Nesta semana, a Angola Cables, operadora de telecomunicações globais, iniciou as instalações do cabo submarino de fibra óptica SACS (South Atlantic Cable Sytem), a partir da conta de Angola, em Sangano, município da Quissama. A instalação do SACS é um marco bastante importante para a conclusão do empreendimento, que revela um novo paradigma nas comunicações digitais globais.

O primeiro cabo irá conectar Fortaleza, no Ceará, a Luanda, em Angola, através do Atlântico Sul. No total, o processo de instalação do cabo até a chegada a costa cearense deverá demorar cerca de quatro a cinco meses.

Cabo submarino de fibra óptica Angola-Brasil deverá entrar em funcionamento em 2018. FOTO: RTP/ARQ
Cabo submarino de fibra óptica Angola-Brasil deverá entrar em funcionamento em 2018. FOTO: RTP/ARQ

O cabo, construído pela unidade japonesa da NEC, terá capacidade de ao menos 40 Tbps e 6 mil quilômetros de extensão, tudo isso na velocidade da luz, levando em consideração que a troca de informações entre os dois continentes será feita em até 63 milissegundos, ou seja, mais rápida que o piscar de olhos. A atual etapa de instalação do cabo em águas rasas é uma das mais importantes do empreendedorismo, já que exige a participação de vários especialistas.

"A instalação do SACS em alto mar irá envolver a participação de engenheiros, profissionais de TI e mergulhadores profissionais para que o cabo realmente seja fixado com segurança em solo marítimo", conta Nunes. Ainda de acordo com o executivo, o SACS traduz a capacidade da companhia de encontrar soluções para problemas ainda inexistentes, uma vez que o cabo foi projetado e desenvolvido para atender a demanda de dados das próximas gerações. "Durante dois meses fizemos o mapeamento completo do terreno onde o cabo será instalado no Atlântico Sul. Dessa forma, definimos o melhor caminho a ser percorrido, evitando possiveis rupturas que ele possa sofrer devido às movimentações rochosas do solo", disse António Nunes, CEO Global da Angola Cables.

A Angola Cables, atualmente, além do SACS, possui ainda outros dois grandes projetos no Brasil, totalizando assim, US$ 300 milhões em investimentos. Os projetos são: o cabo Monet, que irá ligar Miami, nos Estados Unidos a Santos, passando ainda por Fortaleza e o outro é a construção de um Data Center Internacional, em Fortaleza, que irá ser um agregador de cabos submarinos de fibra óptica.

Conforme Nunes, quando toda a rede internacional estiver pronta, irá haver uma grande mudança nas telecomunicações globais, já que a troca de dados intercontinentais será mais veloz.

"Angola está cada vez mais próxima de se tornar um dos principais centros das telecomunicações da África subsaariana. Os cabos submarinos e Data Center irão criar novos caminhos para troca de informação e nos tornar parte dos grandes circuitos internacionais", disse Nunes.