muito mais baratos nos últimos anos, o preço por gigabyte ainda é muito superior ao de um disco rígido:

Já no preço...

Um HD de notebook de 1 terabyte da Seagate custa 300 reais, aproximadamente 30 centavos por gigabyte. Já um SSD Sata com a mesma capacidade de armazenamento, Kingston A400, custa 579 reais - cerca de 58 centavos por gigabyte. Praticamente o dobro do preço pela mesma quantidade de armazenamento. Claro que as montadoras pagam menos que isso, mas nessa comparação podemos pelo menos ter uma ideia da diferença de preço.

Numa entrevista ao site Tom's Hardware, o Vice Presidente da Trendfocus, John Chen, afirmou que substituir um HD de 1 TB mantendo o mesmo custo final do PC resultaria na utilização de um SSD barato de 256 GB - armazenamento que as OEMs consideram ser insuficiente para a maior parte dos usuários. Já aumentar essa capacidade para um SSD de 512 GB iria extrapolar o limite de preço para notebooks e desktops baratos.

John Chen também disse que as "montadoras estão tentando empurrar essa data para 2024, mas as negociações ainda estão fluindo".

SSDs não estão nos requisitos mínimos do Windows 11

Pelo menos até o presente momento, a Microsoft só requer um dispositivo de armazenamento de 64 GB ou mais - ainda não especificam qual tipo de dispositivo. Provavelmente veremos uma mudança nesses requisitos mínimos até o final deste ano.

Dois tipos de SSD: SATA e NVME - Fonte: Oficina da Net
Dois tipos de SSD: SATA e NVME - Fonte: Oficina da Net

Opinião

Apesar da maioria das pessoas a essa altura do campeonato estarem usando o sistema operacional num veloz SSD (Solid State Drive), grande parte dos notebooks baratos aqui no Brasil e em outros países de terceiro mundo ainda são vendidos com apenas um HD. Com o intuito de reduzir custos, as empresas revendedoras de desktops e notebooks acabam optando por simplesmente destruir toda a performance do produto em troca de maior capacidade de armazenamento.

Um excelente exemplo disso são aqueles "all-in-ones" antigos da LG. Desktops que geralmente funcionariam bem, mas que são praticamente inutilizáveis por causa do HD de notebook extremamente lento usado como disco de boot.

Claro que podemos simplesmente abrir o notebook e substituir o lento HD por um SSD - e apesar de eu sentir prazer em desparafusar computadores e substituir peças, entendo que isso é algo que requer conhecimento e esforço. Abrir o notebook novinho é uma responsabilidade que nem todo mundo está disposto a assumir - o que é compreensível.

Com base em minha experiência, computadores com Windows instalado em HD são praticamente inúteis. Tarefas simples como abrir o navegador, responder emails, assistir vídeos, escrever textos, são maçantes e demoram vários minutos para serem executadas. E são justo essas as tarefas que serão realizadas num computador ou notebook barato.

Muitas vezes os usuários culpam memória RAM ou o fato do computador ser antigo - quando tudo que lhe falta é uma simples peça que custa menos de duzentos reais. Então creio que a Microsoft esteja no caminho certo.