O Google está sendo processado por três ex-funcionárias por discriminação de gênero. De acordo com o trio, a companhia segue um organograma que sistematicamente penaliza as mulheres, que o geral, acabam sendo lotadas em cargos de menos prestígio, o que resulta em um pagamento menor e ainda com menos chance de promoção.

A ação foi registrada na terça-feira (12), no Tribunal Superior da Califórnia, em São Francisco, de acordo com o New York Times. A porta-voz da empresa, no entanto, já disse: "Discordamos das alegações centrais."

Três funcionárias processaram o Google por discriminação de gênero
Três funcionárias processaram o Google por discriminação de gênero

Kelly Ellis, uma das três ex-funcionárias, trabalhou no Google entre 2010 e 2014. Ela, em uma ocasião, já havia confrontado a empresa, tendo acusado um ex-chefe de assédio sexual. Na ação atual, Ellis relata que foi contratada em Nivel 3, um status dado a recém-graduados, mesmo tendo quatro anos de experiência profissional. Semanas após, um homem, nas mesmas condições acabou sendo contratado para a sua equipe, porém em Nível 4, o que proporciona um salário e bônus mais altos.

Para completar, ela passou os seus anos de Google trabalhando como programadora front-end mesmo tendo especialização em back-end. O primeiro grupo foca em interface do usuário, já o segundo lida com as entradas dos produtos, que para Ellis, costuma ter mais prestígio dentro do Google.

Holly Pease, outra envolvida na ação, passou 11 anos na companhia, sendo que saiu em 2016. Ela acusa o Google de negar-lhe oportunidade de obter status de funcionária "técnica", uma classe que recebe mais. O ato de recusa teria acontecido mesmo ela tendo mais de 10 anos de experiência como engenheira de rede, e ainda ter chefiado um time do Google composto basicamente por técnicos.

O NYT destaca que, segundo informações do Google, a força de trabalho da empresa é 31% feminina, e que somente 20% de tais funcionárias ocupam cargos mais altos de engenharia.