O mundo ideal dos fones de ouvido, seria ter um tipo de fone de ouvido para determinado tipo de atividade, pois existem pontos fortes e fracos em cada uma das arquiteturas. Entretanto, muitas pessoas acabam por ter somente um fone para utilizar no dia a dia em todas as atividades, o que pode trazer dúvidas se determinado modelo é adequado para, por exemplo, jogar um game no PC ou console. Este texto servirá para desvendar um pouco deste mistério que ronda os principais fones de ouvido que as pessoas utilizam hoje em dia que são os in-ears (intra-auriculares ou IEMs ou in-ear monitors) e os headphones (cincunaurais ou over-ears).

Conforto para escutar por horas

O quesito de conforto irá depender muito do modelo utilizado, pois há tanto fones intra-auriculares desconfortáveis quanto headphones desconfortáveis. O motivo do desconforto pode variar, indo desde um mal encaixe ou formato não anatômico de um fone in-ear até uma pressão excessiva do arco do headphone na cabeça e orelhas.

A primeira coisa que temos de analisar em um in-ear é a questão do formato da house (corpo do fone) e ver se ele acompanha a concha dos nossos ouvidos para se apoiar sem incomodar e não acabar causando dores nas orelhas. Os melhores formatos costumam ser aqueles mais arredondados, com o formato de uma azeitona, e os que possuem formato cilíndrico, que é simplesmente um tubo reto. Além disso, outro ponto que acho interessante é observar que o cabo passa por cima da orelha, pois este aspecto pode dar mais estabilidade para o cabo, conforto para nós e menos geração de microfonia (barulho que faz quando o cabo bate em alguma superfície).

Já em um headphone, temos de prestar atenção para a pressão exercida pelo arco (para saber isso, só perguntando ou lendo opiniões de quem já possuiu o fone) e a qualidade das pads (almofadas) em termos de acabamento, tipo de tecido e espuma utilizados. Lembrando que é interessante haver a possibilidade de remover as pads (e os cabos), pois são itens que se desgastam naturalmente com o tempo.

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Tecnologias utilizadas

Nos últimos anos, tivemos inovações no mundo dos fones in-ears com o surgimento de tecnologias que antes só se havia visto em headphones. Trata-se dos drivers planar magnéticos (exemplo de fones: Tin Hifi P1, Audeze iSine 10) e dos drivers eletrostáticos (exemplo de fones: Shure KSE1500). A implementação destas tecnologias de forma miniaturizada, trouxe grandes avanços em diversos patamares de preços, dando mais possibilidades de tunagem do som dos fones de ouvido.

Nos headphones, houve alguns aprimoramentos dos drivers utilizados, porém não foi a mesma mudança experimentada pelos IEMs. Aqui temos drivers maiores que podem dar uma sensação de espacialidade maior em relação aos intra-auriculares. Porém, o nível de detalhamento obtido pelos pequenos, através da utilização de soluções hibridas (mais de uma tecnologia em um mesmo fone) ou de materiais e estruturas diferentes em drivers únicos, por vezes conseguem oferecer mais do que os over-ears por um preço mais baixo.

Não sei se podemos chamar de limitação, mas não se teve até hoje bons resultados de fones do tipo circunaurais que utilizaram mais de um tipo de tecnologia de drivers. Uma hipótese seria a necessidade de um grande espaço para colocar mais de um tipo de driver e ao mesmo tempo ter uma boa capacidade para movimentar o ar e gerar um bom som (o que é obtido em fones in-ears que não necessitam movimentar uma grande quantidade de ar devido ao seu formato).

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Diferenças no som

Geralmente em fones in-ears encontramos um nível de detalhes mais facilmente, porém com os sons distribuídos muito perto um do outro. A grande diferença entre um headphone e um intra-auricular está na ilusão de palco sonoro consideravelmente maior nos over-ears, neles há mais "ar" entre os instrumentos e vozes e fica mais fácil de distinguir as nuances de cada um. Porém, isso não quer dizer que não há como distinguir a direção dos sons em IEMs, uma das características que os jogadores de PC e consoles mais almejam.

Fones in-ears bons, conseguir ter uma boa distinção da direção dos sons, mas para isso é importante haver um equilíbrio tonal (sem excesso de frequências graves, médias e agudas) e bom controle de cada faixa do espectro à medida que o som se expande. Evidentemente, é difícil de achar um fone que atenda perfeitamente a estes requisitos, porém é possível chegar próximo e para isso é importante saber analisar as características dos sons e ouvir a opinião de outros sobre o modelo desejado.

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Conclusão

Ambos os tipos de fones, in-ears e headphones, tem suas qualidades. Dependerá de você decidir qual irá se encaixar melhor de acordo com os seus gostos e usos. Para isso é importante analisar cada um dos pontos citados acima e decidir quais características irão pesar mais para você.

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: