O ano de 2015 foi fraco em vendas de computadores, totalizando  6,6 milhões de equipamentos comercializados. Porém, o que já estava ruim ficou ainda pior para o mercado brasileiro de PCs. Em 2016 as vendas foram ainda mais baixas, com 4,5 milhões de máquinas comercializadas, o que representa uma queda de 31,7% em relação ao ano anterior.

Os dados integram o estudo IDC Brazil PCs Tracker Q4, que é realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

Do total de computadores vendidos, 2,8 milhões foram notebooks (queda de 30% na comparação com 2015) e 1,7 milhão foram desktops (queda de 35% na comparação com 2015). O estudo mostra ainda que 3 milhões de computadores foram vendidos para o mercado doméstico e 1,5 milhão para o segmento corporativo.

"A venda de computadores em 2016 ficou dentro das nossas expectativas. Além da crise econômica que impactou o mercado, no ano passado houve mais interesse por smartphones, tablets e até por aparelhos televisores inteligentes, que oferecem a possibilidade de assistir a filmes e consumir entretenimento, em geral. Ou seja, o computador, que até 2012 era praticamente o único dispositivo a oferecer acesso a internet, ano a ano vem perdendo espaço para outros dispositivos", diz Pedro Hagge, analista de pesquisa da IDC Brasil.

A receita com a venda de PCs também registrou queda em 2016: com faturamento total de R$ 10,9 milhões ano passado, contra R$ 15,3 milhões em 2015.

"O tíquete médio dos computadores em 2016 foi de R$ 2.413, enquanto em 2015 foi de R$ 2.326 e, em 2014 foi de R$ 1.694." "A alta nos preços deve-se a fatores como a alta do dólar e a chegada ao mercado de equipamentos mais robustos. Antes os fabricantes ‘brigavam’ para oferecer o menor preço, e hoje lutam por rentabilidade. O resultado é um mercado mais saudável e com equipamentos de melhor qualidade".

O estudo da IDC Brasil revelou ainda que entre os meses de outubro e dezembro de 2016 foram vendidos 1,2 milhão de computadores no país, o que representa uma queda de 11% em relação ao mesmo período de 2015. Deste total, 450 mil foram desktops (queda de 15% na comparação com 2015) e 770 mil foram notebooks (queda de 9% na comparação com 2015).

Já em relação ao terceiro trimestre de 2016, ocorreu um aumento de 17%: desktops com 21% e notebooks de 14%. De acordo com o analista da IDC, o último trimestre foi o mais forte do ano, representando 27% do mercado total de 2016. "Muitos varejistas abasteceram seus estoques para a Black Friday e para o Natal".

 Como será 2017

Conforme a IDC Brasil, a tendência é que o mercado se estabilize em 2017, mantendo os 4,5 milhões de computadores vendidos no ano passado. "Mesmo que a economia melhore, não devemos ter um incremento nas vendas este ano. O mercado de computadores é maduro e a vida útil das máquinas tem passado dos seis anos, já que a qualidade é melhor e o uso tem sido dividido com outros dispositivos. Para se destacar no mercado, os fabricantes precisam inovar e oferecer produtos com preços acessíveis", disse Hagge.