O comércio de smartphones sempre esteve em alta no Brasil, tanto em que em cinco anos o resultado sempre foi positivo. Porém, a situação mudou em 2015, chegando a 47 milhões de unidades comercializadas. Vale notar que em 2014 o número atingiu 54,5 milhões.

Não somente os smartphones tiveram queda, a venda de tablets seguiu o mesmo caminho. Em relação a 2014, as vendas diminuíram 38% em 2015.

A IDC, que realizou o levantamento, aponta um grande fator como causador da queda de vendas: a alta do dólar, que obrigou as fabricantes a repassar os valores aos consumidores.

A crise política e econômica também acentuou o baixo desempenho das vendas de smartphones e tablets no país. Para 2015 estava previsto crescimento de 16% no setor, fato que não ocorreu.

O tablet, um pouco diferente dos smartphones, foi considerado um produto supérfluo.  "O tablet deixou de ser novidade e, além disso, diante da instabilidade político-econômica do país durante todo ano passado, com desemprego em alta e confiança do consumidor em baixa, passou a ser objeto de compra secundário", disse Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil.

Os tablets, conforme a IDC, começaram a aparecer menos nas lojas, após a alta do dólar. Além disso, a concorrência com os smartphones também pesou.

Mesmo assim, com a queda no número de unidades comercializadas dos smartphones, a receita da venda aumentou 1,2 % em 2015, em relação a 2014. O valor médio de smartphone no ano passado era de R$ 800, já em 2014 foi de R$ 750.

"O aumento na receita foi influenciado por este novo comportamento dos usuários que buscam ter uma segunda experiência com o smartphone, optando por um aparelho mais robusto", afirma Leonardo Munin, analista da IDC.

"Nem as festas de fim de ano e a Black Friday foram capazes de incentivar o consumo na mesma proporção dos últimos anos", disse a IDC em relação a baixa procura por smartphones no último trimestre do ano. As vendas caíram 32% em relação a 2014.

E como fica em 2016?

Para este ano, as expectativas não são boas. Com a crise política e econômica ainda perdura, além do fim da isenção dos impostos para smartphones, a perspectiva para um bom desempenho nas vendas não existe. O mercado deverá ter queda de 13%, com um total de 41 milhões de aparelhos comercializados. Os tablets devem ter resultado ainda mais negativo, com redução de 29%, chegando apenas a 4,1 milhões de aparelhos vendidos.

Com a queda do incentivo de vendas para eletrônicos no Brasil, os aparelhos ficaram, consequentemente, mais caros.

A Motorola, por exemplo, que era conhecida por fornecer aparelho de boa qualidade com preço acessível, precisou aumentar os seus valores em média de R$ 200.

Mesmo com a baixa, o Brasil permanece na 4ª posição em relação a venda de smartphone no globo. Em primeiro lugar está a China, após os Estados Unidos e em seguida a Índia.

Agora, em relação a venda de tablets, em que o país ocupava a 4ª posição no ranking mundial de aparelhos comercializados, caiu para o 9° lugar.