Atualmente, é usual armazenar arquivos online usando serviços na nuvem. Estes sistemas funcionam através da internet e servidores globais, porém, não possuem a longevidade ou velocidade de acesso de um SSD. Para superar essas limitações, a Microsoft está desenvolvendo uma tecnologia de armazenamento em placas de vidro.

Project Silica: Microsoft trabalha para armazenar dados em vidro

Placas de vidro são utilizadas pela Microsoft para o armazenamento de terabytes de dados com alta durabilidade. Fonte: Microsoft
Placas de vidro são utilizadas pela Microsoft para o armazenamento de terabytes de dados com alta durabilidade. Fonte: Microsoft

Chamado de "Project Silica", o trabalho da Microsoft visa armazenar toneladas de dados em placas de vidro, além de tornar a gravação de informações mais duradoura para resistir por muitos mais tempo que os métodos convencionais como, por exemplo, o dos HDDs (Hard Disk Drive). Segundo a desenvolvedora do Windows, a durabilidade dos dados em vidro é de pelo menos 10 mil anos, além de permitirem o armazenamento de vários terabytes de dados em uma única placa.

Observação: 1 terabyte é igual a 1000 gigabytes e 1 gigabyte é igual a 1000 megabytes.

Leitura de dados em uma placa de vídeo utilizando um microscópio que trabalha em conjunto com um computador. Fonte: Microsoft
Leitura de dados em uma placa de vídeo utilizando um microscópio que trabalha em conjunto com um computador. Fonte: Microsoft

A Microsoft diz:

Os dados são armazenados em vidro por meio de um processo de quatro etapas: gravação com um laser ultrarrápido de femtosegundo, leitura através de um microscópio controlado por computador, decodificação e, finalmente, armazenamento em uma biblioteca. A biblioteca é passiva, não utiliza energia elétrica em nenhum dos depósitos. A complexidade está nos robôs que carregam enquanto ficam parados dentro do laboratório, despertando quando os dados são necessários. Eles sobem nas prateleiras, pegam a placa de vidro e depois voltam para o leitor.

Observação: Um femtossegundo é corresponde a 10⁻¹⁵ segundos, ou seja, um quadrilionésimo de segundo. O femtossegundo está para um segundo como um segundo está para 31,7 milhões de anos.

Biblioteca de placas de vidro com terabytes de dados gravados e robôs criados para coletar as placas e levar até o local de leitura. Fonte: Microsoft
Biblioteca de placas de vidro com terabytes de dados gravados e robôs criados para coletar as placas e levar até o local de leitura. Fonte: Microsoft

Longo caminho a percorrer

Segundo a Microsoft, utilizar o vidro para o armazenamento de dados é uma alternativa ecologicamente correta, além de ser resistente a pulsos eletromagnéticos. No momento a empresa está trabalhando em parceria com um grupo de risco chamado Elire para utilizar esta tecnologia para ajudar a criar o "Global Music Vault" em Svalbard, Noruega.

Sem dúvida a tecnologia de armazenamento em placas de vidro é promissora, mas ainda não é comercialmente viável. De acordo com a Microsoft, hoje é necessário de três a quatro estágios de desenvolvimento antes de massificar essa forma de armazenar dados.