A Microsoft lançou um pacote de atualizações conhecido como Patch Tuesday de outubro de 2025, corrigindo 172 falhas de segurança em seus sistemas, incluindo duas vulnerabilidades que já estão sendo exploradas ativamente. O grande destaque, no entanto, é que este é o último pacote de segurança oficial do Windows 10, já que seu suporte foi oficialmente encerrado nesta terça-feira, 14 de outubro.
Quais as correções da atualização?
Entre as correções mais importantes, uma delas (CVE-2025-24990) envolve um driver de modem antigo da Agere, presente no Windows há mais de 20 anos. A falha estava sendo explorada e levou a Microsoft a remover o driver completamente do sistema.
Outro problema grave (CVE-2025-59230) afeta o Gerenciador de Conexões de Acesso Remoto do Windows (RasMan), usado em conexões VPN e discadas. Essa vulnerabilidade permite elevação de privilégios e também já está sendo explorada por cibercriminosos.
Usuários do Microsoft Office também precisam ficar atentos. Duas falhas críticas (CVE-2025-59227 e CVE-2025-59234) permitem execução remota de código apenas ao visualizar um documento malicioso no painel de visualização, sem precisar abrir o arquivo.
Outro ponto de atenção é o Windows Server Update Service (WSUS), serviço responsável por baixar atualizações em servidores corporativos. A vulnerabilidade CVE-2025-59287 recebeu pontuação de gravidade 9,8/10 e pode ser explorada sem autenticação, permitindo que um invasor assuma o controle total do sistema. Especialistas classificam essa falha como uma das mais perigosas do mês.
Fim do Windows 10: e agora?
Com este Patch Tuesday, o Windows 10 deixa oficialmente de receber atualizações de segurança. Isso significa que o sistema está tecnicamente fora do ciclo de suporte da Microsoft, embora ainda existam alternativas para quem não quer migrar imediatamente para o Windows 11.
Uma delas é o programa Extended Security Updates (ESU), que oferece mais um ano de atualizações mediante registro. Usuários que conectarem o PC a uma conta Microsoft poderão receber as atualizações gratuitamente, enquanto quem optar por não vincular a conta pagará cerca de US$ 30.
Para quem prefere um caminho alternativo, a Microsoft reconhece que sistemas Linux são uma opção viável. Distribuições como o Linux Mint rodam em praticamente qualquer computador dos últimos 10 anos, são gratuitas e trazem interface familiar para quem vem do Windows.
O que mais chega ao fim
Além do Windows 10, outros produtos da Microsoft também encerram seu ciclo de vida este mês, incluindo o Exchange Server 2016 e 2019, Skype for Business 2016, Outlook 2016 e Windows 11 IoT Enterprise 22H2.
O que o fim do Windows 10 muda para as empresas no Brasil
Segundo estimativas de mercado, cerca de 43% dos computadores usados em ambientes corporativos não têm os requisitos mínimos para rodar o Windows 11. Ou seja, para quase metade das empresas, a virada de sistema significa trocar máquinas. E isso custa caro.
Com o fim do suporte oficial, o Windows 10 deixa de receber atualizações de segurança. Isso torna o sistema mais vulnerável a ataques, falhas e violações de dados. Qualquer brecha pode comprometer a operação de um negócio, seja com vazamento de informações, paralisação de serviços ou até prejuízos legais.
Para a especialista Georgia Rivellino, diretora de Marketing, Produtos e Soluções da Simpress, a situação exige atenção urgente: "Essa não é apenas uma mudança técnica. É um risco estratégico para qualquer empresa que ainda não iniciou o planejamento de migração", alerta.
Segundo dados da Cybersecurity Ventures, os prejuízos causados por crimes cibernéticos devem ultrapassar US$ 10 trilhões por ano até 2025 e sistemas desatualizados estão entre os alvos preferidos dos criminosos.
Outro ponto que costuma passar despercebido nessa discussão é o impacto ambiental. Um relatório da Canalys aponta que o fim do Windows 10 pode levar ao descarte de até 240 milhões de computadores em todo o mundo, gerando quase meio milhão de toneladas de lixo eletrônico.
No Brasil, onde a reciclagem de eletrônicos ainda é pouco estruturada, esse descarte em massa pode criar um novo problema ambiental. Equipamentos antigos, sem uso, muitas vezes acabam em lixões ou em depósitos inadequados, contaminando o solo e a água.






