Passamos da metade do ano e se você está caçando um celular para jogar, gravar ou simplesmente usar o dia inteiro sem dor de cabeça, pelo menos duas opções aparecem com força: o Motorola Edge 60 Pro e o Xiaomi POCO X7 Pro. Os dois chegaram com processador MediaTek por baixo do capô, telas de respeito e baterias enormes, mas isso não significa que eles entregam a mesma coisa.
Aqui a gente vai comparar tudo, desde design, tela, câmeras, desempenho em jogos, temperatura, autonomia e preço e entender qual realmente vale mais a pena. Afinal, qual deles se encaixa melhor no seu perfil? Vamos descobrir!
Comparativo Edge 60 Pro vs POCO X7 Pro: qual o melhor?
Design e construção
Quando você pega o Edge 60 Pro pela primeira vez, a sensação é de um aparelho pensado para passar confiança. A Motorola manteve esse visual "Edge" que a gente adora, mas ela também fez alguns cortes em relação ao Edge 50 Pro do ano passado. Uma dessas mudanças está nas bordas, que antes eram de alumínio e agora são de plástico. Sim, é um downgrade e que dá para perceber ao segurar.
Mesmo assim, a traseira em silicone com acabamento bem liso continuam passando a impressão de ser um produto premium. E no quesito proteção, ele tem certificação IP68 e até IP69, Gorilla Glass 7i na frente e selo militar de resistência, ou seja, é um aparelho que você pode usar sem medo de chuva, respingos e até poeira.

O POCO X7 Pro também surpreende, mas vai por um caminho diferente: ele chama atenção justamente pelo visual e por alguns acertos que o seu antecessor não tinha. Por exemplo, a Xiaomi finalmente colocou IP68 nessa linha, o que é uma ótima notícia para quem cansou de ver intermediários sem essa proteção. A gente já mostrou aqui que na versão preta o acabamento brilhante suja fácil e pega marcas de dedo, por isso a gente recomenda que você use uma capinha ou se puder, escolha por esse modelo amarelo que é bem mais bonito.
Assim como o Motorola, a tela do X7 Pro também é protegida com vidro Gorilla Glass 7i e ainda sai com película de fábrica, um baita diferencial para quem quer comprar o aparelho e já estar pronto para usar. Em termos de ergonomia, o X7 Pro é confortável, com laterais planas e traseira também plana e boa pegada.
Resumindo: os dois são bem construídos e bem protegidos. O Edge 60 Pro tem aquele toque "premium" e selos extras (IP69, militar), mas perdeu a borda em metal. O POCO equilibrou a balança com um design mais chamativo, mas também é bastante completo para a sua faixa de preço.
Tela

Agora falando sobre tela, aqui a gente já sente uma leve diferença. O Edge 60 Pro entrega uma tela P-OLED curva de 6,7 polegadas com 120 Hz e um pico de brilho absurdamente alto: são 4.500 nits. Isso significa que, se você usa muito o celular ao ar livre, sob sol forte, o Edge praticamente elimina aquele problema de reflexo que aparece em muitas telas.

A tela curva também ajuda muito na imersão e facilita os gestos, especialmente quem usa o celular com uma mão só. É claro que tem gente que ama e tem gente que odeia, então esse detalhe vou te deixar decidir o que é melhor pra você.
O POCO X7 Pro aposta numa tela AMOLED de 6,67" com resolução 1.5K e também 120 Hz. O brilho máximo declarado é de 3.200 nits, o que também é excelente e ele ainda traz recursos que aumentam a qualidade da imagem como o suporte a HDR10+ e Dolby Vision. Na prática, você vai perceber que a imagem do X7 Pro é extremamente fiel, bem nítida (a resolução 1.5K ajuda muito nisso) e ele é também muito agradável para quem joga ou assiste vídeos.

No dia a dia, como os dois usam a tecnologia OLED, qualquer um deles vai te entregar um preto profundo, ótimo contraste e um tempo de resposta bem afiado. Para quem vê de perto, vai sentir que a imagem do POCO agrada mais, parece que a saturação está na medida certa. O Edge 60 Pro compensa no nível de brilho e no vidro curvo, mas quem não está acostumado acaba não gostando por causa dos toques que acabam saindo sem querer.
E você? Prefere ergonomia ou alta qualidade de imagem?
Câmeras

