De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), até 2035 os carros não precisarão mais ter volante, bem como pedais de acelerador e freio, buzinas e outros acessórios usados atualmente.

O estudo foi realizado com mais de 200 participantes de um simpósio realizado pela IEEE, que contava com membros da Sociedade de Sistemas de Transporte inteligente do Instituto, além de pessoas com vários anos de experiência no setor.

Conforme os especialistas, até 2023, equipamentos como aparelhos retrovisores, buzinas e freios de emergência serão dispensados. Acessórios mais complexos, como volante e pedais deverão sair de circulação até 2035.

"A tecnologia para construir carros sem condutor tem crescido nos últimos anos e isto vai facilitar sua adoção por parte do consumidor", acredita Alberto Broggi, membro da IEEE e professor de engenharia informática da Universidade de Parma.

A comunidade científica e fabricantes de carros têm trabalhado em parceria para incrementar as características autônomas em veículos modernos, com o objetivo de produzir automóveis sem condutor em um futuro próximo", completa Broggi. 

Porém, os entrevistados citam seis problemas que deverão ser corrigidos para que seja possível a adoção dos carros inteligentes em massa. Nos primeiros lugares aparece a responsabilidade legal, fatores políticos e a aceitação do consumidor. Por fim, desafios de infraestrutura, custo e tecnologia.

"Sempre que uma tecnologia puder causar mudanças fundamentais na rotina diária das pessoas, é necessário estabelecer leis e políticas que assegurem que a tecnologia será utilizada corretamente e beneficiará as pessoas. Isso é especialmente verdadeiro quando se fala em veículos inteligentes", salienta Yaobin Chen, membro sênior do IEEE.

Os participantes, ao serem questionados sobre quais avanços tecnológicos serão importantes para o desenvolvimentos de veículos sem condutor, 56% dos entrevistados relataram que os sensores são essenciais. Em seguida aparece software (48%), sistemas avançados de assistência ao condutor (47%) e GPS (31%).

Conforme Christoph Stiller, membro do IEEE e professor do Karlsruhe Institute of Technology, na Alemanha, os sensores são fundamentais porque um veículo sem condutor precisa de um bom fluxo de informações sobre a estrada e também redondezas. "Caso contrário, não conseguirá tomar boas decisões", lembra.

"Os sensores são pequenos, não invasivos e fornecem dados confiáveis. Além do mais, a tecnologia é relativamente barata e será de grande influência na criação de veículos sem condutor de baixo custo", completa Stiller.