Hoje a Apple finalmente começou a liberar a transmissão de áudio lossless para os celulares Android. Agora é possível transmitir músicas em ALAC com resolução de até 24-bit/192 kHz através do aplicativo mobile no sistema operacional do Google. Um dos primeiros sites a relatarem a liberação da atualização do app Apple Music (v3.6) foi o androidpolice, onde é dito que o update está sendo liberado aos poucos para os usuários que possuem smartphones Android.

Apple Music Android lossless

No meu caso, a atualização do Apple Music com as novidades, não apareceu na seção de atualizações automáticas da Play Store. Foi necessário buscar pelo app na loja de aplicativos para selecionar o botão de atualização. A versão anterior no Android era a 3.5 e atual com a transmissão lossless e o Dolby Atmos é a 3.6.

Telas do app Apple Music (v3.6) para Android, onde se exibe a mensagem de que é necessário um DAC (Digital to Analog Converter) externo para reproduzir conteúdo Hi-Res. Fonte: Vitor Valeri
Telas do app Apple Music (v3.6) para Android, onde se exibe a mensagem de que é necessário um DAC (Digital to Analog Converter) externo para reproduzir conteúdo "Hi-Res". Fonte: Vitor Valeri

Outras novidades na atualização 3.6 do Apple Music no Android

Além da transmissão lossless, o Apple Music ganhou suporte ao Dolby Atmos (mais abaixo é explicado sobre a tecnologia) e ao crossfade automático. Através do crossfade automático, o sistema do aplicativo escolhe a melhor duração do crossfade com base na música que o usuário está ouvindo no momento. Além disso, outra mudança que houve foi o aprimoramento nas buscas da biblioteca.

Como é o áudio sem perdas no Apple Music?

De acordo com a publicação em seu site, a Apple diz que todo o seu catálogo de músicas (75 milhões de faixas) será transmitido em formato de áudio lossless (sem perdas). O codec de áudio utilizado será o ALAC (Apple Lossless Audio Codec), formato proprietário criado pela Apple que é equivalente ao FLAC. Segundo a empresa, é oferecido não só áudio em qualidade de CD (16 bits/44,1Khz), mas também em 24 bits/48Khz, podendo ir até 24bits/192Khz.

Abaixo alguns exemplos de transmissões de álbuns em alta resolução:

Álbum da cantora Dianak Krall sendo reproduzido no Apple Music em alta resolução. Fonte: Vitor Valeri
Álbum da cantora Dianak Krall sendo reproduzido no Apple Music em alta resolução. Fonte: Vitor Valeri

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Serviços de streaming com áudio lossless no Brasil

No Brasil e no mundo, o primeiro serviço a oferecer áudio lossless foi o Tidal. No território brasileiro temos hoje os seguintes serviços que são capazes de transmitir áudio lossless (sem perdas):

  • Tidal Hi-fi (até 24 bits/352 kHz)
  • Deezer Hi-fi (até 16 bits/44,1Khz)

O Spotify anunciou que até o final deste ano também irá oferecer áudio lossless em sua plataforma, porém com qualidade de CD (16 bits/44,1Khz) no máximo.

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Como funciona o Dolby Atmos?

O Dolby Atmos é uma tecnologia de som surround desenvolvida pela empresa Dolby Laboratories. Ela faz com que os sistemas de som multicanal existentes tenham canais de altura, fazendo com que os sons produzidos sejam interpretados como objetos tridimensionais.

A primeira aparição do Dolby Atmos foi nos cinemas, porém a sua popularização fez com que a tecnologia fosse adaptada para o uso doméstico. Assim foram lançados diversos produtos sobre a marca Atmos como, por exemplo, alto-falantes para embutir no teto e na vertical (para refletir o som nas paredes). Com o passar do tempo e a mudança da maneira como consumimos conteúdo, a Dolby Laboratories acabou vendo a necessidade de se criar uma tecnologia voltada para a utilização em dispositivos mobile, streaming e fones de ouvido, foi aí que surgiu o Dolby Atmos Music.

O Dolby Atmos Music nada mais é do que a utilização dos mesmos princípios do Dolby Atmos, mas levando em conta os serviços de streaming de música e os meios pelo qual o usuário irá ouvir, como os fones de ouvido ou soundbars. Ou seja, é uma tecnologia voltada para sistemas de som que não se utilizam do multicanal, virtualizando o som surround, para que seja reproduzido por dois canais (som estéreo). O objetivo é criar a simulação de um palco sonoro esférico amplo, onde os sons dos instrumentos e vozes serão emitidos de locais específicos e facilmente detectáveis, seja através de fones de ouvido ou caixas de som.