No último ano, o setor agrícola no Brasil tem mostrado resultados positivos. Em 2017, o agronegócio encerrou o ano com crescimento de 11% em relação a 2017, sendo que sozinho foi responsável por 23,5% do total do Produto Interno Bruto, de acordo com dados do IBGE. Para este ano, um cenário positivo, ao menos no que diz respeito a produtividade.

Mesmo com saldo positivo, ainda há muito o que fazer. Na atividade agrícola, um dos grandes riscos envolve as pestes agrícolas, sendo que para o controle da situação é necessário a aplicação de pesticidas, ou seja, os agrotóxicos. Com isso, para obter um resultado satisfatório é preciso identificar o organismo danoso e escolher um melhor método de combate.

Os veículos não tripulados também colaboram no método de controle biológico de pestes, já que todo o mapeamento acontece em um menor espaço de tempo.
Os veículos não tripulados também colaboram no método de controle biológico de pestes, já que todo o mapeamento acontece em um menor espaço de tempo.

Neste estágio de identificação que a tecnologia acaba gerando oportunidades de negócios. Assim, com o auxílio de visão computacional embarcadas em veículos autônomos não tripulados (VANTs) é possível mapear a área de lavoura e identificar os organismos nocivos em um tempo menor. O método em questão tem sido eficaz no controle de lagartas desfolhadoras.

Os veículos não tripulados também colaboram no método de controle biológico de pestes, já que todo o mapeamento acontece em um menor espaço de tempo, o que acaba diminuindo no uso de agrotóxico como meio primário de controle.

Funcionamento das VANTs

Neste caso, os equipamentos chegam com uma câmera térmica, que é responsável pela captura de imagem da lavoura, e após é enviada parta uma unidade de processamento. A unidade possui a função de coordenar os comandos de voo ao VANT enquanto recebe as imagens feitas e com isso pode fazer as análises primárias. O veículo acaba sendo usado como meio de navegação autônoma, bem como para o processamento de imagens  obtidas.

O VANT também combina modelos de aprendizagem de máquina, o que permite a interferência de atividade térmica, classificando os organismos como nocivos ou inofensivos ao local. Como podemos perceber em todo o processo, o tempo de tomada de decisão acaba sendo menor.

Benefícios para o setor

No que diz respeito a tendências tecnológicas para o setor agrícolas temos algumas vantagens, como é o caso da redução de custo operacional e ainda de produtividade da lavoura. Abaixo, algumas das vantagens do VANT:

 Redução em torno de 30% do custo operacional e de headcount para levantamento de pragas existentes nas lavouras; redução do tempo de tomada de decisão para controle de pragas, culminando em maior mitigação do custo operacional da lavoura; precisão na escolha do método de ataque às pragas da lavoura, o que culmina em maior produtividade de determinada cultura; mitigação de risco de atividade agrícola.

Mesmo com os benefícios apresentados pelo VANT, é também necessário ter atenção em um detalhe. A regulamentação do espaço aéreo que,  mesmo com alguns avanços ainda é bastante lento. Em razão do grande número de canais de comunicação é necessário ainda ter homologação da ANATEL.

Além disso, o tempo contínuo de voo é outro desafio a se contornar, tipicamente sendo impactado pelo desempenho do conjunto formado por gerenciamento de energia e bateria escolhida.

As novas técnicas de gerenciamento de energia, processadores de baixo consumo e até chips específicos para funcionalidades básicas de câmera e voo tem sido desenvolvidos e com isso prometem ser os agentes para conseguir lidar com os desafios de tempo de voo. Em relação aos aspectos regulamentares, a velocidade do avanço nas negociações tem sido influenciada de modo positivo pelo crescente interesse no uso de VANTs no setor agrícola.

Por fim, o uso  de tecnologia para mitigação de risco em atividades da lavoura tem mostrado várias oportunidades de negócios capazes de trazer benefícios de redução de custos e elevação de produtividade em larga escala. O controle de pragas em lavoura é uma das soluções mais requisitadas por quem está no campo e o uso de visão térmica em veículos autônomos. Assim, através da embarcação dessa tecnologia em VANTs, é possível oferecer precisão e velocidade na tomada de decisão do método de controle de pestes, possibilitando um combate mais eficaz às pragas de lavouras.