Em janeiro uma empresa de cibersegurança vinculada à PSafe identificou um megavazamento de dados pessoais de mais de 223 milhões de brasileiros, incluindo pessoas falecidas. Por enquanto às investigações não indicaram a origem do vazamento, embora informações apontem para a Serasa Experian, maior empresa de crédito do país e que nega às acusações.

Logo após a divulgação da notícia pelos portais de comunicação do Brasil, um jovem de 19 anos resolveu criar um site em que os cidadãos pudessem verificar se suas informações (como CPF, RG, salário, etc) foram reveladas. A página foi um sucesso, ficando, inclusive, fora do ar por várias horas devido a alta quantidade de acessos simultâneos. O problema foi resolvido, mas não acabou por aí.

Decisão do STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou na última quarta-feira, 3, que a Justiça tirasse do ar o site FuiVazado.com.br. A decisão foi cumprida na manhã desta terça-feira (8) e a página da web não pode mais ser acessada, passando a exibir a seguinte mensagem: "Acesso negado. Este site está usando um serviço de segurança para se proteger de ataques online.". Veja:

Mensagem exibida no site. Foto: Printscreen.
Mensagem exibida no site. Foto: Printscreen.

O magistrado entendeu que a permanência da página no ar é uma ameaça contra às autoridades brasileiras que tiveram seus dados expostos, incluindo o ministro e seus familiares.

"A comercialização de informações e dados privados e sigilosos de membros desta corte atinge diretamente a intimidade, privacidade e segurança pessoal de seus integrantes. Há, portanto, a necessidade de fazer cessar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV, CF), visando interromper o incentivo à quebra da normalidade institucional, concretizado por meio da divulgação e comercialização de dados privados e sigilosos de autoridades.", disse o ministro em nota.

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Abertura de inquérito

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o criador do site, Allan Fernando Armelin da Silva, que ainda não foi localizado. Em um aviso pop-up o jovem afirma que não há nenhum objetivo financeiro com a existência do site, porém isso ainda não pôde ser confirmado pelas autoridades da PF.