Neste domingo (16), um foguete da SpaceX decolou ao espaço rumo à Estação Internacional levando três astronautas americanos e um japonês. Essa missão conclui que os foguetes da SpaceX, empresa de Elon Musk, é de fato o novo sistema de transporte espacial utilizado pela NASA. Esse arranjo substitui a aliança de nove anos com a Rússia, quando a agência espacial utilizava os foguetes Soyuz.

Lançado com perfeito sucesso, o foguete Falcon 9 decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e depois disso, quando chegou a uma altitude de 90 quilômetros num tempo menor que três minutos, a uma velocidade de 7000 km/h, o primeiro nível da nave se soltou para voltar à Terra. A empresa diz que isso foi programado, já que esse mesmo compartimento será usado em uma nova missão que está prevista para 2021.

Três astronautas americanos estão a bordo, são eles Michael Hopkins, coronel da força aérea dos EUA; Victor Glover, comandante da marinha dos EUA; e Shannon Walker, uma mulher formada em física e ciência espacial. Um quarto astronauta é o japonês Soichi Noguchi, engenheiro aeronáutico que trabalhou na grande empresa japonesa Ishikawajima .

Os quatro astronautas que estão a caminha da ISS.
Os quatro astronautas que estão a caminha da ISS.

A missão terá um tempo total de 27 horas e meia, chegando na ISS na próxima terça-feira por volta da 1h da madrugada, horário de Brasília. Por lá, já se encontram outros dois astronautas russos e um americano, e devem ficar na estação por cerca de seis meses.

Sobre a missão

O lançamento foi acompanhado pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que disse;

"Bem-vindos à continuação de uma nova era de exploração espacial tripulada nos Estados Unidos."

Essa missão é uma espécie de continuação de uma demonstração de voo realizada entre maio a agosto, liderado pela SpaceX, levando dois astronautas americanos para a ISS e retornando para a Terra com segurança.

Ao lado dos foguetes Soyuz da Rússia, a cápsula Dragon da empresa de Elon Musk, são hoje os únicos meios de transportes capazes de chegar à Estação Internacional com sucesso. A Rússia esteve ao lado da NASA durante essas missões desde 2011, já que os Estados Unidos decidiu interromper o uso de ônibus espaciais em suas missões.

Entretanto, a NASA afirma querer continuar cooperando com os russos. Por exemplo, a agência espacial americana se colocou à disposição para ajudar os cosmonautas russos em missões futuras e ainda pretende continuar a utilizar os foguetes Soyuz regularmente no futuro. Contudo, parece que a Rússia não abre mão de sua exclusividade, e as negociações entre os dois países se arrastam.

Aliança entre Rússia e NASA

Aparentemente, os laços entre a agência espacial americana e os russos vem se enfraquecendo nos últimos anos.

Em uma entrevista coletiva realizada na última sexta-feira, o administrador da NASA, Jim Bridenstine, disse;

"Queremos uma troca de lugares, as conversas estão em andamento."

A realidade é que as missões espaciais realizadas em conjunto pelos dois países é um setor de raro acordo entre eles. A Rússia, por exemplo, já se pronunciou dizendo que não participará da próxima missão Gateway, idealizada pela NASA a ser realizada em torno da Lua.


Em 2014, outra alfinetada aconteceu por parte do diretor da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozine, quando ironizou a utilização da SpaceX em missões da NASA, comparando a empresa de Musk a um "trampolim" para chegar à ISS.

Em maio, Elon Musk decidiu responder à provocação dizendo que o trampolim funciona.