Nesta quinta-feira (20), o grupo hacker Anonymous Brasil disse ter invadido o sistema do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Através de uma publicação no Facebook, o grupo divulgou dados que dizem ser de servidores da Corte.

Na postagem foram divulgados números de telefones, e-mail, CPF e RG de várias pessoas. Além dos dados que dizem ser de servidores do STJ, contam nomes também de pessoas que trabalhariam no Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério Público Federal (MPF) e de tribunais de instâncias menores de vários locais do Brasil.

O STJ, através de nota disse que está realizando "investigações preliminares" sobre o suposto vazamento de dados. Até o momento, segundo o órgão, "nenhum registro de acesso não autorizado ao sistema de informática do tribunal, tampouco vazamento de informações de acesso restrito".

"Informamos que a Secretaria de Tecnologia da Informação e a Secretaria de Segurança do STJ estão fazendo investigações preliminares visando averiguar o noticiado vazamento de dados. Pelo que se apurou até o momento, não há nenhum registro de acesso não autorizado ao sistema de informática do tribunal, tampouco vazamento de informações de acesso restrito. Medidas preventivas estão sendo estudadas para reforçar a segurança da informação no STJ", disse a nota divulgada pelo STJ.

De acordo com o grupo hacker, a invasão é um ato contra a impunidade permitida pelo Poder Judiciário. O Anonymous cita também a decisão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que anulou, no mês passado, os julgamentos de 74 policiais militares que foram condenados em primeira instância pelo massacre do Carandiru, em que 111 presos foram assassinados.

"Se a Suprema Corte gera tantas dúvidas, o que dirá das outras instâncias. Verdade é que não há independência e autonomia entre os três poderes. Na prática, os três se juntam para agir contra um inimigo em comum: a classe trabalhadora", diz o comunicado do grupo.

"Jamais esqueceremos a quem o Judiciário serve, legitimando todas essas barbáries e absolvendo os ricos e poderosos. A justiça é para quem pode pagar", disseram ainda.