Por pouco a maior aquisição de tecnologia da história não ocorreu. E eu que achava que a compra da Time Warner pela AOL por mais de 105 BILHÕES de dólares nunca seria batida fiquei apavorado pela oferta da vez: A Broadcom ofereceu ~ pasmem ~ 121 bilhões de dólares pela Qualcomm. Isso é mais que a fortuna de Bill Gates!

Mas nem mesmo essa cifra astronômica foi capaz de amolecer o coração do conselho administrativo da Qualcomm, que emitiu um comunicado nesta quinta-feira dizendo que eles estão recusando o lance da concorrente.

De acordo com o nota, a Qualcomm "rejeitou por unanimidade" uma "proposta não solicitada" de compra de todas as suas ações, onde era oferecido US$ 82 por cada, sendo US$ 60 em dinheiro e US$ 22 em ações da própria Broadcom. A última proposta foi um contra-ataque após a Qualcomm já ter rejeitado uma oferta prévia de US$ 70 por ação.

Como os conselhos de empresas públicas têm o dever fiduciário de colocar os acionistas a par das resoluções, a Qualcomm justificou porque estava declinando da oferta. Segundo eles, US$ 121 bilhões ainda é menos do que a empresa realmente vale, especificamente porque "a proposta não considera o valor da nossa aquisição da NXP, nenhum valor para a resolução esperada de nossas disputas de licenciamento atuais e nenhum valor para a oportunidade significativa com a tecnologia 5G. Sua proposta é inferior em relação às nossas perspectivas como uma empresa independente e está significativamente abaixo tanto dos valores de negociação e como de trocas em nosso setor ".

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E já que os acionistas tocaram no assunto, não custa relembrar: no negócio com a NXP, empresa holandesa que foca as atividades em processadores e aparelhos de comunicação para dispositivos e carros conectados, a Qualcomm tirou 47 bilhões da carteira. O negócio foi feito com a intenção de ampliar suas atividades no setor de automobilística, de internet das coisas, pagamentos móveis e ainda de redes móveis. O negócio foi firmado em outubro de 2016.

Quanto à menção à tecnologia sem fio 5G, espera-se que ela seja fundamental para a internet das coisas, que irá ajudar a conectar a internet em carros, casas e dispositivos portáteis. A Qualcomm sabe que seu futuro de negócios é muito promissor e os ganhos a longo prazo será muito maior do que o valor ofertado.

Mas o negócio ainda não está morto, pois agora quem deve votar são os milhares de acionistas da Qualcomm. Eles até tem o poder de aprovarem o acordo, mas mesmo que o façam, ainda não está claro se ele vai realmente acontecer. Isso porque as agências reguladoras podem barrar a fusão para evitar um monopólio no mercado de chips de smartphones.

Hoje a Qualcomm já está nos celulares da Apple e da Samsung (além de um punhado de concorrentes chineses), o que já virou caso de processo recentemente, além de uma multa de 1.2 bilhão de dólares por ter feito um acordo de exclusividade com a empresa de Steve Jobs na Europa.

Por causa desta multa, aliás, as ações da Qualcomm recentemente caíram após boatos de que a Apple poderia começar a trabalhar somente com a Intel. Mas isso parece não assustar o bordo de diretores que teve a coragem de rejeitar mais de 120 bilhões.