Em 2022, acontece a eleição mais importante do Brasil: a escolha de quem será o presidente do país pelos próximos 4 anos. A partir disso, as pessoas costumam dividir as suas atenções entre o pleito e as guerras nas redes sociais.

Enquanto isso, outra dona das atenções dos eleitores é uma urna eletrônica, que existe no processo eleitoral brasileiro desde 1996. Sendo assim, é fundamental saber como funciona a urna eletrônica e a forma como ela agilizou o processo eleitoral no Brasil.

Ademais, a urna eletrônica pode ser vista como um computador produzido com hardware customizado para executar o programa referente às eleições, criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Abaixo, confira tudo que você precisa saber sobre esse instrumento da democratização.

    Urnas eletrônicas e o processo eleitoral

    A preparação das urnas eletrônicas ocorre muito tempo antes das eleições, em eventos públicos em TREs, ou Cartórios Eleitorais. Os eventos são abertos para a imprensa, partidos políticos e ao Ministério Público.

    Durante o período das eleições, ao chegar aos locais de votação, as urnas são ligadas na rede elétrica. Ou ainda, em geradores, quando não há rede elétrica na região. Ao final da votação, a máquina imprimirá o Boletim de Urna. Ou seja, um registro detalhado e impresso de todos os votos digitados.

    Os dados referentes a votação de cada urna é salvo de forma criptografada em um cartão de memória com assinatura digital. Seguido disso, o cartão é entregue em um envelope lacrado para os integrantes da Junta Eleitoral.

    Por fim, vale ressaltar que no Brasil, de acordo com as informações do TSE em 2021, o Brasil tem, ao total, 577.125 urnas eletrônicas.

    Como a Justiça Eleitoral recebe os votos?

    Em suma, as informações relativas aos votos chegam até a Justiça Eleitoral, por meio de uma rede de comunicação exclusiva da Receita Eleitoral que transmite os dados da Zona Eleitoral, até os data centers do Tribunal Regional Eleitoral do estado.

    Enquanto isso, nas zonas muito remotas, a transmissão de dados é realizada por satélite. Nos TREs, os dados são analisados por diversas certificações de segurança antes de serem computados.

    A assinatura digital também é avaliada, de forma a certificar que os dados foram gerados pela urna da seção eleitoral a que pertenceu. Somente depois de somar os dados de todos os Boletins de Urnas, os TREs totalizam os votos e liberam os resultados.

    Afinal, a urna eletrônica é confiável?

    A urna eletrônica brasileira é confiável? (Crédito: Justiça Eleitoral/Reprodução)
    A urna eletrônica brasileira é confiável? (Crédito: Justiça Eleitoral/Reprodução)

    Desde 2009, a urna eletrônica passa por um Teste Público de Segurança (TPS). Ou seja, uma bateria de testes é feito com a colaboração de especialistas, de forma a achar os problemas e as fragilidades nas urnas e resolvê-los.

    A meta é uma só: tornar o processo eleitoral mais seguro, bem como auditável. De forma a evitar ataques e invasões, as urnas eletrônicas possuem dois mecanismos de segurança principais: assinatura digital e resumo digital. Mas afinal, o que significam esses dois termos?

    • Assinatura digital: é um meio de criptografia que é usado para que se mantenha a integridade de um arquivo digital. Sendo assim, nas urnas eletrônicas, o recurso é usado para confirmar se o programa executado nos aparelhos não foi alterado de maneira intencional. Ou seja, se a assinatura digital é válida, isso significa que o aparelho não foi fraudado;
    • Resumo digital (hash): esse mecanismo funciona de forma parecida a um dígito verificador. Ele faz o uso de um algoritmo público para calcular os hashes de todos os arquivos. Em seguida, os dados são publicados no portal do TSE, de forma a manter a transparência das urnas eletrônicas e do processo eleitoral.

    Ademais, como o sistema de segurança da urna eletrônica opera em camadas, são desenvolvidas barreiras de proteção em vários níveis. Por isso, quando o sistema da urna sofre um ataque, ele trava o aparelho, o que impossibilita a geração de votos válidos.

    Modelo da urna eletrônica para as eleições de 2022

    Em suma, a urna eletrônica para as eleições de 2022 no Brasil, ganhou o nome de UE 2020. Ela apresenta algumas diferenças em relação ao modelo UE 2015.

    1. O seu processador System on Chip (SoC) consegue ser 18 vezes mais rápido que o modelo de urna eletrônica de 2015;
    2. A estimativa de duração da bateria por toda a vida útil da urna;
    3. A partir de 2022, o terminal do mesário terá a tela totalmente gráfica. Ou seja, não terá mais um teclado físico, e a superfície será sensível ao toque;
    4. O modelo também tem um teclado aprimorado, com teclas com duplo fator de contato. Isso possibilita ao próprio teclado acusar erro, caso ocorra algum mau contato ou ainda, uma tecla com curto-circuito intermitente;
    5. Ademais, as novas urnas possuem novos recursos de acessibilidade. Tais como a sintetização de voz aprimorada para melhorar a compreensão de pessoas com deficiência visual e a adição de um intérprete de Libras em vídeo para ajudar as pessoas com deficiência auditiva.

    Por fim, a forma como cada urna eletrônica opera é muito parecida. Sendo assim, os dois modelos vão coexistir enquanto o modelo mais recente não ocupar todo o parque eleitoral do país.