O dfndr lab é um laboratório especializado em segurança digital da PSafe, e projeções realizadas recentemente apontaram que mais de 5 milhões de brasileiros foram vítimas de clonagem de WhatsApp durante o ano de 2020. O mensageiro verde é a plataforma de mensagens instantâneas mais utilizada em todo o mundo e principalmente no Brasil, logo, é utilizado por cibercriminosos como uma verdadeira armadilha para golpes.

De acordo com o laboratório, o nível de impacto nos estados brasileiros tem São Paulo como o mais afetado, com quase 72 mil vítimas. Em seguida, temos o estado do Rio de Janeiro com 39,5 mil, seguido por Minas Gerais com 28,7 mil.

O golpe de clonagem é velho, mas tem sido cada vez mais comum, já que os criminosos têm sempre encontrado formas mais criativas de atrair suas vítimas. Emilio Simoni, diretor do laboratório da PSafe, explica que este golpe começa antes mesmo do cibercriminoso tomar posse do WhatsApp da vítima:

"É comum que, agora que o golpe se tornou tão popular, os cibercriminosos busquem formas cada vez mais criativas para atrair novas vítimas. Temos identificado diversos perfis falsos nas redes sociais, muitos inclusive se passando por empresas, na tentativa de ganhar a confiança das pessoas. É através de um primeiro contato com a possível vítima, que o golpista utiliza de engenharia social para convencê-la a passar seu código PIN, com o qual pode obter acesso a um WhatsApp indevidamente".

Como os golpistas fazem?

Simoni continua explicando que esses golpistas se aproveitam da fragilidade das pessoas já no primeiro momento em que conseguem obter o primeiro contato com a vítima. Nessa ocasião, os criminosos costumam se passar por um empresa, muitas vezes conhecida, e com o argumento de "atualizar o sistema ou cadastro" pedem o número de telefone do usuário, e em seguida solicitam o código PIN encaminhado por SMS. Ele explica;

"É normal que os criminosos entrem em contato pelos chats das redes sociais, se passando pelo suporte de empresas ou inventando falsas promoções e pesquisas, tudo para conseguir as informações necessárias para aplicar o golpe. Por isso, é essencial prestar muita atenção sempre que um perfil, que supostamente seria de uma marca, entrar em contato com você nas redes sociais. Evitar passar seu número de celular ou qualquer código que receba em abordagens desse tipo."

Quais são as consequências?

A partir do momento que os criminosos possuem acesso ao WhatsApp da vítima, eles começam a estudar a forma de escrita e comportamento do dono real para poder se comunicar com a lista de contatos sem levantar suspeitas.

As principais vítimas da lista de contatos são os familiares e amigos mais próximos, aqueles que muito possivelmente não vão negar ajuda ao "suposto usuário" que nesse momento é mascarado por um impostor". Com argumentos convincentes, eles solicitam dinheiro para empréstimos ou pagamento de contas. Mas além disso, golpes ainda mais ardilosos podem ser utilizados pelos criminosos. Sobre isso, Simoni complementa;

"Porém, pedido de favores não é o único risco desse golpe. Ao ter acesso a conta da vítima, o golpista poderá ler tudo que ela compartilhou ou foi enviado para ela, seja dados pessoais, informações sigilosas da empresa em que trabalha, fotos e documentos. Colocar as mãos nesse tipo de conteúdo pode abrir um leque de opções para que os cibercriminosos façam chantagens e apliquem outros golpes com os dados da vítima."

Não seja uma vítima!

Para ajudar a combater esse golpe que cada vez faz mais vítimas, o diretor Simoni lista alguns procedimentos que devem ser adotados pelos usuários, a fim de proteger sua privacidade, e claro, a de seus contatos como amigos e parentes. Confira;

Instale uma solução de segurança em seu celular. O diretor oferece o dfndr security (disponível para Android e iOS), ou qualquer outro aplicativo que seja capaz de te ajudar a identificar uma possível tentativa de acesso ao seu WhatsApp.

Ative a autenticação em dois fatores. Esse procedimento acrescenta ainda mais segurança à sua privacidade ao inserir uma senha para acesso ao seu WhatsApp. Para saber como você pode fazer isso, o Oficina da Net preparou um tutorial completo para te ajudar.

Empresas possuem o selo de verificação. A maioria dos golpes são realizados por criminosos se passando por empresas. Para saber se você está realmente falando com uma empresa de verdade, procure pelo selo de verificação nos perfis das redes sociais. E lembre-se: JAMAIS informe o código PIN que você recebe por SMS.

Evite deixar o celular desbloqueado. Os golpistas estão por todos os lados e muito bem disfarçados. Preze por sua segurança e evite deixar seu celular desbloqueado em ambientes com pessoas desconhecidas. Isso evitará que qualquer pessoa tenha acesso a sua plataforma pela versão Web do mensageiro. Se desconfiar de algo, vá na opção WhatsApp Web no seu aplicativo e selecione "Desconectar de todos os aparelhos".

PROTEJA SEU WHATSAPP

Para saber mais sobre como os golpistas podem se aproveitar do seu WhatsApp e como você pode se proteger, acompanhe as dicas abaixo;