A Editoração Tradicional

Uma descrição de como era montado um jornal antes do aparecimento dos softwares de editoração eletrônica.

Processo Gráfico

Desde o momento em que as matérias, o material fotográfico e a publicidade eram confeccionados, até o momento em que a publicação saia da rotativa, ocorria uma série de modificações que transformavam o produto inicial dando-lhe uma feição mais adequada à linguagem de editoração. Essa série de transformações constituíram o processo gráfico.

Num grande jornal esse processo tinha início a partir do momento em que o jornalista terminava a sua matéria e ela passava às mãos do copy-desk. O copy-desk tinha por função (dependendo da linha editorial de cada jornal) corrigir o texto e suas imperfeições, dando-lhe uma linguagem mais jornalística. A ligação do copy-desk com a parte gráfica do jornal acontecia na medida que ele assinalava quais os trechos da matéria que deveriam entrar em negrito ou itálico.

Edição

Tendo em mãos as matérias, o material publicitário e as fotos, o editor do jornal cuidava de distribuir esse material pelas páginas. O editor tinha que ter em mente o espaço que cada página lhe proporciona para ser coberto com as partes do texto, foto e publicidade e assim determinava em primeira instância o que a página iria conter.

Diagramação

Terminado o trabalho de edição do jornal, cada página, com o material correspondente era passado para o diagramador. A tarefa do diagramador consistia em desenhar previamente a disposição de todos os elementos que integravam cada página do jornal, ordenar conforme uma orientação pré-determinada, como ficariam, depois de montados e impressos, os títulos, os textos, as fotografias, os anúncios etc, indicando o número de colunas das matérias e outras especificações complementares.

Existiam algumas etapas que o diagramador executava antes de enviar o material para a oficina. a primeira etapa, a diagramação propriamente dita, o diagramador desenhava a futura página sobre um papel de tamanho reduzido (tamanho ofício), dando idéia, com o emprego de traços e signos, de como ela ficaria depois de impressa. Esse papel tinha o nome de raf e continha o mesmo número de colunas do jornal e a indicação da página em centímetros, com algarismos a esquerda e a direita, dispostos em ordem ascendente e descendente em cada margem. O trabalho quando pronto tinha o nome de boneco ou espelho.

A seguir o diagramador iniciava o processo de confecção do diagrama. De posse do boneco da página ele passava os dados para um diagrama (o raf ampliado na medida exata em que o jornal seria impresso). Tal passagem obedecia a cálculos que convertiam o texto em centímetros, de acordo com a escolha determinada pelo diagramador. Da mesma forma as fotos e a publicidade nem sempre conservavam seu tamanho original sujeitando-se a reduções ou ampliações de acordo com o espaço que lhes tinha sido reservado na página.