Nas câmeras fica claro que estamos falando de aparelhos com propostas diferentes. O Edge 60 Pro vem com sensor principal de 50 MP (Sony IMX890), telefoto de 10 MP e uma ultrawide também de 50 MP, além de uma frontal de 32 MP. O POCO X7 Pro vem com uma formação diferente: ele tem um sensor principal de 64 MP (Sony IMX682), ultrawide de 8 MP, macro de 2 MP e selfie de 20 MP.
O conjunto do Motorola é pensado para quem procura versatilidade: tem estabilização óptica (OIS) na principal, o que ajuda demais em fotos à noite e em vídeos instáveis, a ultrawide entrega um campo de visão bastante amplo e com boa definição, e a frontal é uma das melhores da Motorola que a gente já testou.
Já o conjunto do X7 Pro vai agradar mais quem gosta de tirar uma foto e postar no Instagram. Isso acontece porque as fotos são mais saturadas, tem tons mais quentes, então já sai praticamente pronta para postar.

Comparando lado a lado, você vai observar que as cores das fotos do Edge 60 Pro são visualmente mais atrativas, por que elas estão na medida certa — nem opaca demais, nem tão viva que deixa aquele tom exagerado.

Fotos tiradas durante o dia, tanto com a principal como a frontal, tem uma consistência muito boa. Nas fotos de noite o nível de ruído fica mais aparente, o que é normal, mas também agrada muito porque não distorce a imagem.



O POCO X7 Pro faz boas fotos quando a iluminação é boa. Em luz baixa ele perde um pouco de detalhe e as fotos apresentam mais ruído, principalmente nas selfies. Não precisa ser nenhum expert para perceber que qualquer uma das lentes do X7 Pro não entregam a mesma definição e resolução das câmeras do Motorola.
Ou seja: se fotografia, vídeos estáveis e selfies detalhadas são importantes para você, o Edge 60 Pro tem um ponto aqui. O X7 Pro também vai te entregar boas fotos, só que com uma menor margem de acerto, então talvez você precise tirar três ou quatro fotos até acertar a boa.
Performance e jogos
Aqui é onde os dois mostram a verdadeira diferença entre o que promete e o que realmente entrega. Começando pelo modelo da Motorola, o Edge 60 Pro vem com o MediaTek Dimensity 8350 Extreme, que trabalha em conjunto com 12 GB de RAM e 256 GB de memória interna. Nos nossos testes, esse conjunto se mostrou extremamente fluido e consistente.
Em Asphalt Legends rodou a 88 FPS com 97% de estabilidade; em CarX Street manteve 59 FPS com 99% de estabilidade e em Genshin ficou com 59 FPS e também muito estável. Em alguns jogos competitivos como Call of Duty Mobile e Blood Strike a gente conseguiu fazer ele passar dos 90 FPS respectivamente e também mantendo uma estabilidade impressionante.
No quesito temperatura, em uma hora de Genshin Impact o Edge 60 Pro ficou bem comportado, em torno de 36 °C, o que é abaixo da média de aparelhos "potentes". Bem legal esse resultado.
O POCO X7 Pro traz o Dimensity 8400 Ultra, chip com muito músculo no papel, mas que no lançamento veio com problemas de compatibilidade e o resultado foi uma performance abaixo do esperado em vários jogos. A boa notícia é que, com atualizações, muita coisa mudou.
A gente refez o teste em CarX Street que subiu para 58 FPS com 96% de estabilidade, Genshin passou para 60 FPS com 94% de estabilidade, e Delta Force quase bateu os 120 FPS com 98% de estabilidade. Assim como no caso do Motorola, o X7 Pro também conseguiu rodar Blood Strike a 120 FPS e alta estabilidade, isso mostra o potencial do chip quando o software acompanha.
Nos testes do AnTuTu, o X7 Pro foi, passando dos 1,7 milhão de pontos, enquanto o Motorola ficou abaixo dos 1,4 milhão. Mas a temperatura foi um ponto de atenção: o POCO chegou a bater 43 °C, ou seja, bem mais quente que o Edge, o que pode ser um ponto negativo, especialmente para quem passa horas e horas jogando no celular.
Resumindo, o Edge 60 Pro tende a ser mais estável em jogos pesados e não aquece além da conta. O POCO evoluiu bastante depois dos updates, mas continua esquentando bastante, não a ponto de desligar no meio da partida, mas o calor pode cortar o desempenho com o tempo. A melhor dica é diminuir os gráficos para manter a competitividade.
# | Celulares | Pontos | Asphalt Legends | COD: Mobile | Genshin Impact | Mortal Kombat | Tower of Fantasy |
---|---|---|---|---|---|---|---|
7° | Motorola Edge 60 Pro | 58603 | 88 FPS | 90 FPS | 59 FPS | 120 FPS | 83 FPS |
27° | Xiaomi POCO X7 Pro | 56413 | 60 FPS | 90 FPS | 60 FPS | 60 FPS | 67 FPS |
Bateria e carregamento
Aqui tem um dado que pesa muito na decisão: nos nossos testes padronizados de 7 horas e 45 minutos de tela ligada, navegando, rodando redes sociais, gravando, assistindo e jogando, o POCO X7 Pro terminou com aproximadamente 31% de carga. O Edge 60 Pro, com a mesma bateria de 6.000 mAh, terminou o teste com cerca de 26% ou seja, ambos passam o dia, mas o POCO tem uma vantagem clara na autonomia.
Em um teste de duas horas jogando, o consumo do POCO e do Edge ficou bastante próximo (23% vs 22% em partes do teste), mas no teste que a gente faz de tudo um pouco, o X7 Pro mostrou melhor eficiência.
Outro ponto positivo está no carregamento. O POCO acompanha um carregador de 90W que faz de 0 a 100% em cerca de 54 minutos, uma recarga que, na prática, resolve sua vida em pouco tempo. O Edge 60 Pro também suporta carregamento até 90W, mas a Motorola reduziu a potência comparada ao modelo anterior e ainda mexeu no carregamento sem fio (de 50W para 15W), o que é um ponto a ponderar se você usava carregamento sem fio rápido antes.

