Muitos querem obter uma boa qualidade de som para ouvir suas músicas, mas ao mesmo tempo não possuem pretensões de investir muito dinheiro para esta finalidade. Este pensamento é totalmente compreensível já que as pessoas possuem diferentes prioridades, exigências, gostos, poder financeiro, entre outros motivos que as levam a esta escolha. Para ajudá-lo a alcançar este objetivo, este artigo irá mostrar quais são as alternativas mais baratas para se ouvir música com mais qualidade comparado aos com produtos "comuns", "populares".

Utilize o que você já tem

A primeira coisa que devemos procurar caso a intenção seja gastar o mínimo possível é utilizar o que já se tem em mãos. Geralmente o que as pessoas possuem em mãos é a fonte, que nada mais é que o dispositivo responsável pela reprodução das músicas através de serviços de streaming ou localmente (através de arquivos de áudio gravados na unidade de armazenamento como, por exemplo, HDD ou SSD). Ou seja, o indicado neste caso é utilizar seu smartphone ou notebook, por exemplo.

Pesquise por um bom fone de ouvido

Sem dúvidas o que trará a maior diferença na qualidade de áudio em suas músicas é o fone de ouvido. Um bom fone de ouvido deve possuir uma estrutura ergonômica, materiais de qualidade, boas eartips ou earpads (no caso de intra-auriculares ou over-ears) e cabos removíveis.

Fone in-ear Final Audio E5000. Fonte: Vitor Valeri
Fone in-ear Final Audio E5000. Fonte: Vitor Valeri

A ergonomia em um fone é de suma importância, pois se não houver um bom encaixe, além de seus ouvidos ficarem doloridos após algumas horas de uso, não terá estabilidade para manter uma boa vedação. No caso dos fones in-ear, um encaixe ruim irá resultar em uma grande alteração no som, principalmente na reprodução dos graves, que perderão impacto/punch, extensão, corpo, entre outras características. Já nos fones de ouvido do tipo over-ear, se a earpad não acompanhar o contorno da cabeça, o som também será reproduzido de maneira inadequada.

Curiosidade: O próprio uso das earpads de fones de ouvido do tipo on-ear e over-ear fará com que haja alterações na curva de resposta de frequência. Isso ocorre porque a distância entre o driver do fone de ouvido e a orelha do usuário diminui, alterando assim a forma como os graves, médios e agudos são reproduzidos.

Artigo indicado para leitura: Saiba como as eartips e pads influenciam no som do fone

No caso de fones de ouvido do tipo earbud, o desafio para se obter uma boa ergonomia é maior, pois só é possível alterar o formato do corpo (house) e utilizar diferentes espumas para envolver o local onde o som sai. Aqui não haverá uma boa fixação, não sendo uma boa ideia utilizar os earbuds para exercícios. Além disso, como não há um bom isolamento do ruído externo, não é interessante utilizar este tipo de fone de ouvido em locais barulhentos.

Indo para a qualidade do fone de ouvido, é importante que no momento da escolha de um modelo se analise a qualidade de construção, o acabamento e o material utilizado. Afinal, ninguém quer comprar algo descartável que funcione por três ou seis meses apenas.

Por último, é sempre interessante procurar por fones de ouvido que possuam cabos removíveis, pois é uma peça que naturalmente irá se desgastar à medida que a pessoa os utiliza. Desta forma, ficará mais fácil obter cabos de melhor qualidade ou trocá-los quando houver mal contato.

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Tenha uma amplificação de qualidade

Na grande maioria das vezes, o grande problema é que em nossos smartphones, notebooks e desktops (computadores de mesa), a qualidade da amplificação é o elo mais fraco do circuito responsável pelo áudio. Com isto, temos um som por vezes baixo, sem corpo, distorcido, entre outras consequências mais que serão explicadas abaixo. A alternativa mais barata, com bom custo-benefício, geralmente serão os equipamentos chamados de DAC/amps, que nada mais são do que placas com um (ou mais) chip DAC trabalhando lado a lado com um circuito de amplificação, mas para quem almeja mais qualidade ainda há os dispositivos dedicados (estruturas feitas somente para converter ou amplificar o sinal de áudio).

DAC/amp FiiO K5 Pro. Fonte: Henrique Lira
DAC/amp FiiO K5 Pro. Fonte: Henrique Lira

Entretanto, uma boa amplificação poderá beneficiar os fones de ouvido em diferentes graus dependendo das características. Se o fone de ouvido for do tipo in-ear (intra-auricular) ou earbud (leia aqui sobre alternativas para aqueles que não se adaptaram aos intra-auriculares), geralmente uma amplificação com maior qualidade não dará uma melhora significativa ao som. Já no caso dos fones de ouvido do tipo on-ear (supra-aural) ou over-ear (circunaural ou headphone), a chance de melhora na qualidade de áudio é consideravelmente maior.

