Os drivers (alto-falantes) planar magnéticos em fones de ouvido in-ear viraram "febre" e, como de costume, a indústria de fones chinesa foi a responsável pela popularização deles, fazendo com que modelos cada vez mais baratos surgissem no mercado. Em meio a "onda" de lançamentos, a Kinera lançou o modelo Celest Guminho, que conta com 1 driver de armadura balanceada (BA ou balanced armature).

O driver planar-magnético [1] utilizado no Celest possui um design diferente do usual e é quadrado. Segundo a Kinera, foram realizados diversos testes para chegar no resultado que temos neste in-ear. O alto-falante foi desenvolvido pensando na "melhor reprodução possível" (com custo baixo) para a faixa dos graves.

[1] Artigo "Quais os tipos de tecnologias existentes em fones de ouvido"

Construção, conforto e fixação

Review do fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri
Review do fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri

O Celest Guminho traz uma construção que se destaca pelo cabo trançado, maleável e leve que passa por cima da orelha [2]. Mas não é só isso, pois o in-ear da Kinera proporciona um encaixe que, no meu caso, ficou confortável para se utilizar durante horas. O fone de ouvido foi utilizado por cerca de 8 horas seguidas e não causou incômodo algum.

[2] Artigo "Cabo de fones de ouvido por cima ou por baixo? Qual é a melhor opção e por quê?"

Cabo trançado do fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri
Cabo trançado do fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri

A fixação do in-ear com driver planar-magnético da Kinera se provou muito bom, pois a sua house (corpo do fone de ouvido) fica bem justa na concha da orelha. Entretanto, isso poderá variar, assim como o conforto, pois cada usuário possui um ouvido diferente e há a chance, embora pequena, de que alguém acabe tendo dores na cartilagem da orelha externa.

Qualidade do encaixe proporcionada pelo fone de ouvido in-ear Kinera Celeste Guminho. Fonte: Vitor Valeri
Qualidade do encaixe proporcionada pelo fone de ouvido in-ear Kinera Celeste Guminho. Fonte: Vitor Valeri

As ear tips ("ponteiras", "borrachinhas") do Celest são de boa qualidade e proporcionaram, no meu caso, um selo correto, impedindo que houvesse alterações na sonoridade do fone de ouvido. Acesse os nossos artigos para entender o que é uma ear tip e como elas influenciam no som:

Dica: Caso você ache que os agudos do Celest Guminho incomode, procure por ear tips mais fechadas na ponta comparado com as que já vem com o fone de ouvido. Nos artigos mencionados acima há uma lista de modelos recomendados.

Ear tip (ponteira, borrachinha) do fone de ouvido in-ear Kinera Celeste Guminho. Fonte: Vitor Valeri
Ear tip ("ponteira", "borrachinha") do fone de ouvido in-ear Kinera Celeste Guminho. Fonte: Vitor Valeri

O som

Sem dúvidas a Kinera atingiu seu objetivo com o driver planar-magnético que foi utilizado no Celest Guminho. Temos neste fone de ouvido graves rápidos, com punch (impacto) que impressionam para um intra-auricular e uma extensão muito boa considerando o preço cobrado pelo IEM (in-ear monitor).

Os médios não se sobressaem, mas não parecem estar recuados. Compõem bem com o restante do espectro (graves, médios e agudos). Isso já era esperado, já que as armaduras balanceadas (BAs ou balanced armature) conseguem lidar bem com a reprodução nesta região. Entretanto, o problema geralmente começa aparecer nos extremos, principalmente quando se utiliza um único driver de BA para médios e agudos.

Sim, mesmo que nas frequências mais altas não ocorra problemas com estridência, a transição dos médios para os agudos sofre com alguns picos. Consequentemente, dependendo da música, se houver instrumentos com muita atividade nos médios agudos e uma presença de graves pequena na gravação, você terá uma apresentação um pouco cansativa.

Fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri
Fone de ouvido in-ear Kinera Celest Guminho. Fonte: Vitor Valeri

Em termos de palco sonoro, não há algo que impressione, é mediano. A separação de instrumentos é honesta, nada fora do comum também. Porém, felizmente após algum tempo ouvindo o Celest Guminho, seu som acaba fazendo com que você esqueça essa questão e acaba não sendo um ponto crítico considerando o todo.

Na maioria das vezes, para aproveitar melhor o Kinera Celest, regulei o volume tendendo para o mais baixo possível, de maneira suficiente para reproduzir minimamente os sons dos instrumentos e vozes. Desta forma, a audição se tornou menos cansativa, principalmente porque as faixas executadas nesta análise foram em geral aquelas que continham menos atividade nos graves e uma presença maior de médios e agudos.

Conclusão

Para um fone de US$ 50 (aproximadamente R$ 275), o Kinera Celest Guminho apresenta um bom conjunto, contando com um bom desempenho, uma excelente qualidade de construção e entrega um bom conforto. Entretanto, se você é sensível a agudos e/ou escuta mais músicas que se concentram na região dos médios e agudos, recomendo o in-ear 7Hz Salnotes Zero, que custa US$ 20 (cerca de R$ 110). Note que isso não quer dizer que o Celeste Guminho seja ruim, mas tenha em mente que ele não pode agradar a todos.

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