Há a hipótese, inclusive citada nas nossas impressões, de que a mudança de potência foi uma escolha para preservar a nova bateria de silício-carbono, uma tecnologia que promete melhor autonomia e longevidade, mas que ainda exige alguns ajustes.
De qualquer forma, o nosso ranking deixa claro quem realmente manda bem em bateria: o POCO X7 Pro é atualmente o 13° colocado na nossa lista; ele é simplesmente o melhor Xiaomi em bateria. O Edge 60 Pro aparece mais embaixo, hoje na 25ª posição, ficando atrás até de outros Motorola’s, como o Moto G85 e o seu irmão Edge 60 Fusion.
# | Celulares | Capacidade | Consumo | Tela Ligada | Tempo carregamento |
---|---|---|---|---|---|
12° | Samsung Galaxy S24 Plus | 4.900 | 69 | 07:45h | 01:12h |
13° | Xiaomi POCO X7 Pro | 6.000 | 69 | 07:45h | 00:54h |
14° | Motorola Edge 60 Fusion | 5.200 | 69 | 07:45h | 00:41h |
24° | Motorola Moto G85 | 5.000 | 73 | 07:45h | 01:16h |
25° | Motorola Edge 60 Pro | 6.000 | 74 | 07:45h | 0 |
26° | ASUS ROG Phone 7 Ultimate | 6.000 | 75 | 07:45h | 00:57h |
Preço e custo-benefício
E o preço… aqui a diferença é gigante. O Edge 60 Pro estreou por R$ 3.999 e hoje fica na casa dos R$ 3.150; ou seja, depreciou cerca de R$ 850 em apenas quatro meses de mercado.
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R$ 3.149,00
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Já o POCO X7 Pro, que chegou por incríveis R$ 5.199 (não sei onde a Xiaomi estava com a cabeça quando colocou esse preço), mas hoje ele é encontrado por cerca de R$ 1.950.
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R$ 1.910,00
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Isso muda toda a equação: por metade do preço do Motorola você leva o POCO X7 Pro, um aparelho com bateria superior, desempenho cru excelente e tela que, para a grande maioria dos usos, é fantástica.
A escolha por gastar mais no Edge só deve fazer sentido para quem se concentra no acabamento, tela com brilho extremo, estabilização de câmera e uma experiência "mais premium".
Qual vale mais a pena?

No final das contas, não existe "melhor" absoluto: existe o melhor para cada objetivo. O POCO X7 Pro rende muito mais por real investido por causa da ótima autonomia, performance bruta e um painel que agrada muito.
O Edge 60 Pro é uma opção mais equilibrada e refinada: tem tela incrível para uso externo, câmeras mais consistentes e um acabamento que entrega sensação premium, mas acompanhada de um preço bem mais alto.
Se eu tivesse que resumir esse artigo/vídeo em duas perguntas, seriam essas:
- Quer rodar tudo e ficar tranquilo com a bateria sem estourar o orçamento? Vai de POCO X7 Pro.
- Quer tela absurda de brilho, com construção digna de ser chamada "premium"? Então, vai de Edge 60 Pro.