A dúvida entre um sistema portátil e um sistema de mesa de fones de ouvido, é algo muito comum e ocorre por diversos fatores. Essa indecisão acaba por confundir diversas pessoas sobre qual caminho seguir, pois podem acabar gastando mais na busca por algo que atenda as suas necessidades e/ou exigências.

Necessidade das atividades do dia a dia

O primeiro ponto que se deve analisar é para quais atividades você irá utilizar o sistema de fones de ouvido. A partir daí, fica mais fácil de descartar o sistema portátil ou o de mesa.

Se você é uma pessoa que fica mais tempo em casa, por exercer atividades como, por exemplo, assistir filmes, jogar jogos (PC ou console), trabalhar, lazer, a melhor alternativa seria um sistema de mesa, por proporcionar uma maior qualidade. Porque você não irá ficar se movimentando e terá espaço o suficiente para acomodar, por exemplo, um DAC e amplificador (amp) dedicados.

Headphone Audeze LCD-2C e amplificador  Schiit Audio Magni 3 . Fonte: themasterswitch
Headphone Audeze LCD-2C e amplificador Schiit Audio Magni 3 . Fonte: themasterswitch

Já um usuário que necessita de liberdade para se movimentar, por realizar tarefas como exercícios físicos, viagens, jogar jogos andando pela casa (durante as pausas ou por ser inquieto), a melhor escolha é um sistema portátil.

Prioridades: Praticidade ou qualidade?

Esse fator, ocorre atualmente tanto em sistemas de mesa quanto portáteis, por conta da incorporação da tecnologia Bluetooth e/ou do suporte ao streaming de música em diversos aparelhos. Hoje temos tanto DAC/amps de mesa com Bluetooth ligados a um dispositivo com acesso a serviços de streaming de música quanto Digital Áudio Players (DAPs) ou smartphones com suporte a tecnologia Bluetooth e acesso a aplicativos como Tidal, Spotify, Apple Music, Amazon Music etc.

Digital Audio Player (DAP) FiiO M6 e fone de ouvido in-ear FiiO FH5. Fonte: soundnews
Digital Audio Player (DAP) FiiO M6 e fone de ouvido in-ear FiiO FH5. Fonte: soundnews

A adição das funções Bluetooth e streaming de música encarecem o valor final do produto, então o usuário, por vezes, tem dúvida entre pagar menos e ter uma certa qualidade de áudio ou pagar mais e ter praticidade no seu dia a dia. Entretanto, não é somente este o problema, pois além dessa questão, surge um outro ponto quando se tenta investir o máximo possível para se obter qualidade. No caso dos sistemas portáteis, existem produtos de alta qualidade, que são caros e prometem uma experiência incrível, mas como usufruir isso na rua? Ou durante uma viagem com muitos ruídos interferindo na audição?

A questão da qualidade e o custo para o sistema portátil, é muito discutido entre os entusiastas do áudio que querem que os equipamentos entreguem um nível tão alto quanto o de um sistema de mesa. Neste caso, voltamos novamente ao ponto das "Necessidade das atividades do dia a dia", pois de nada adianta se investir muito, se o produto não é "compatível" com a atividade. Pois no caso de sistemas portáteis, a engenharia para se conseguir uma alta qualidade, "miniaturizando" o que se tem em sistemas de mesa, custa muito caro, daí o pensamento "até quando isso vale a pena?".

Concentração na música ou nos afazeres do dia?

É um assunto que muitos evitam, pois querendo ou não, tem que se pensar no quanto está se investindo e no retorno disso durante a utilização do sistema no dia a dia. Porque de que adianta a pessoa ter um sistema portátil de alto nível, se quando ela está utilizando, não se tem foco o suficiente para se desfrutar da música? Exemplo: ouvir música enquanto se realiza alguma atividade no trabalho ou durante o deslocamento no trânsito da cidade.

Ouvindo música no trabalho. Fonte: nytimes
Ouvindo música no trabalho. Fonte: nytimes

Custos: Qual é mais barato? Sistema de mesa ou portátil?

Quando se trata de baixo custo, de ser barato, o tipo de sistema de fones que sai na frente é o portátil, sem dúvidas. Pois na grande maioria das vezes se consegue um baixo custo através da utilização de aparelhos com placas de som integradas (com DAC/amp juntos) ou aparelhos multifunção com placas de som on-board (smartphones, notebooks, tablets, desktops). Além disso, fones de ouvido portáteis como, por exemplo, in-ears (IEMs, intra-auriculares), earbuds, on-ears, possuem uma faixa de preço muito ampla, conseguindo atingir preços extremamente baixos, principalmente quando se trata de fones de fabricantes chinesas como a KZ, a Tin Audio, a Venture Eletronics (VE Audio), a Moondrop, a Fearless áudio, a Dunu, a FiiO, dentre tantas outras.

Digital Audio Player (DAP) Questyle Audio QP1R e fone de ouvido in-ear Dunu DK-4001. Fonte: aboutaudio
Digital Audio Player (DAP) Questyle Audio QP1R e fone de ouvido in-ear Dunu DK-4001. Fonte: aboutaudio

Entretanto, é importante lembrar que não se deve pensar somente no fator de custo ao se adquirir um sistema de fones, pois isso pode acabar fazendo com que a pessoa gaste mais pelo fato de não atender as necessidades que se esperava com a compra. Ou seja, as vezes compensa mais um investimento um pouco maior para que não haja a necessidade de uma "troca prematura" de sistemas.

Sistema único ou dois sistemas?

A escolha por um sistema único ou dois sistemas dependerá das possibilidades da pessoa. Tem pessoas que optam por um sistema único, geralmente portátil, pois gostam de simplificar ao máximo o sistema por questões de custo ou simplesmente porque não gosta de deixar "coisas paradas". Entretanto, existem pessoas que preferem ter um sistema portátil e um sistema de mesa, na tentativa de se extrair a qualidade desejável de acordo com os seus investimentos.

No sistema único, geralmente se tem um Digital Áudio Player (DAP) de alto desempenho, com chips DAC e sistemas de amplificação de alto desempenho somado a diversas opções de saída (balanceada, ótica, line out, coaxial etc.).

Existem também sistemas híbridos, onde se utilizam o DAP como DAC conectado a um amp, como o sistema da FiiO (DAP FiiO + FiiO K5).

Amplificador FiiO K5 e Digital Audio Player (DAP) FiiO X7 Mark II. Foto por Vitor Valeri
Amplificador FiiO K5 e Digital Audio Player (DAP) FiiO X7 Mark II. Foto por Vitor Valeri

Há a possibilidade também de tornar um sistema de mesa um pouco mais versátil, com a utilização de um receptor Bluetooth, transformando os fones de ouvido com fio em wireless (sem fio). A mesma ideia pode ser aplicada também a sistemas portáteis, para que a pessoa que já possui um fone com fio, não precise comprar outro fone, caso tenha o desejo de utilizar um fone de ouvido sem fio.

Receptor Bluetooth DAC/amp Earstudio ES100
Receptor Bluetooth DAC/amp Earstudio ES100

Conclusão

É importante refletir como e para que será a utilização dos sistemas de fones de ouvido para que se realize compras mais acertadas, que satisfaçam as suas necessidades e ao mesmo tempo traga uma boa qualidade para o seu uso.

O que achou do tema de hoje? Concorda com os pensamentos? Comente abaixo e compartilhe a sua opinião!

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: