No dia 5 de julho de 2022, a Asus lançou o novo ROG Phone 6 e diversos fones de ouvido, incluindo um novo TWS que permite a conexão de cabos. Provavelmente muitos se perguntam por que a Asus insiste na solução cabeada tanto em seu celular "gamer" quanto os seus fones de ouvido voltados para jogos. Entenda o motivo pelo qual a fabricante de hardware taiwanesa ainda insiste nesta ideia.

Quando falamos em fones de ouvido que são voltados para jogos, a primeira coisa que a maioria pensa é no som surround multicanal, algo que infelizmente é marketing, pois não há como conseguir o mesmo efeito que obtemos em um sistema de caixas de som [1]. Entretanto, há outros aspectos importantes que estes produtos "gamer" devem ter como conforto, durabilidade e peças removíveis [2]. Porém, ainda há mais um fator que é essencial para os jogadores, principalmente para aqueles que jogam profissionalmente, a latência da conexão entre o fone de ouvido e o dispositivo que se utiliza para jogar.

[1] Artigo "Som surround multicanal em headphones"

[2] "5 dicas do que não fazer ao comprar um headphone (over-ear) ou um headset"

Por que a Asus insiste na solução cabeada para seu celular e fones de ouvido "gamers"

O principal e único motivo para a Asus insistir na solução cabeada nos celulares da série ROG Phone e em seus fones de ouvido "gamer" é a latência. Ela é definida como o tempo que leva para iniciar o processo até a execução do mesmo (exemplo: você aperta o botão para a reprodução de um vídeo e ele demora alguns segundos para iniciar). Esse aspecto é fundamental para jogos competitivos e, no caso dos fones de ouvido, isso se dá através da sincronia entre a imagem e o som.

Infelizmente, fones de ouvido Bluetooth não conseguem atingir uma latência baixa o suficiente para ter uma sincronia entre som e imagem que seja suficiente para não afetar o desempenho do jogador nos jogos, mesmo ativando o "modo jogo", que alguns modelos possuem, que tenta de diminuir o tempo de resposta. Mas quando partimos para uma solução cabeada de fones de ouvido, a história muda, pois a latência é praticamente zero e é por isso que a Asus ainda mantém a saída para fones de ouvido no ROG Phone e lançou recentemente um fone de ouvido TWS que permite a conexão de cabos, o ROG Cetra True Wireless Pro.

Como acontece a transmissão de arquivos de áudio através da tecnologia Bluetooth. Fonte: Vitor Valeri
Como acontece a transmissão de arquivos de áudio através da tecnologia Bluetooth. Fonte: Vitor Valeri

Qual a diferença entre um fone de ouvido cabeado com plugue de 3,5mm e USB?

Como você deve saber, a Asus optou por utilizar um cabo USB para conectar o ROG Cetra True Wireless Pro ao ROG Phone 6 ou outro dispositivo mobile com USB-C. Há dois motivos para isso: garantir que ele soe igual em todos os dispositivos e aplicar DSP para "aprimorar" o som.

Para que um fone soe igual sempre, o cabo USB-C do Cetra True Wireless Pro contém um DAC (Digital to Analog Converter), para converter o sinal digital em analógico, e um amplificador, para amplificar o sinal e fazer com que o diafragma do driver (alto-falante) do fone de ouvido vibre e gere som. Quando utilizamos um fone de ouvido com cabo P2 (3,5mm), o hardware responsável por realizar a conversão e amplificação do sinal de áudio será o do próprio dispositivo utilizado para a reprodução de música, ou seja, o celular, o tablet ou o computador, seja desktop ou notebook.

Funcionamento de um fone de ouvido via USB-C e via P2 (3,5mm). Fonte: Vitor Valeri
Funcionamento de um fone de ouvido via USB-C e via P2 (3,5mm). Fonte: Vitor Valeri

A aplicação de DSP (Digital Signal Processing) [3] é utilizada para compensar a falta de qualidade no desenvolvimento do driver (alto-falante) e da estrutura interna do fone de ouvido [4], que irá interagir com o som até enviá-lo para o canal auditivo do usuário.

[3] Artigo "O que é Digital Signal Processing (DSP)? Onde e como ele é aplicado?"

[4] Artigo "O básico sobre fones - O transdutor"

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: