Nos últimos anos, o mercado de smartphones se transformou em uma verdadeira "corrida dos megapixels". Marcas de peso como a Samsung, Motorola e Xiaomi já passaram a incluir sensores de 200 MP em aparelhos intermediários e topos de linha na intenção de chamar a atenção do usuário pelo número impressionante de megapixels. Mas será que mais megapixels sempre garantem imagens melhores?
O que é, afinal, uma câmera de 200 MP?
Quando um celular diz ter uma câmera de 200 megapixels, significa que o sensor é capaz de registrar 200 milhões de pontos diferentes em uma única imagem. Isso é possível porque os sensores ficaram maiores e os pixels menores, uma combinação que permite armazenar mais informações em menos espaço.

Mas o segredo está numa tecnologia chamada pixel binning (entenda aqui o que é pixel binning). Em vez de usar todos os 200 milhões de pixels de forma isolada, o sistema agrupa blocos de pixels (geralmente 16 em 1) para formar um "super pixel". O resultado são fotos de 12,5 MP com mais luz, cor e menos ruído, especialmente à noite.
A Motorola foi a pioneira em lançar um smartphone com sensor de 200 MP: o Moto X30 Pro, seguido do Edge 30 Ultra, que trouxe essa tecnologia também para o Brasil. Ambos os modelos chegaram ao mercado inovando nas câmeras, incluindo essa tecnologia pixel binning para melhorar fotos noturnas.

Hoje em dia já existem mais modelos com câmeras de 200 MP, inclusive de outras fabricantes, como é o caso do Galaxy S24 Ultra e o novíssimo S25 Ultra, ambos poderosos e com uma capacidade impressionante nas câmeras. Os dois são referência para quem busca fotos detalhadas, zoom de longa distância e muita versatilidade fotográfica.
Quais são as vantagens reais?
O principal ganho está na quantidade de detalhes. Uma câmera de 200 MP permite dar zoom, recortar ou ampliar a foto sem perder tanta qualidade como um aparelho com uma lente menor perderia. Isso significa que aparelhos com essa capacidade são ótimos para fotografar paisagens, também para fazer fotos profissionais ou até para imprimir imagens grandes.
Outro ponto positivo é a flexibilidade: o software da câmera pode combinar pixels para capturar mais luz, equilibrar as cores e reduzir ruídos. Em ambientes bem iluminados, isso faz muita diferença.

Sensores com 200 MP conseguem reproduzir texturas minuciosas, fios de cabelo e detalhes que câmeras menores simplesmente não conseguem. É o tipo de avanço que mostra o quanto a fotografia mobile evoluiu.
E por que nem sempre mais megapixels significam fotos melhores?
A verdade é que megapixels não são tudo. À medida que os pixels ficam menores, cada um deles capta menos luz. Isso faz diferença, principalmente em ambientes escuros, pois as imagens ficam com o ruído muito evidente, o que deixa a foto com menos definição. Nesses casos em específico, sensores de 50 ou até 12 MP, mas com pixels maiores, costumam entregar resultados mais equilibrados.
Outro fator importante é o conjunto óptico e o processamento de imagem. De nada adianta ter um sensor poderoso se as lentes são simples ou o software da câmera é mal calibrado. Muitos celulares intermediários contam com sensores de 200 MP no papel, mas pecam na lente, no pós-processamento e até na estabilização, ou seja, colocou uma lente de 200 MP só para dizer que tem.
O que faz uma câmera realmente ser boa?

Uma boa câmera é o resultado do equilíbrio entre hardware e software. Não é só sobre ter mais megapixels, mas sobre como o conjunto trabalha junto. Veja abaixo os fatores principais que garantem qualidade nas fotos e vídeos, seja em smartphones ou em câmeras tradicionais:
1. Tamanho e qualidade do sensor
Como já explicamos aqui, um sensor maior captura mais luz e detalhes, especialmente em ambientes escuros. Ele também reduz ruídos e garante cores mais vivas. Em smartphones, sensores grandes são raros, mas fazem muita diferença. Por isso, modelos top de linha costumam investir nesse componente.
2. Lentes de alta qualidade
As lentes são responsáveis por determinar o "caminho" da luz até o sensor. Isso significa que se as lentes não forem adequadas, podem comprometer o resultado final das fotos, seja o foco lento ou até mesmo com aberrações nas imagens. Lentes melhores proporcionam fotos mais nítidas e uma melhor separação entre objetos quando você tira aquelas fotos em modo retrato com o fundo desfocado.
3. Processamento de imagem (software)
Além do hardware em si, é muito importante que a câmera tenha um sistema de processamento de imagem intelignete, rápido e eficiente. Geralmente é ele que vai definir o contraste, cor, exposição, redução de ruído e equilíbrio de branco da imagem.
A Samsung e Apple são conhecidas por terem um excelente pós-processamento, ainda mais em tempos atuais, com algoritmos avançados alimentados por inteligência artificial para corrigir imperfeições e que otimizam a foto automaticamente.
4. Estabilização (óptica ou digital)
Câmeras com estabilização (OIS/EIS) evitam fotos tremidas e melhoram vídeos em movimento, especialmente em baixa iluminação. Quem já testou ou foi dono de um aparelho sem essa tecnologia, quando começa a usar um com estabilização optica, nunca mais vai querer voltar para um modelo sem esse recurso. Faz muita diferença, especialmente para quem grava vídeos em movimento, como caminhando por aí.
Veja um vídeo da POCO que mostra como o POCO F4, aparelho com OIS, se sai melhor em gravação de vídeos em comparação com aparelhos sem esse recurso:
5. Versatilidade e recursos extras
Algo também muito importante é a versatilidade da câmera e isso é determinado pela abertura variável, foco automático rápido, modos de disparo que a câmera tem, como o modo noturno, retrato, macro e assim por diante. Também é importante ter uma gravação em vídeo de alta qualidade e boas opções de zoom.
Resumindo, uma câmera boa vai além do número de megapixels que aparece na ficha técnica: ela precisa combinar um sensor de qualidade, lentes avançadas, processamento inteligente e estabilização eficaz. O segredo está no equilíbrio entre hardware e software; é isso que vai garantir fotos belas em qualquer situação.
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