O Windows 10 acaba de receber sua última atualização gratuita, a KB5066791, marcando o fim de uma era para quem não vai assinar o programa ESU (Extended Security Updates). Essa atualização, liberada neste mês de outubro de 2025, chega parar corrigir alguns bugs e traz melhorias voltadas principalmente para empresas, mas, para o usuário comum, as mudanças são quase invisíveis.

Windows 10 recebe atualização KB5066791

Ao instalar o pacote, o sistema é atualizado para o Windows 10 Build 19045.6456. A Microsoft não avisa abertamente que esta é a última atualização gratuita, mas deixa pistas: pequenas notificações e lembretes sobre a migração para o Windows 11 aparecem de forma mais frequente.

Em testes realizados pelo site Windows Latest, também foram encontrados alguns sinais de novos avisos em tela cheia incentivando a troca de sistema. Esses avisos parecem que ainda foram ativados para todos os usuários, mas já deu as caras para algumas pessoas.

Antes da atualização KB5066791, a Microsoft ainda tinha liberado na semana passada o Patch Tuesday de outubro que chegou corrigindo 172 problemas de segurança do Windows 10, alguma delas bem graves. Por exemplo, uma das falhas corrigidas foi no Gerenciador de Conexões de Acesso Remoto do Windows (RasMan), usado em conexões VPN e discadas. Essa vulnerabilidade permitia elevação de privilégios e já estava sendo explorada por cibercriminosos.

O que muda com essa atualização?

Entre as poucas mudanças técnicas do Windows 10 KB5066791, estão correções para o IME chinês, falhas no Gerenciamento Remoto via PowerShell e ajustes que melhoram a compatibilidade com certificados de cartão inteligente, embora essa última novidade tenha trazido novos problemas.

A Microsoft reconheceu que o update pode causar falhas no uso de cartões inteligentes em aplicativos mais antigos de 32 bits. A empresa recomenda editar o Registro do Windows para restaurar a funcionalidade manualmente, já que uma correção oficial não está prevista.

Próxima atualização será paga

Para quem ainda usa o Windows 10, vale lembrar: não há mais novidades, apenas atualizações de segurança. A próxima será lançada em 11 de novembro de 2025, mas apenas para quem aderir ao ESU, um programa de atualizações estendidas de segurança da Microsoft.

Para entrar nesse programa, você tem três opções: sincronizar o computador com o OneDrive, resgatar 1.000 pontos do Microsoft Rewards ou optar por uma assinatura paga, que custa cerca de US$ 29,99. Essa assinatura garante updates até 13 de outubro de 2026. Depois disso, o sistema estará oficialmente morto para sempre.

Como entrar no programa ESU do Windows 10. Imagem: Windows Latest/Reprodução
Como entrar no programa ESU do Windows 10. Imagem: Windows Latest/Reprodução

A mensagem é clara: a Microsoft quer levar todos para o Windows 11, e o Windows 10 agora entra oficialmente em seu modo de despedida.

E os riscos de continuar com o Windows 10?

Especialistas alertam que seguir com o sistema pode ser perigoso. Sem atualizações de segurança, o Windows 10 tende a se tornar alvo de hackers. "Ele não estará mais protegido contra as ameaças cibernéticas mais recentes", explica Martin Kraemer, analista da KnowBe4.

Continuar com o Windows 10 sem suporte e atualizações de segurança pode expor seus dados. Imagem: Reprodução
Continuar com o Windows 10 sem suporte e atualizações de segurança pode expor seus dados. Imagem: Reprodução

O consultor Paddy Harrington, da Forrester, lembra que até aplicativos podem parar de funcionar corretamente. "Os desenvolvedores dependem do sistema operacional para garantir certas funções. Sem atualizações, não há como garantir estabilidade", afirma.

Além do Windows 10, outros produtos da Microsoft também encerram seu ciclo de vida este mês, incluindo o Exchange Server 2016 e 2019, Skype for Business 2016, Outlook 2016 e Windows 11 IoT Enterprise 22H2.

Há saída para quem não quer o Windows 11?

Quem não puder (ou não quiser) instalar o Windows 11 pode migrar para alternativas como o Linux, que é gratuito e cada vez mais amigável. Harrington diz que essa é uma boa opção "se os aplicativos e ferramentas de segurança usados no dia a dia forem compatíveis".

Enquanto isso, antivírus e firewalls podem oferecer uma camada extra de proteção, mas são apenas paliativos. "Eles ajudam, mas não substituem as atualizações oficiais", reforça Kraemer.

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