Na segunda-feira (12), os funcionários dos Correios anunciaram que estão iniciando uma greve por tempo indeterminado em todo país. A decisão chega em um momento em que a estatal enfrenta vários problemas e por isso busca novas alternativas.

Recentemente, os Correios travaram uma briga com o Mercado Livre, agora, eles querem ampliar os meios de lucratividade. Guilherme Campos, presidente dos Correios, em uma entrevista ao Valor Econômico, informou que a empresa identificou nos últimos anos o crescimento do "camelô eletrônico".

Segundo ele, os Correios acabaram subsidiando em até 1 bilhão os fornecedores chineses que encaminham as suas "bugigangas" para o Brasil. Isso tudo porque os produtos com valor abaixo de US$ 100 acabam entrando no país sem receberem a devida taxação por parte da União.

Por dia, atualmente, chegam em média 300 mil objetos de fora do Brasil. Campos diz que boa parte do material chega em forma de "frete grátis" o que acaba escondendo uma manobra comercial.

O presidente dos Correios diz que os sites chineses acabam aproveitando de manobras para dificultar a fiscalização, sendo as principais delas com postagem de produtos sem rastreio, etiquetas fora do padrão internacional que não trazem o CEP do destinatário em código de barras. Isso tudo acaba dificultando a triagem automatizada por parte dos Correios.

Assim, a empresa precisa fazer a triagem de modo manual, o que acaba gerando prejuízos para os Correios. Deste modo, Campos acredita que se tais encomendas provenientes da China fossem registradas, os Correios receberiam cinco vezes mais.

"Os países que recebem produtos da China subsidiam a distribuição em cada um dos seus mercados".

Campos diz ainda que os Correios deixam de ganhar R$ 15 por cada produtos de origem chinesa no Brasil, o que gera uma perda de R$ 1 bilhão por ano. Os Correios pretendem levar a situação para a União Postal Universal (UPU) como um modo de engrossar a pressão sobre a China.

Se a medida funcionar, os Correios pretendem ainda neste ano implantar um sistema que levaria o comprador a pagar frete no momento da entrega. Isso faria com que as ofertas de frete grátis se tornassem sem validade para os produtos entregues no Brasil.

Assista ao bitON de ontem, falamos sobre a greve dos Correios: