Edward Snowden continua revelando várias informações sobre espionagem. Agora, um novo escândalo: O site The Intercept e o Le Monde revelaram que os governos dos Estados unidos e Reino Unido estavam monitorando o uso de chamadas telefônicas através de celular que eram realizadas em voos.

O documento começa com o seguinte questionamento: "o que o presidente do Paquistão, um contrabandista de charutos, um traficante de armas, um terrorista, e um membro de uma rede de proliferação nuclear têm em comum? Todos usaram seu celular GSM cotidiano durante um voo".

A charada surgiu em documentos da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) de 2010, indicando, talvez, uma possível espionagem. Em um outro relatório era mostrado que 50 mil pessoas já haviam usado o celular no avião para realizar chamadas até dezembro de 2008. Em fevereiro 2009 o número havia dobrado, atingindo 100 mil.

Em 2012, a CGHQ (equivalente a NSA) apresentou um programa intitulado como "Southwinds", que tinha como objetivo coletar toda a atividade de celulares durante os voos. O documento revela que o Reino Unido era capaz de monitorar o que era comunicado entre as regiões cobertas pelos satélites da empresa de telecomunicações Inmarsat, o que atingia a Europa, Oriente Médio e África.

Várias companhias aéreas tiveram os seus voos monitorados, incluindo a British Airways, Hong Kong Airways, Aeroflot, Etihad, Emirates, Singapore Airways, Turkish Airlines, Cathay Pacific, Lufthansa e Air France.

Os dados, segundo a apresentação do CGHQ, eram monitorados praticamente em tempo real, sendo atualizados a cada dois minutos. Para que um aparelho celular pudesse ser monitorado era necessário que estivesse em uma altitude acima de 3.000 metros. O simples fato de um telefone estar ligado já entregava a localização.

Em 2012, eram apenas 27 empresas que ofereciam o uso de rede GSM de telefonia em seus voos; Atualmente já são mais de 100, o que pode aumentar o poder de espionagem.