O suporte ao Windows 10 termina em outubro de 2025. Pode parecer só mais uma mudança da Microsoft, mas nas empresas, especialmente no Brasil, essa virada tem potencial para causar um efeito dominó. Mesmo com o Windows 11 no mercado há anos, boa parte dos computadores corporativos ainda roda o sistema antigo. E o maior desafio nem é a atualização em si, e sim a troca dos equipamentos.
Um problema que vai além do software
Segundo estimativas de mercado, cerca de 43% dos computadores usados em ambientes corporativos não têm os requisitos mínimos para rodar o Windows 11. Ou seja, para quase metade das empresas, a virada de sistema significa trocar máquinas. E isso custa caro.

Com o fim do suporte oficial, o Windows 10 vai deixar de receber atualizações de segurança. Isso torna o sistema mais vulnerável a ataques, falhas e violações de dados. Qualquer brecha pode comprometer a operação de um negócio, seja com vazamento de informações, paralisação de serviços ou até prejuízos legais.
Para a especialista Georgia Rivellino, diretora de Marketing, Produtos e Soluções da Simpress, a situação exige atenção urgente: "Essa não é apenas uma mudança técnica. É um risco estratégico para qualquer empresa que ainda não iniciou o planejamento de migração", alerta.
Segundo dados da Cybersecurity Ventures, os prejuízos causados por crimes cibernéticos devem ultrapassar US$ 10 trilhões por ano até 2025 e sistemas desatualizados estão entre os alvos preferidos dos criminosos.
Impacto ambiental também preocupa
Outro ponto que costuma passar despercebido nessa discussão é o impacto ambiental. Um relatório da Canalys aponta que o fim do Windows 10 pode levar ao descarte de até 240 milhões de computadores em todo o mundo, gerando quase meio milhão de toneladas de lixo eletrônico.
No Brasil, onde a reciclagem de eletrônicos ainda é pouco estruturada, esse descarte em massa pode criar um novo problema ambiental. Equipamentos antigos, sem uso, muitas vezes acabam em lixões ou em depósitos inadequados, contaminando o solo e a água.
Outsourcing de TI pode ser a solução
Para empresas que não têm orçamento para renovar todo o parque tecnológico de uma vez, o outsourcing de equipamentos pode ser a melhor saída. Esse modelo funciona como um "aluguel" de computadores com manutenção, suporte técnico, atualizações e até descarte sustentável incluídos.
Georgia explica que, além de previsibilidade nos custos, o outsourcing libera a equipe de TI para focar em projetos mais estratégicos. "Você transforma um investimento alto em um custo mensal, mantém o parque sempre atualizado e ainda tem a segurança de estar em conformidade com boas práticas ambientais", afirma.

Outro ponto importante é que muitos contratos de outsourcing já incluem soluções para ajudar as empresas a baterem metas de ESG, algo cada vez mais valorizado em parcerias e negociações de grande porte.
Planejamento agora evita dor de cabeça depois
Lançado em 2015, o Windows 10 foi, por muitos anos, o sistema mais usado do mundo e ainda segue como o favorito de milhões de usuários. Mas o fim está marcado: em outubro de 2025, ele para de receber qualquer tipo de suporte oficial da Microsoft.
Para quem ainda não começou a se preparar, o ideal é iniciar um mapeamento do parque atual, avaliar quais máquinas são compatíveis com o Windows 11, calcular os custos de migração e montar um cronograma viável. O tempo está correndo, e o improviso pode sair caro.
Como conclui Georgia Rivellino, "o fim do Windows 10 pode parecer um problema, mas também é uma oportunidade para as empresas repensarem seus modelos e investirem em soluções mais sustentáveis e eficientes".
O que acontece com o Windows 10 depois de outubro de 2025?
Ele para de receber atualizações de segurança da Microsoft. Isso significa que continua funcionando, mas com riscos maiores de falhas e ataques cibernéticos.
Todas as empresas precisam trocar seus computadores?
Nem todas. Algumas máquinas mais recentes conseguem rodar o Windows 11. Mas boa parte dos PCs corporativos no Brasil ainda não atende aos requisitos mínimos.
Quais são as alternativas para quem não pode comprar novos PCs?
O outsourcing de TI é uma boa saída. Permite usar equipamentos atualizados pagando mensalmente, com suporte, manutenção e descarte ecológico incluídos.
E se a empresa continuar com o Windows 10 mesmo assim?
O risco é alto: exposição a ataques, perda de dados e até problemas legais dependendo do setor. O ideal é não adiar essa decisão.