Esta é uma semana especial para quem aprecia os fenômenos naturais de nosso universo e nesta quarta-feira, 26 de maio, aguardamos um grande espetáculo no céu. Nesta noite acontece a última, e maior superlua de 2021. Esta será a única vez neste ano em que presenciaremos um eclipse total de nosso satélite natural, mas infelizmente, não será visível aqui no Brasil - pelo menos não a olho nu.

Mesmo assim, não precisa ficar triste, já que temos o apoio da tecnologia para nos dar uma mãozinha nessas situações. Diversos telescópios ao redor do mundo vão acompanhar o fenômeno em tempo real, e transmitem imagens em tempo real para os internautas do mundo todo.

A última vez que um fenômeno assim aconteceu foi no final do mês passado, quando tivemos a "superlua Rosa", embora ela não tenha seguido isso ao pé da letra. Naquela ocasião, o evento pôde ser acompanhado no Brasil a olho nu, mas também disponibilizamos meios para observar pela internet, já que nem todas as cidades do nosso país tinham as condições ideias para isso.

Como observar a Lua de Sangue?

Este fenômeno envolve um eclipse total da Lua, e quando a sombra da Terra for projetada nela, uma aparência avermelhada será exibida no céu, o que tem gerado o apelido de "Lua de Sangue". Abaixo, disponibilizamos alguns canais oficiais no YouTube em que se fará a transmissão ao vivo do fenômeno;

Griffith Observatory

Este observatório fica em Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos. A transmissão do evento está programada para começar a partir das 5h45 (horário de Brasília), pouco antes da Lua chegar à posição conhecida como Penumbra, o que deve acontecer até as 10h, quando o eclipse termina.

Vídeo incorporado do YouTube

Lowell Observatory

O observatório Lowell está localizado na cidade de Flagstaff, no Arizona, e para acompanhar esse espetáculo no céu, a entidade conta com múltiplos telescópios, como o PlaneWave de 14 polegadas e os telescópios portáteis Vixen. A sua transmissão se iniciará às 6h30 (horário de Brasília) e deve se encerrar por volta das 8h30.

Além da Lua de Sangue, alguns "educadores irão discutir a ciência dos eclipses, ensinar as melhores formas de observá-los, falar sobre a história do observatório Lowell com a Lua e muito mais".

Time and Date

O canal Time and Date no YouTube possui mais de 50 mil inscritos e conta com um blog de mesmo nome, onde compartilha diversas informações, inclusive sobre o fenômeno desta quarta-feira. A sua transmissão começa a partir das 6h30 (horário de Brasília) e para isso, várias câmeras espalhadas ao redor do mundo serão utilizadas para observar o fenômeno.

Ilustração que mostra como a luz é transmitida para a lua durante um eclipse total. (Imagem: Reprodução / Time and Date)

Virtual Telescope Project

Se você quiser acompanhar o fenômeno em céus de outro continente, o Virtual Telescope Project, localizado em Roma, na Itália, vai começar a transmissão a partir das 7h (horário de Brasília) e pretende utilizar imagens capturadas pelas câmeras posicionadas na Austrália, Nova Zelândia e Américas.

Ilustração que mostra como a luz é transmitida para a lua durante um eclipse total. (Imagem: Reprodução / Time and Date)

Por que "Lua de Sangue"?

O processo de um eclipse total se resume basicamente à posição em que a Terra se encontra entre o Sol e a Lua, impedindo que a luz da estrela chegue de forma direta à superfície de nosso satélite. Mesmo com a baixa quantidade de luz recebida, a Lua ainda consegue ser iluminada por conta da transmissão indireta de nossa atmosfera.

Ilustração que mostra como a luz é transmitida para a lua durante um eclipse total. (Imagem: Reprodução / Time and Date)
Ilustração que mostra como a luz é transmitida para a lua durante um eclipse total. (Imagem: Reprodução / Time and Date)

Essa luz se encontra com as partículas em suspensão da nossa atmosfera, e são refratadas em diversas direções com uma frequência bem menor do que a recebida originalmente. Durante esse processo, as cores entre o azul e violeta são as mais afetadas, e isso responde também porque o nosso céu é azul.

A cor que recebe menos interferência é a vermelha, e por isso ela é nitidamente mais visível ao chegar na Lua, tornando o nosso satélite com o visual próximo do laranja, bem semelhante a coloração de Marte.