De acordo com a pesquisadora norueguesa Marte Loge, as formas gráficas para desbloquear a tela dos smartphones são tão fáceis de serem descobertas quanto as senhas consideradas óbvias, como a famosa sequência "1234".

O estudo, intitulado como "Tell Me Who You Are, and I Will Tell You Your Lock Pattern", realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, foi divulgado na última sexta-feira (20/8), durante o PasswordsCon Conference, que aconteceu em Las Vegas.

Durante a pesquisa, Loge analisou o desenho de desbloqueio de quatro mil pessoas para poder determinar as tendências de comportamento que podem tornar insegura diante aos insistentes ataques.  A pesquisadora descobriu que muitos usuários (77%) usam mais pontos de canto a canto da tela, com isso, formando desenhos bastante previsíveis.

Além disso, de acordo com o estudo, no geral, são usadas apenas cinco bolinhas nos desenhos de desbloqueio, dentre as nove opções disponíveis. Entre os usuários, 37% optam por usar apenas quatro pontos, o que resulta em 1.624 combinações diferentes. Caso a opção fosse de cinco pontos, o número de combinações diferentes chegaria a 7.152. Com seis pontos, 26.016 combinações e nove pontos, 140.704.

Do total das quatro mil combinações analisadas, 44% dos padrões iniciavam com a primeira bolinha.

A constatação feita pela estudiosa parece ser bastante simples, porém, até então, ninguém havia percebido a fragilidade das combinações. Os resultados apresentados por Loge mostram como as opções são extremamente limitadas, e assim, pouco exploradas.

Solução para o problema

De acordo com a pesquisadora, medidas simples podem otimizar a segurança na tela de bloqueio de um aparelho Android, como iniciar o traçado não por um canto, mas sim pelo meio. Além disso, desenho também pode ser mais complexo.

Loge explica que muitos usuários acham que desenhar uma letra no padrão de desbloqueio é bastante eficiente. Muitos deles, inclusive, usam a letra inicial do seu nome.

O estudo não se aprofundou em outros detalhes, como a razão das pessoas por optarem por certos padrões. Porém, esse pode ser um início para temas futuros, e com isso ainda descobrir o nível de preocupação dos usuários na segurança de seus dispositivos móveis.