A Proteste, associação de defesa dos consumidores, está questionando o Facebook sobre os novos termos de uso do WhatsApp. De acordo com a entidade, a política não deixa claro aos usuários os riscos relacionados à privacidade e viola o Marco Civil da Internet.

A entidade possui cerca de 250 mil consumidores associados e já enviou à rede social um comunicado cobrando explicações sobre quais os dados dos usuários do aplicativo de conversa que serão coletados e compartilhados a partir da mudança nos termos de uso do aplicativo, que aconteceu no final de agosto.

"Apesar do WhatsApp e o Facebook dizerem que as conversas no aplicativo são criptografadas, não está claro se as conversas estão sendo compartilhadas com terceiros. Do jeito que está, qualquer dado enviado ou recebido pode ser usado pelo WhatsApp", afirmou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

"Os consumidores estão confusos, não sabem direito o que fazer. Receberam a comunicação [dos novos termos do WhatsApp, mas não sabem se continuam usando o serviço", afirmou.

Vale notar que na semana passada, o Comissariado de Proteção de Dados e Liberdade de Informação de Hamburgo, na Alemanha, afirmou que o Facebook está infringindo a legislação alemã de proteção de dados.

Com isso, o comissariado determinou que a empresa precisa parar de coletar e armazenar dados de usuários do WhatsApp na Alemanha e ainda apagar todas as informações que já foram recebidas.

A Proteste informou ainda que irá aguardar 10 dias úteis por um retorno do Facebook sobre as dúvidas em relação ao WhatsApp. Conforme Maria Inês Dolci, o caso poderá ocorrer de forma amigável, com a empresa explicando de forma clara os novos termos para os usuários.

"A dúvida é: se o argumento do WhatsApp para não atender aos pedidos da Justiça sobre informações trocadas pelo aplicativo era a inacessibilidade por estarem criptografados, agora compartilhará quais dados?", questiona a Proteste.

De acordo com o Facebook, a empresa tem como princípio "manter as informações dos usuários seguras e protegidas, inclusive à medida que coordenamos mais com o WhatsApp nos próximos meses".