Um fóssil inédito, datado de mais de 540 milhões de anos, foi encontrado em Januária, no norte de Minas Gerais, por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB). O fóssil, identificado como sendo de uma cianobactéria chamada Ghoshia januarensis, foi descrito pela primeira vez em uma tese de doutorado do pesquisador Matheus Denezine. A descoberta também indica que pode existir petróleo na região.

Descoberta corrobora com a Teoria da Evolução de Darwin

Apesar de seu tamanho microscópico — apenas 10 micrômetros, o equivalente a 10 milionésimos de metro — a importância desse achado é gigantesca. Além de corroborar com a Teoria da Evolução de Darwin, que postula a origem da vida na Terra no período pré-cambriano, o fóssil revela detalhes intrigantes sobre o antigo ambiente marinho de Minas Gerais, indicando que a região já foi coberta pelo mar em eras remotas.

Fóssil de 540 milhões de anos é descoberto em Minas Gerais. Foto: Matheus Denezine/Divulgação
Fóssil de 540 milhões de anos é descoberto em Minas Gerais. Foto: Matheus Denezine/Divulgação

O estudo liderado pela UNB não apenas enriquece nosso conhecimento sobre a história da vida no planeta, mas também levanta questões sobre os recursos naturais da região. A descoberta sugere a possibilidade da existência de reservas de petróleo na Bacia Sedimentar do São Francisco, devido às características das rochas locais e à concentração de matéria orgânica.

No entanto, é importante ressaltar que a identificação de um potencial sistema petrolífero requer estudos adicionais. Matheus Denezine explica que a análise das rochas indica que a matéria orgânica nelas contida atingiu temperaturas adequadas para a geração de óleo ou gás, mas é necessário investigar se houve de fato a geração desses hidrocarbonetos e como eles podem ter se deslocado ao longo do tempo.

Esse próximo passo exigirá uma colaboração multidisciplinar entre profissionais de diversas áreas da geologia, visando entender a complexidade do sistema petrolífero potencialmente presente na região de Minas Gerais. Vale ressaltar que a pesquisa recebeu apoio de instituições como CNPQ, Capes, CPRM, Petrobras e Agência Nacional de Petróleo (ANP), bem como colaborações internacionais com instituições como Unicamp, Virginia Tech (EUA), Academia Russa de Ciências e Universidade de Nanjing (China).

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