O Kuba Disco foi desenvolvido pela Kuba, uma empresa nacional, localizada no Rio de Janeiro-RJ, idealizada por Leonardo Drummond e seus sócios. O projeto do fone de ouvido surgiu através do trabalho de conclusão de curso de Design Industrial de Leonardo, onde se propunha um fone que se desmontava para virar uma caixa de som. Com a ajuda de pessoas interessadas em fazer o mercado de fones de ouvido se desenvolver no país, iniciou-se o projeto da empresa dedicada ao áudio de alta performance, que visava produzir produtos que pudessem competir, em sua faixa de preço, com os importados e ao mesmo tempo oferecer uma boa opção ao brasileiro.

Aqui no Brasil, infelizmente não se tem muitas opções realmente boas de fones de ouvido para se adquirir. Quando são de boa qualidade, há um alto preço cobrado, quando importado legalmente por algum revendedor, saindo por um valor que a maioria não está disposto a pagar. Pensando nisso, a Kuba visa oferecer um bom produto a um preço justo, que não seja descartável, como tantos outros são. É possível trocar peças com facilidade do headphone Kuba Disco, e o melhor, isto pode ser feito pelo próprio usuário! Ou seja, seu projeto foi idealizado para que o consumidor o tenha por anos e não perca porque o cabo deu mal contato ou as pads (almofadas) estão deformadas pelo uso.

A estrutura

Antes de falarmos sobre a estrutura do Kuba Disco, é necessário falar que desde o seu lançamento, houve mudanças (para melhor) em algumas partes de sua estrutura. Todas elas foram feitas com base nas opiniões dos usuários, à medida que o fone ia sendo experimentado pelo público. Isso nos mostra que a empresa é realmente comprometida em oferecer a melhor experiência possível para o consumidor final.

Caixa do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Caixa do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Uma das primeiras mudanças que houve foi na questão do cabo, que era "frágil" e acabou sendo trocado por um outro cabo. Atualmente o cabo utilizado é envolto por nylon e possui conectores de metal (tanto os que vão no fone quanto os 3,5mm). Entretanto, em minha opinião, achei o cabo muito fino, considerando que ele ainda tem esta camada de tecido mais externa.

Cabo do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Cabo do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Um ponto do cabo que agradou a muitos foi o controle com microfone, para se controlar a música e atender a ligações com facilidade. Como ele foi pensado para uso na rua, acabou sendo uma adição bem vinda a estrutura. Porém, alguns que não o utilizam para este fim, acaba sendo um peso extra que pode trazer desconforto ao ficar balançando.

Controle com microfone do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Controle com microfone do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Indo para o arco (headband), admito que é um charme tê-lo em madeira, apesar de alguns preferirem o metal. Inicialmente muitos estavam reclamando da pressão excessiva que ele exercia sobre a cabeça e sua falta de flexibilidade, então na segunda geração da headband, este problema foi resolvido. Agora, além de estar bem flexível e praticamente sem nenhuma pressão nos ouvidos, é um material leve, tornando o headphone bem confortável.

Arco (headband) do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Arco (headband) do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Quando foi lançado, o Disco possuía pads no formato de um fone supra-aural (on-ear), onde as almofadas ficam em cima das orelhas, pressionando-as. Muitos acabaram não gostando e, para melhorar a experiência de seus usuários, a Kuba decidiu transformar seu fone de ouvido em um over-ear (headphone), cobrindo completamente as orelhas e apoiando as pads na cabeça. A segunda geração teve seu diâmetro aumentado e possuía um formato de círculo, entretanto os clientes da empresa ainda não estavam satisfeitos.