Artigo recomendado para leitura: O que muda nos fones de ouvido com uma amplificação melhor?

Qual é a forma mais barata de obter uma boa amplificação?

Atualmente, a forma mais barata para se obter uma boa qualidade de amplificação é através dos adaptadores USB para P2 ativo (mais abaixo será explicado sobre ser ativo ou passivo). Eles serão capazes de proporcionar uma qualidade superior à que o smartphone consegue entregar (principalmente em termos de amplificação) e ao mesmo tempo poderá utilizar um fone de ouvido cabeado com terminação de 3,5mm SE (single-ended) ou 2,5mm balanceada (para saber mais sobre conexões SE e balanceadas, acesse este artigo).

Adaptador USB para P2 (3,5mm) iBasso DC03. Fonte: ixbt
Adaptador USB para P2 (3,5mm) iBasso DC03. Fonte: ixbt

É interessante mencionar que adaptadores USB para P2 com conexão 2,5mm balanceada costumam entregar uma potência maior para os fones de ouvido. Entretanto, vale dizer que são raros os casos que fones de ouvido já vem com um cabo balanceado de fábrica, ou seja, a pessoa terá de comprar outro cabo para seu in-ear, on-ear ou over-ear caso ela queira se beneficiar desta característica.

Qual a diferença entre um adaptador USB para P2 (3,5mm) ativo e passivo?

Basicamente, quando um adaptador USB para P2 (3,5mm) é ativo, significa que ele possui um DAC (digital to analog audio converter) e um amp (amplificador) internamente. Confira abaixo as diferenças de funcionamento entre um adaptador passivo e um ativo:

  • Ativo: Quando o sinal digital é enviado pelo conector USB ignorando o DAC/amp integrado do celular. O sinal digital é convertido em analógico e amplificado no próprio adaptador USB para P2, pois ele possui um DAC/amp internamente.
  • Passivo: O DAC/amp integrado na placa do smartphones converte o sinal digital em analógico e amplifica antes de enviá-lo para o adaptador USB para P2. Ou seja, não há interferência na qualidade de áudio produzida pelo hardware de áudio do celular. Geralmente este tipo de adaptador é mais barato, pois não há qualquer circuito de processamento do sinal de áudio dentro dele, deixando esta tarefa para o telefone.

O que fazer se eu quiser uma solução barata e sem fio ao mesmo tempo?

Para obter uma boa qualidade de som e ao mesmo tempo não gastar muito, uma boa alternativa são os DAC/amps portáteis com receptores Bluetooth. Um ponto positivo destes aparelhos é o fato de possuírem bateria, fazendo com que haja um consumo menor de energia por parte do smartphone. Através do FiiO BTR5, do Earstudio ES100 ou do Qudelix 5K, por exemplo, temos duas opções de entrada para fones, uma 3,5mm (P2) e uma 2,5mm balanceada, que entrega uma amplificação mais forte.

DAC/amp com receptor Bluetooth FiiO BTR5 conectado via codec de áudio LDAC a um smartphone. Fonte: FiiO
DAC/amp com receptor Bluetooth FiiO BTR5 conectado via codec de áudio LDAC a um smartphone. Fonte: FiiO

Há opções mais baratas de DAC/amps com receptor Bluetooth caso não queira investir mais de US$100 no equipamento. Um bom exemplo disto é o FiiO BTR3K que mesmo custando menos, ainda possui uma conexão balanceada de 2,5mm, oferecendo uma excelente qualidade de som pelo o que custa.

Os dispositivos citados acima possuem suporte a praticamente todos os codecs de áudio Bluetooth do mercado, indo desde SBC e aptX até LDAC e aptX HD, entregando uma conexão estável e de qualidade. Além disso, estes aparelhos possuem microfone embutido, permitindo que o usuário os utilize para atender chamadas telefônicas, jogar ou conversar com seus amigos e familiares através de videochamadas. É interessante salientar que no caso do QuDelix 5K, sabe-se, através de relatos, que é possível utilizar um adaptador para utilizar um microfone (P2) dedicado de forma separada do fone de ouvido caso a pessoa queira algo com mais qualidade.

DAC/amp com receptor Bluetooth FiiO BTR5 conectado via USB a um notebook. Fonte: FiiO
DAC/amp com receptor Bluetooth FiiO BTR5 conectado via USB a um notebook. Fonte: FiiO

Outro ponto positivo dos DAC/amp com receptor Bluetooth é a possibilidade de utilizá-los como um dispositivo USB de mesa. Ou seja, é possível utilizar o DAC/amp do dispositivo para substituir o hardware de áudio de seu computador e obter uma qualidade de áudio superior. Também é possível fazer isto com o celular através de um cabo OTG em alguns casos.

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: