O jornal britânico Financial Times publicou recentemente um relatório sobre o mundo do streaming musical. Normalmente a atenção é voltada para aqueles mesmos aplicativos que dominam esse mercado há anos: Spotify e Apple Music. Mas o terceiro colocado vem se destacando de certa forma que parece tomar o lugar de um desses em breve.

Estamos falando de ninguém mais ninguém menos que a Amazon Unlimited Music. Seu crescimento tem sido tão rápido que, pelo que indica o relatório, esta pode tomar o lugar da Apple Music já em 2020 ou 2021.

Banner do serviço de música da Amazon.
Banner do serviço de música da Amazon.

Para efeitos de comparação, enquanto a Amazon Unlimited Music aumentou em 70% seu número de assinantes premium ao longo de 2018, a Apple Music aumentou 50% e o Spotify apenas 25%. Claro, analisando a quantidade desses assinantes, o Spotify ainda possui a liderança seguido do Apple Music e por fim a Amazon.

Infelizmente os números exatos de assinantes premium não são abertos ao público. Os dados são relativamente antigos e impedem uma comparação precisa, sendo: Spotify com 100 milhões em abril de 2019, Apple Music 60 milhões em junho e Amazon Unlimited Music com 32 milhões (incluindo também Amazon Prime Music). Mas de qualquer forma, é possível ter uma noção de como anda essa corrida - e prever que, caso o crescimento das três continue como estava em 2018, tudo pode mudar. 

Amazon oferece plano apenas para pessoas que querem ouvir música pelo Echo, auto-falante inteligente da empresa.
Amazon oferece plano apenas para pessoas que querem ouvir música pelo Echo, auto-falante inteligente da empresa.

Mas afinal, porque a Amazon Unlimited Music está crescendo tanto? Bem, existem três teorias: a primeira delas é de que o serviço de streaming da Amazon faz muito sucesso entre público mais velho - segundo o Financial Times, 14% de seus assinantes premium têm mais de 55 anos, contra os 5% do Spotify, por exemplo. Isso significa que, ao invés de lutar para conquistar um público "já conquistado", a Amazon foca em outros nichos.

O segundo é que há a integração da Amazon Unlimited Music com a Alexa - assistente pessoal da mesma empresa - e o Echo, auto-falante similar ao Google Home. Além de facilitar o acesso de música às pessoas por um simples comando de voz, isso significa também mudanças nos preços - que é a terceira teoria. 

Preços e planos da Apple Music e do Spotify são similares, enquanto a Amazon oferece algo diferente em ambos.
Preços e planos da Apple Music e do Spotify são similares, enquanto a Amazon oferece algo diferente em ambos.

A Amazon oferece diferentes planos para seus assinantes, assim como seus concorrentes. No entanto, os preços são bem diferentes: somente o Music Unlimited custa U$10 por mês (algo em torno de R$38), enquanto a Amazon Prime - serviço com faixas reduzidas - custa U$8 (R$30, aproximadamente) e o plano em que é possível ouvir música apenas no Echo custa U$4 (R$15). 

Enquanto isso, tanto o Spotify quanto a Apple Music custam U$10 por mês. Esses dois serviços oferecem planos familiares e de estudantes por U$15 (algo em torno de R$60) e U$5 (R$20), respectivamente.

Isso significa que a Amazon está crescendo pelo motivo certo: diversidade. O serviço pode ser o mesmo, mas ela inova tanto no foco do público quanto nos pacotes a serem oferecidos, fugindo do tradicional. 

Será que teremos um novo líder do streaming musical em breve? Ou será que as concorrentes vão buscar inovar também?

Fonte: cultofmac