Pads (almofadas) do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Pads (almofadas) do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Na terceira geração de pads (almofadas), foi aumentado a grossura da parede e o seu formato, que agora é oval, seguindo mais o formato dos ouvidos. Porém, dependendo do tamanho da orelha, pode ser que a parte superior acabe sendo pressionada, deixando o ouvido dolorido após umas 2 horas de audição. Em alguns casos (a depender do tamanho da orelha), para evitar isso, basta se atentar para a posição das pads, mantendo-as retas (partes mais finas viradas para cima, no centro).

Observação: Senti falta de uma fixação melhor das pads, pois assim evitaria de rodá-las ao encaixar o fone de ouvido na minha cabeça. Por vezes senti meus ouvidos bem doloridos na parte de cima das orelhas.

Ainda na estrutura, nas cups (conchas), que são seladas para evitar que o som vaze, proporcionando um certo nível de isolamento, há um controle para graves em ambos os lados. Assim, dependendo do estilo de música que a pessoa ouvir, a pessoa poderá deixar os graves com maior volume, presença. Admito que foi uma boa ideia, mas por vezes me peguei tentando ajustá-los para a posição que eram para ficar (em cima dos riscos), ou seja, acho que é necessário ter algo a mais para fixar melhor a posição.

Chave de controle de graves do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Chave de controle de graves do headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Ao utilizar o Kuba Disco, pode-se sentir um pouco de calor nas orelhas, o que é normal, pois o fone de ouvido é fechado e possui pads de um tecido que imita o couro.

O som

O Kuba Disco se destaca por possuir um som que vai de encontro para o equilíbrio. Ao contrário da maioria dos fones fechados, que possuem graves exagerados ou sem controle, o Disco consegue equilibrá-los muito bem com o resto do espectro do som (médios e agudos). Na posição zero, eu até senti falta de graves, e olha que amo meu Sennheiser HD600, que é considerado um fone bem neutro. Ao mudar para a posição de graves 1 nas cups (conchas), me agradou e não senti a necessidade de mais presença ainda.

Considero os graves do Kuba Disco com um bom controle, sem muita extensão e com um punch mediano. Mas para o seu preço, é impressionante as qualidades que ele já possui, em comparação com outros da mesma faixa como ATH-M50X e Sennheiser HD599.

Os médios do Disco são muito bons para o que o fone custa, possuem boa definição e destaque no espectro do som durante a música. Algumas vezes senti eles um pouco anasalados perto do Sennheiser HD600, mas são patamares bem diferentes e creio que poucos irão perceber isto (só percebi em certas músicas que estou muito acostumado a ouvir). Sua extensão é boa para o preço, o suficiente para se deliciar com trilhas sonoras, músicas acústicas com instrumentos de corda, por exemplo.

Headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri
Headphone Kuba Disco. Fonte: Vitor Valeri

Os agudos do headphone da Kuba agradam, possuem uma boa presença, sem ser irritantes. As vezes você pode sentir um pouco de falta de brilho e extensão, mas para o preço do fone de ouvido, está mais do que excelente. Consegui aproveitar as músicas por horas sem cansar meus ouvidos.

Quanto a espacialidade e separação dos instrumentos, foi uma característica que me impressionou no Disco. Nem parecia que eu estava usando um fone fechado, está anos luz a frente do ATH-M50X, por exemplo. Definitivamente não tenho nada a me queixar neste ponto, me agradou por completo.

Apesar de ser um fone que consiga tocar bem em celulares (smartphones), ele pode escalar mais ainda se bem amplificado. No meu DAP (digital áudio player) FiiO X7 II, ao colocar em ganho alto e volume entre 70 e 80 de 120 (total), consegui um desempenho e envolvimento impressionantes!

Conclusão

O Kuba Disco é mais do que recomendado, pois é um fone que possui um som excelente pelo preço, conforto muito bom (após as revisões de cabo, pads e arco) e modularidade (possibilidade de trocar qualquer peça com facilidade). Creio que seja a melhor opção até R$1000,00 para se comprar no Brasil com garantia da empresa e facilidade para troca de peças (sem a necessidade de importar).

Esse review é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: