Existe um ditado popular que diz: "na teoria tudo dá certo, mas na prática nem tudo ocorre conforme o esperado". Essa ideia, provavelmente, advém da dinâmica do mundo e dos desafios relacionados às incertezas, complexidades, riscos, oportunidades, etc. Que envolvem a vida humana na aldeia global, assim como, o ciclo de vida de todos os projetos.

Aliás, durante toda a vida, os seres humanos ouvem milhões de informações - algumas delas, condicionamentos mentais subliminares - que influenciam decisões e sugerem hábitos. Fazendo com que se desviem das reais necessidades. Adquiram dívidas, comportamentos contraproducentes e problemas evitáveis. 

Notadamente, os cenários, a cultura e o poder afetam os projetos. Portanto, se fosse possível obter certas informações antes de se escolher um determinado projeto, enfim, poder-se-ia evitar gastos e obter maior possibilidade de êxito.

Dito isso, que tal promover o segundo debate: "como escolher um projeto dentre tantos?".

Poder-se-ia começar pelas seguintes perguntas:

  • "Qual projeto agregaria mais valor?";
  • "Qual projeto não teria utilidade para os clientes?". 

No entanto, não é suficiente, apenas, preencher algumas lacunas. Vale questionar: "onde as pessoas mais erram e por quê?".

Neste intuito, destacam-se os resultados de algumas pesquisas:

Anualmente cerca de 50 bilhões de dólares são gastos em projetos aprovados que nunca são utilizados pelos usuários e clientes. E conforme a Regra de Bourdichon & Darli (Patrick Bourdichon et al, 2007): De 100% dos problemas encontrados em projetos, 70% são de ordem relacional (comportamento cultural), 20% são de ordem organizacional (processos/metodologias) e 10% relacionado a ferramentas. 

Enfim, "será que a empresa está, realmente, preparada para essa tomada de decisão?"

Em linhas gerais, o mais recomendável para que uma empresa tenha maior probabilidade de sucesso ao tentar escolher e gerenciar um projeto, enfim, é buscar uma consultoria para traçar um planejamento estratégico, assim como, ter um Gerente de Projetos e uma equipe preparada para isso. Afinal, tal iniciativa evitaria certos tipos de erros.

Sobretudo, para ter uma seleção adequada dos projetos não se pode fazer uma escolha aleatória ou subjetiva. Afinal, os recursos são limitados.

De fato, cada cenário tem suas peculiaridades e cabe ao gestor avaliar quais projetos são mais vantajosos, assim como, mais alinhados aos objetivos e estratégias da empresa. Neste sentido, sobressaem várias técnicas de seleção de projetos, no entanto, nelas há vantagens e desvantagens. Portanto, a priori, o mais importante na escolha da metodologia é elaborar o correto fluxo de caixa, pois uma análise incorreta poderá prejudicar a decisão do investidor. Inclusive, para elaborá-lo é necessário analisar certos critérios. Por exemplo, financeiros, estratégicos, etc.

Em outras palavras, "esse projeto realmente se encaixa no seu perfil empresarial, aplica-se à realidade da sua empresa e à sua cultura organizacional?".

Ao final, nem sempre o melhor projeto será o mais indicado para sua empresa fazer. 

Então, para chegar a essas e outras respostas o ideal é contar com a orientação de um ESPECIALISTA.

"A visão de uma organização de estar na situação futura desejada a longo prazo, deve ser uma meta ambiciosa, e servir como guia para a definição dos objetivos e a realização da missão (Andrade, 2002)".

"Para responder a essas questões é preciso ter em mente que estamos lidando com eventos e oportunidades futuras, sobre as quais nosso controle é limitado, o que amplia a incerteza. Além disso, o ambiente em que estes eventos e oportunidades ocorrem é extremamente dinâmico, ou seja, os status dos projetos mudam constantemente, levando a uma dificuldade de comparação, visto que projetos em estágios diferentes possuem requisitos diferentes, e por último a constatação de que os recursos são limitados e insuficientes que nos obriga a fazer escolhas. Assim, a adoção de uma política formal de Gestão do Portfólio, pode contribuir para a melhoria dos seus resultados institucionais (PMI, 2008)".

De acordo com Liam Haley apud Emílio Herrero (2005), a gestão estratégica é considerada como uma das principais responsabilidades da alta administração moderna, pois enfrenta um duplo desafio: "estabelecer bases para o êxito do amanhã e ao mesmo tempo competir para vencer nos mercados de hoje".

Ademais, a mensagem empresarial embutida nos projetos deve ser bem analisada, pois irá refletir e legitimar externamente a missão da empresa, principalmente, perante os stakeholders. Então, na seleção de projetos, o recomendável é priorizar aqueles que são mais adequados à sua realidade. 

Portanto, informe-se, "essa ideia projetual se enquadra ao seu projeto de vida, missão e valores da sua empresa?". Ao questionar-se, sendo verdadeiro (coerente) em relação a si mesmo, enfim, tornará possível o retorno financeiro e o sucesso esperado. 

Por conseguinte, a Gestão de Projetos poderá, através das boas práticas indicadas no PMBOK, ser mais efetiva, proporcionar maior probabilidade de êxito projetual e lucratividade. Espero ter colaborado. Boa sorte!