Como bem sabemos, o sistema de eleições no Brasil ocorre através das urnas eletrônicas. Muitas pessoas não sentem segurança no uso do aparelho, porém, o governo sempre garantiu confiabilidade do recurso.

No entanto, na última sexta-feira (1°), o Tribunal Superior Eleitoral organizou um teste público em Brasília (DF) para testar a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nos processos eleitorais no país. Uma delas acabou não passando no teste, já que foi hackeada.

Urna eletrônica foi hackeada em teste.
Urna eletrônica foi hackeada em teste.

O objetivo do teste era descobrir possíveis falhas no sistema de proteção das urnas. De acordo com o coordenador de sistemas eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, os técnicos que participaram do teste conseguiram encontrar vulnerabilidades.

Os resultados serão publicados em 12 de dezembro, mas o coordenador de sistemas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José de Melo Cruz já adiantou algumas coisas.

"Eles não tiveram acesso a dados do eleitor, tiveram acesso ao ‘log’, que é aquele sistema que vai monitorando a urna e escrevendo tudo que acontece na urna eletrônica, como a caixa preta de um avião, que vai registrando todos os dados do voo. E conseguiram acesso ao RDV, que é o registro digital do voto, mas não de alterar o RDV, mas sim de observá-lo", disse Cruz.

"Eles conseguiram essa penetração, mas não tiveram acesso à ordem de votação e todos os votos dados naquela urna. Não conseguiram identificar os votos de todos os presentes. É possível do último voto", completou.

Os hackers conseguiram acessar o que o TSE chama de "RDV", ou "registro digital do voto". Este é o registro de atividade de uma urna, que exibe quais candidatos foram votados em cada máquina. Vale mencionar que os invasores não conseguiram acessar os dados dos eleitores.

Para completar, só foi possível acessar os dados, sem qualquer adulteração. Os hackers também não conseguiram decifrar os votos de todos os que participaram da sessão de testes, apenas da última pessoa que votou em uma das máquinas.

Segundo o TSE, a brecha surgiu em decorrência de uma recente atualização ao sistema operacional das urnas, mas já está sendo corrigida. Em outras ocasiões já foram realizados testes como este. O último aconteceu nas eleições municipais de 2016.

O coordenador dos Sistemas Eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, ainda ironizou as diversas teorias da conspiração que surgem em todas as eleições, principalmente em redes sociais e apps de mensagens, sobre uma suposta falta de segurança das urnas. Segundo ele, essas teorias "são tão verdadeiras quanto a teoria de que a Terra é plana".