Astrônomos utilizaram o Telescópio Espacial James Webb para observar um cometa raro em nosso sistema solar, e pela primeira vez, foi identificada a presença de água em um cometa do cinturão principal, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Essa descoberta ocorreu após 15 anos de tentativas utilizando diferentes métodos de observação.

Telescópio Webb detecta água em cometa Read

Ilustração do gelo se vaporizando em forma de gás no cometa 238P/Read. Foto: Nasa/ESA
Ilustração do gelo se vaporizando em forma de gás no cometa 238P/Read. Foto: Nasa/ESA

Ao analisar o cometa Read, os astrônomos detectaram a presença de vapor de água ao seu redor, indicando que o gelo pode ser preservado mesmo em regiões mais quentes do sistema solar. Essa nova informação pode acrescentar evidências à teoria de como a água se tornou um recurso abundante na Terra no início de sua história, possivelmente devido a colisões de cometas e asteroides ricos em água.

O cometa Read pertence a uma rara subclasse chamada cometas do cinturão principal, que são objetos do cinturão de asteroides com órbitas circulares ao redor do sol, mas que ocasionalmente apresentam comportamento semelhante aos cometas. Diferente dos cometas tradicionais, que liberam material gelado por sublimação, esses cometas do cinturão principal parecem expelir apenas poeira. A descoberta da água em um desses cometas desafia a expectativa de que eles não reteriam muito gelo, devido à sua localização próxima ao sol.

Ínicio de uma longa pesquisa

Agora, os astrônomos estão entusiasmados para estudar outros cometas do cinturão principal e compará-los aos dados do cometa Read, a fim de investigar se também carecem de dióxido de carbono. Além disso, eles sugerem a possibilidade de realizar missões de coleta de amostras para obter mais informações sobre esses cometas raros e desvendar seus segredos.

A descoberta de água tão próxima do cinturão de asteroides desperta o interesse em entender a distribuição desse recurso no sistema solar, o que pode proporcionar conhecimentos valiosos sobre outros sistemas planetários e a possibilidade de abrigar planetas semelhantes à Terra.