Com a ausência da saída de fones P2 (ou 3.5mm) nos celulares, as pessoas começaram a procurar alternativas para conseguir ligar seus fones de ouvido com fio nos smartphones e foi aí que descobriram a necessidade de um DAC (Digital to Analog Converter). Trata-se de um chip que converte sinais digitais em analógicos (clique aqui para entender o ADC, chip que faz o caminho inverso), que por si só não faz com que um fone de ouvido toque, necessitando de um amplificador para o sinal convertido.

Porém, a maioria não sabe que antes do sinal analógico, convertido pelo DAC, chegar ao amplificador, o sinal é pré-amplificado e esta é somente uma das etapas que irão influenciar na qualidade final oferecida por um DAC. Antes de falarmos sobre os DACs, é necessário saber que eles podem ser encontrados em diversas situações que certamente irão influenciar no desempenho do chip.

Um Conversor Digital para Analógico está presente em qualquer dispositivo que reproduz arquivos de música gravados digitalmente como, por exemplo, um celular, um DAP (Digital Audio Player), uma interface de áudio (que possui um ADC), um notebook, um tablet, um desktop, além de fazer parte de sistemas integrados sem sistema de reprodução, onde há também um amplificador na mesma placa.

Estes sistemas integrados sem sistema operacional são chamados de DAC/amps e podem ser de mesa, dongles ativos ("adaptadores" com USB-C ou micro USB para P2) e receptores/transmissores Bluetooth (com ou sem bateria).

O que diferencia um DAC de outro?

Muitos pensam que o chip DAC por si só será capaz de entregar 100% da sua performance que foi desenvolvida pelos engenhos de empresas como ESS Technology e Asahi Kasei Microdevices (AKM). Mas não é assim que funciona, é necessário desenvolver uma infraestrutura bem planejada no entorno do Conversor Digital para Analógico, pensando, por exemplo, na maneira como a energia é fornecida, como o sinal é transmitido através dos conectores, no desenvolvimento da seção analógica responsável pela pré-amplificação, entre outros aspectos.

Fornecimento de energia

A forma como a energia é fornecida ao DAC é um dos aspectos que influenciam no projeto de um DAC. Há chips que consomem mais e aqueles que são econômicos, onde os mais "famintos" encontrados em DACs de mesa e os eficientes nos dispositivos portáteis (celulares, DAPs, dongles, notebooks).

DAC de mesa Topping D70 aberto. Fonte: edSuwan DiyAudiophile (YouTube)
Transformador (azul claro) a esqueda na placa de um DAC de mesa Topping D70. Fonte: edSuwan DiyAudiophile (YouTube)

O fornecimento de energia pode ser realizado através de uma conexão USB, que é o caso dos dispositivos mobile, mas também utilizando uma fonte linear, encontrada em DACs de mesa dedicados. A melhor forma de se obter uma boa performance é através das fontes lineares, mas por terem transformadores muito grandes neste caso, só são utilizadas em dispositivos de mesa que são ligados diretamente na tomada. Este é um dos motivos que os DAPs, por mais que usem um chip DAC de mesa (alto consumo energético), não conseguem entregar a mesma qualidade de um Conversor Digital para Analógico de mesa dedicado.

Qualidade dos conectores

De nada adianta ter um circuito muito bem desenvolvido internamente se não houver a utilização de conectores de qualidade. Bons DACs de mesa utilizam conexões digitais (USB-B, óptica, coaxial e AES/EBU) e analógicas (RCA e XLR) de boa qualidade, entregando um encaixe firme, justo e com bom acabamento. Costuma-se perceber isso ao observar, por exemplo, a aparência e encaixe dos conectores RCA, coaxial e USB-B.

Conectores do DAC Gustard X16. Fonte: Vitor Valeri
Conectores do DAC Gustard X16. Fonte: Vitor Valeri

Seção analógica do DAC

Se você ler mais a fundo sobre os sistemas de fones de ouvido, perceberá que a parte analógica é onde está a maior influência da qualidade final obtida. Muitos pensam que o sinal analógico convertido pelo DAC só é amplificado no amplificador, mas na verdade há uma pré-amplificação logo após a conversão do sinal, dentro do gabinete do DAC de mesa. Essa etapa influencia na maneira como o amplificador irá se comportar ao fornecer a energia necessária para o diafragma do driver (alto-falante) do fone de ouvido vibrar.

Normalmente, a tensão eficaz ("potência de saída") da seção de pré-amplificação é de 2V em uma conexão single-ended (SE), mas pode variar para mais ou para menos. Ao mesmo tempo, ao utilizar uma conexão balanceada, costuma haver um fornecimento de 4V, podendo chegar até a 5V em alguns casos.

Conclusão

Há diferença entre DACs, sejam eles portáteis ou de mesa, pois dependendo da forma como o dispositivo foi projetado, o chip do Conversor Digital para Analógico irá entregar uma certa qualidade. Tudo irá depender da maneira como foram feitos, levando em conta aspectos de dimensionamento, os componentes utilizados e o custo do projeto.

Você já teve alguma experiência interessante ao trocar de dispositivos que contém DAC? Comente abaixo e compartilhe conosco a sua opinião!

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: