O Emix H30 SE entrou no mercado brasileiro já no fim do seu ciclo de vida para disputar na categoria de fones de ouvido gamers que ocupam o espaço intermediário-premium, com uma interface de som integrada, microfones e drivers de qualidade melhorada e outros extras que encontramos em fones em volta desta categoria. =

Alguns dos seus competidores diretos são o Logitech G Pro X e o HyperX Cloud Alpha, veremos agora se o oferecimento da XPG consegue competir ou até superar os seus rivais, então aqui começamos o review do XPG Emix H30 SE.

Construção Externa e Design

Sem dúvidas o H30 SE tem um design bastante agressivo, bem clássico de fones gamers atuais, o Headset chama bastante a atenção pelo seu formato e pelo tamanho, sendo bem grande se comparado a outros modelos.

XPG Emix H30 SE na esquerda - Sennheiser HD650 na direita
XPG Emix H30 SE na esquerda - Sennheiser HD650 na direita

Tem bastante partes de metal e também de plástico neste fone, o arco superior é feito em um material de metal bem fino e leve, e este material se estende até a parte central das earcups. Quando saímos do círculo preto central na earcup vamos ao plástico, este que vai até as earpads. Outra peça que também é de plástico são os encaixes que mantém o forro da headband no lugar.

Encontramos uma mistura de metal e plástico em sua construção
Encontramos uma mistura de metal e plástico em sua construção

Confesso que uma coisa que não gostei foi o fato do cabo não ser removível, coisa que está cada vez mais comum de ver em fones e headsets e que já deveria ser padrão de indústria em 2020, ainda mais para um fone ultrapassa a marca dos R$ 500, mas pelo menos o microfone é removível, então temos meio caminho andado.

Cabo removível faz falta
Cabo removível faz falta

Falando em cabos, o que sai do headset conta com 3 entradas: 2x P2 (mic e headphone in) e uma entrada USB, e nenhuma delas é removível, o que significa que você sempre terá as três saídas em seu fone, o que não acho uma boa decisão de design.

2x P2 (Fone e microfone) e 1x USB (para iluminação)
2x P2 (Fone e microfone) e 1x USB (para iluminação)

O fone conta com iluminação tanto na earcups quanto na ponta do microfone, para poder ativar a iluminação é necessário plugar o cabo USB, e é só por isso que a ponta USB está lá, o fone toca somente pelos cabos P2, e isso é válido tanto na interface que vem inclusa na caixa quanto se plugado diretamente no computador.

A iluminação é na ponta do microfone e em volta do círculo central da earcup
A iluminação é na ponta do microfone e em volta do círculo central da earcup

Não sei o porquê da XPG ter utilizado este design, mas o fato de você ter que utilizar 3 portas para rodar um fone não é muito intuitivo, fora que a ponta USB não é removível, você sempre estará com ele "pendurado" ao lado dos P2.

Conforto

O conforto é um dos aspectos que muitas pessoas esquecem de verificar na hora de avaliar um fone de ouvido, estou usando o H30 SE agora por cerca de 2 horas e estou começando a sentir um leve desconforto vindo da headband, isso acontece porque há uma "chapa" interna nas almofadas, e por causa da espuma ser muito fina, você acaba por sentir esta "chapa".

Parte superior do fone pressiona na cabeça
Parte superior do fone pressiona na cabeça

Outro ponto que acaba por diminuir o conforto do headset é o fato de suas earcups não terem nenhum tipo de rotação no eixo, não podendo se adaptar ao formato da cabeça do usuário e assim ou causando desconforto ou diminuindo o selo acústico do mesmo, no meu caso foi a segunda opção.

O eixo é fixo, sem rotação alguma
O eixo é fixo, sem rotação alguma

A boa notícia é que suas earpads são bem macias e generosas, então caso o fone se encaixe bem em sua cabeça você não terá desconforto por causa das mesmas, a má notícia é que para remover você quase que certo irá rasgá-las.

Earpads usam memory foam e são bem macias
Earpads usam memory foam e são bem macias

Infelizmente este é um ponto fraco do fone, uma revisão de projeto dando atenção aos aspectos que eu comentei sobre acima podem fazer toda diferença, e lembre-se que a experiência varia de usuário para usuário, alguns poucos irão achar o conforto bom enquanto outros - como eu - terão um desconforto ao utilizar o fone.

Som

Então agora vamos falar do aspecto mais importante de um fone de ouvido: o seu som. Para resumir posso dizer que o som é bom e não deve lhe incomodar para escutar seu vídeo no YouTube nem nada do tipo, mas irei detalhar melhor abaixo.

Gaming

Para jogar o fone não deixa nada a desejar, testei em partidas de CS:GO, Battlefield 4 e também no Forza Horizon 4 e o mesmo não me desapontou em nenhum momento. Era possível definir de onde os inimigos ou os tiros vinham e iam, sem problema algum.

O som também não se distorceu, não que eu esperava que fosse acontecer, mas acho importante ressaltar aqui. Sabe aqueles barulhos estridentes chatos, que fones de má qualidade fazem? Então, o H30 SE não apresentou nenhum destes barulhos, sempre com bom posicionamento de áudio (imaging) e bom palco sonoro, inclusive melhor do que o meu HD650 da Sennheiser, mesmo que ele não seja uma referência nisso.

XPG Emix H30 SE
XPG Emix H30 SE

Então se você pretende utilizar o fone para jogar, não deve se preocupar e nem ficar mal servido com o seu som, você escutará os seus oponentes sem dificuldades, assim como o som deve lhe agradar durante sua jogatina.

Uso geral

No uso geral eu tive uma boa surpresa, confesso que não esperava muito do mesmo até porque o selo entre as almofadas e a minha bochecha não ficou legal - leia a parte de conforto para entender o que quero dizer - mas mesmo assim o som do fone não foi abalado e ainda se saiu muito bem.

Um pouco negativo sobre o som é que ele acaba por quebrar a sua própria imersão devido a não rotação em seu eixo, e assim o selo entre o fone e os seus ouvidos é rompido, algo que dá para sentir e ver em fotos também.

O ouvido do usuário fica exposto durante o uso, diminuindo a imersão consideravelmente
O ouvido do usuário fica exposto durante o uso, diminuindo a imersão consideravelmente

Eu o usei em uma rotina normal do meu dia-a-dia: Discord com meus amigos, músicas, vídeos, jogos e alguma coisa de filme também, e não pude reclamar do som, pelo menos não quando utilizado diretamente nas entradas P2 da minha placa mãe, porém como ele vem com uma interface de som USB, tive que testar com ela também.

Infelizmente a experiência com a interface foi pior do que com o fone conectado diretamente na placa mãe, ele conta com um EQ embutido e você é obrigado a utilizar um dos presets da empresa, não há como desabilitar o mesmo, e só isso já me faz não querer utilizá-lo. Os presets são: música, voz, filmes e jogos. O menos pior foi o de música, mas a voz ainda saia abafada e acabava deixando a qualidade do som de lado e deixando-o abafado.

Se você pretende adquirir o H30 SE somente por causa da interface de som, já lhes digo que não vale a pena e você estará jogando o seu dinheiro fora. O fone sem a interface de áudio tem um som muito elegante, nítido com boa definição, graves presentes mas sem atrapalhar as outras frequências - esqueça isso com a interface de som, agudos que não incomodam mas que se mostram presentes, médios que são mais quentes devido a natureza mais fechada do fone mas que também ficam bem legais.

Novamente, a interface de áudio acaba por ser um problema por causa da equalização ser obrigatória, se houvesse algum modo de removê-lá completamente, aí sim eu consideraria utilizá-la ativamente.

Microfone

O microfone do H30 SE sem dúvidas é um dos seus pontos fortes, ele tem boa qualidade e profundidade de som, além de ter uma supressão de ruído bem efetiva, pelo menos é o que se mostrou durante os testes que fiz no meu uso cotidiano e também me escutando. Vou deixar a faixa de som abaixo para vocês escutarem.

O ponto fraco do microfone fica pelo pop filter não muito efetivo - ou inexistente - então dependendo da palavra que falamos o microfone dá uma pequena estourada, algo que não é muito legal ainda mais para um microfone que fica tão perto da boca como o deste headset.

Microfone do XPG Emix H30 SE
Microfone do XPG Emix H30 SE

Ainda assim, julgo o áudio do microfone como sendo acima da média, a claridade do som é muito boa e o mesmo tem bastante profundidade, enquanto que os seus competidores tendem a soar menos naturais.

A Interface de Áudio

Como mencionado logo acima, o mesmo vem com uma interface de som por USB inclusa na caixa, além de algumas outras coisas como uma bolsa para carregar o seu fone (ou o que você quiser), mas vamos falar da interface de som que vem inclusa na caixa.

Interface inclusa na caixa
Interface inclusa na caixa

A interface de áudio oferece uma gama legal de controles, mas infelizmente a grande maioria deles é mal implementado e por isso a experiência de uso final acaba por ser não muito legal. A primeira coisa que noto é que o scroll de volume tem um grande delay de quando você abaixa/aumenta o volume até o comando chegar no Windows, e isso já não é legal pra uso normal.

O Scroll tem grande delay ao ser ajustado
O Scroll tem grande delay ao ser ajustado

Outro problema é que a equalização não pode ser desligada, você é sempre obrigado a utilizar um dos presets fornecidos pela marca, e honestamente nenhum deles fica legal, com alguma ou outra frequência sempre ficando abafada enquanto outras ficam muito a frente.

Equalização não pode ser desligada, você só pode alternar entre os presets
Equalização não pode ser desligada, você só pode alternar entre os presets

Continuando, o virtual surround (7.1) acaba por deixar um monte de reverberação chegar as suas orelhas, dando mais o aspecto de você estar em uma caverna do que tendo som vindo de várias direções.

Um ponto positivo é que ela também funciona como uma interface USB, você pode conectar até 3 dispositivos USB diretamente nela, como o seu mouse, teclado e fone de ouvido. Também há a possibilidade de conectar suas caixas de som nela e tocar simultâneamente no fone e no seu som, algo que é muitas vezes esquecido em outros produtos.

Lado esquerdo
Lado direito

Por causa destes motivos eu acabo não vendo o motivo de utilizar a interface de som, o fone funciona normalmente pelo P2 - inclusive melhor porque o som fica sem EQ e consequentemente mais limpo - e assim inutilizando uma peça que acaba somente por adicionar valor desnecessário ao fone.

Conclusão

Um fone que poderia ser um dos destaques do mercado acaba por ficar para trás por poucas coisas, felizmente a XPG já conseguiu o mais importante - o som do fone e do microfone - bem implementados, agora só falta melhorar os outros aspectos.

O seu conforto fica para trás devido a falta de rotação no eixo das earcups, a headband precisa de um pouco mais de padding, não forçar os usuários a utilizar um EQ com a interface de áudio e o cabo USB não removível que só serve para iluminação e que muitos vão acabar não usando por precisarem de mais portas USB.

XPG Emix H30 SE
XPG Emix H30 SE

A ideia inicial é boa, mas faltam algumas melhorias e refinamentos nas mesmas, creio que fazendo os ajustes que citei acima o fone possa ser bem competitivo, mas no momento recomendo que você procure pelo Logitech G PRO/G PRO X ou no Cloud Alpha, ambos ficam na mesma faixa de preço de R$ 500-600 e oferecem um refinamento melhor, perdendo somente no microfone.

Pontos positivos:

  • Som do fone
  • Som do microfone
  • Hub USB

Pontos negativos:

  • Conforto não muito bom
  • Cabo USB não removível e não dá para utilizar o fone só com ele
  • Interface de áudio piora o som e adiciona preço desnecessário por isso
  • Earpads de PU